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sexta-feira, janeiro 13, 2012

ROGÉRIO MARTORANO, O HOMEM QUE COLOCOU SANTA CATARINA NO MAPA DO BRASIL!

Jornalista Rogério Martorano
Há 53 anos o jornalismo em Santa Catarina era, evidentemente, muito menos expressivo do que é na atualidade, mormente nas pequenas cidades do interior do Estado. Agora imaginem, por exemplo, a cidade de São Joaquim ou qualquer outra de seu porte há meio século? Entretanto, essa realidade adversa para quem sonhava em ser jornalista e, mais ainda, escrever na mais famosa publicação brasileira da época, a revista O Cruzeiro, jamais foi obstáculo para que o joaquinense Rogério Martorano, aos 18 anos de idade, fosse para o Rio de Janeiro bater à porta da casa de Assis Chateaubriand.

Chateaubriand já era célebre. Era nada menos que o dono do maior complexo jornalístico da América Latina, o grupo Diários Associados que sobrevive até hoje. Com a morte de Chateaubriand, o gigantesco grupo de comunicação foi transformado num condomínio de acionistas que detém atualmente o controle de alguns jornais importantes, como o Correio Braziliense e o Estado de Minas. Esse condomínio foi constituído pelo próprio Chatô que nomeou os condôminos de forma a evitar que o grupo Diário Associados desaparecesse com a sua morte.


Nos anos 50 do século passado uma viagem de São Joaquim ao Rio de Janeiro era uma empreitada para poucos, enquanto o sonho daquele rapazote em escrever na maior revista  brasileira soava mais como delírio. Todavia um fato histórico conspirara em favor de Rogério Martorano.


A REVOLUÇÃO DE 30
Assis Chateaubriand além de advogado, jornalista e empresário era acima de tudo um político nato e intuira acertadamente que Getúlio Vargas tomaria o poder. Durante a revolução de 30 não teve dúvidas e ficou ao lado de Vargas. E foi naquele ano efervescente de 1930 que Chateaubriand viajou de avião até Florianópolis para seguir viagem depois a Porto Alegre, onde se encontraria com Getúlio. De lá os revolucionários marchariam rumo ao poder.


Os legalistas que obedeciam ao então presidente Washington Luiz, descobriram que Chateaubriand estava a caminho de Porto Alegre para articular com Getúlio o avanço da revolução. Havia espiões por todos os cantos e o clima era tenso. Isto obrigou Chateaubriand a se esconder, o que o levou a São Joaquim no caminho do Rio Grande do Sul.


Ao colocar os pés nessa então pequena cidade no topo da Serra catarinense a notícia se espalhou rapidamente. Os joaquinenses revolucionários que seguiam Getúlio ficaram desconfiados de que o forasteiro poderia ser um espião do grupo legalista. Caso isto se confirmasse seria fuzilado sumariamente. Como então confirmar a real identidade do recém chegado forasteiro?, se perguntavam os revolucionários.


É aí que surge uma coincidência que acabou salvando Assis Chateaubriand e anos mais tarde foi decisiva para tornar realidade o sonho de Rogério Martorano.


HISTÓRICA COINCIDÊNCIA
César Martorano (o pai de Rogério Martorano) então um jovem de 19 anos de idade, filho de tradicional família de empresários pecuaristas gostava muito do jornalismo, de ler e de acompanhar as notícias. Conseguia receber O Jornal, pertecente à rede de comunicação de Assis Chateaubriand.

Numa viagem que fizera ao Rio de Janeiro em 1929, César Martorano visitou O Jornal, que ficava na sede dos Diários Associados. Na oportunidade revelou seu interesse pelo jornalismo o que lhe rendeu a missão de ser o correspondente de O Jornal em Santa Catarina, oportunidade em que recebeu a famosa 'carteirinha', dos Diários Associados, assinada pelo poderoso Assis Chateaubriand, embora não tivesse tido contato com ele.


César jamais poderia prever naquele momento em que mirava orgulhoso a carteirinha do jornal, que algum tempo depois esse documento pudesse decidir a sorte do famoso Assis Chateaubriand.


Quando os revolucionários buscavam uma forma segura de identificar o forasteiro, César Martorano lembrou que possuia um documento com a assinatura de Chateaubriand. Bastaria que se pedisse ao desconhecido que escrevesse a sua assinatura num papel para que fosse feita uma confrontação com aquela contida no documento em poder de César, o que de fato foi providenciado. Não houve nenhuma dúvida. Estava comprovado que o misterioso homem era mesmo Assis Chateaubriand, o famoso jornalista e empresário de comunicação amigo de Getúlio Vargas. Uma vaca foi abatida na Fazenda Antonina da família Palma, que apoiava Getúlio Vargas, para a realização de um churrasco em homenagem ao ilustre visitante.

 
A César Martorano coube a tarefa de levar Assis Chateaubriand a cavalo até a cidade de Vacaria, no Rio Grande do Sul, onde Chatô tomou um trem para encontrar-se com Getúlio Vargas em Porto Alegre, incorporando-se no movimento que derrubaria Washington Luiz e levaria Vargas ao poder.

 
O fato jamais foi esquecido por Assis Chateaubriand que se tornou um grande amigo de César Martorano, cujos bons ofícios lhe salvaram a vida.


ENCONTRO COM CHATÔ
Os anos se passaram e Rogério Martorano, filho de César, cresceu decidido a ser jornalista, de conhecer a então capital da República, o Rio de Janeiro, naqueles anos realmente uma cidade maravilhosa. Seu objetivo era fazer carreira na grande imprensa brasileira.


Movido pela decisão de transformar seu sonho em realidade, Rogério Martorano foi para o Rio de Janeiro. Lá chegando dirigiu-se diretamente à casa de Assis Chateaubriand. Recebido pelo secretário do célebre empresário da comunicação, Rogério adiantou que era filho de César, um velho amigo do  Dr. Chateaubriand. Ao retornar o secretário abriu a porta dando acesso ao gabinete de Assis Chateaubriand e à carreira jornalística de Rogério Martorano. O fiel secretário de Chatô era Irani Bastos da Costa, que desempenhou essa função na ante-sala de Chatô por 50 anos, até a morte do maior e mais poderoso empresário de mídia da história do Brasil.

 
Rogério morou na casa de Chateaubriand por mais de um ano e foi por ele encaminhado à revista O Cruzeiro, onde trabalhou por quase 20 anos. Foi Assis Chateaubriand quem pagou os estudos de Rogério no Rio de Janeiro recomendando que lesse muito, principalmente as obras de Machado de Assis, Graciliano Ramos e outros nomes da literatura brasileira e do jornalismo.


"EMBAIXADOR" DE SC
Ao pisar na redação de O Cruzeiro esse catarinense via seu sonho se transformar numa agradável e promissora realidade. Essa revista, nos anos 50, era a maior e mais importante mídia nacional e reunia a nata do jornalismo carioca. Rogério trabalhou numa redação que incluia feras do jornalismo, como David Nasser, Millor Fernandes, Ziraldo, Armando Nogueira, Glauco Carneiro, Franklin de Oliveira, Luiz Carlos Barreto, Audálio Dantas e muitos outros destacados jornalistas brasileiros.


Martorano acabou se tornando uma espécie de "embaixador" de São Joaquim e do Estado de Santa Catarina na capital da República. As primeiras reportagens revelando que no Brasil havia um lugar - São Joaquim - em que nevava no inverno foram feitas por Rogério Martorano e tiveram grande repercussão nacional dando projeção ao potencial turístico da Serra catarinense.


Mas não foi apenas o rigoroso inverno da Serra catarinense objeto de suas reportagens. Sobre Florianópolis publicou em 1963, “O maior show do carnaval”, destacando o desfile de carros alegóricos mutantes surpreendendo o Brasil, tradição que até hoje se mantém no carnaval da capital catarinense. Outras pautas sobre Santa Catarina nas décadas de 1960 a 1970, renderam matérias exclusivas sobre diversas regiões e cidades catarinenses, como Blumenau, Joinville, Brusque, Chapecó, Tubarão, Criciúma, Itajaí, Lages, Balneário Camboriú, Laguna e São Francisco do Sul.


Sua última reportagem especial em O Cruzeiro, já na derradeira fase da revista, foi um furo internacional: “Fryderika, a namorada de Hitler”, sobre uma polonesa que vivia discretamente em São Francisco do Sul, cidade histórica distante 40 quilômetros de Joinville. Fryderika imigrara para o Brasil após a 1a. Grande guerra. Na juventude, em Viena, Áustria, onde morou durante alguns anos, fora namorada daquele que viria a ser anos mais tarde o ditador nazista.


Como repórter de O Cruzeiro, Rogério Martorano participou de entrevistas com gente famosa, como o filósofo francês Jean-Paul Sartre e o cantor americano Nat King Cole, dentre outras do mesmo nível. Entrevistas com políticos e chefes de Estado estrangeiros também permitiram que o joaquinense conhecesse de perto figuras como Fidel Castro e outros políticos de proeminência internacional.


NO MAPA DO BRASIL
Além disso, o contexto político da época e o fato de pertencer à redação de O Cruzeiro, acabaram aproximando Rogério Martorano de políticos como Carlos Lacerda, Jango Goulart e JK.


Atualmente Rogério Martorano dá os retoques finais em seu livro de memórias: “Enquanto não esqueço - Tributo a Assis Chateaubriand e outros contemporâneos”, que contará espisódios inéditos tendo como protagonistas Chatô, Jango, JK, Carlos Lacerda, Jorge Amado, Tancredo Neves, Manoel Bandeira, Oscar Niemayer, Ary Barroso, Nelson Hungria, Olavo Setúbal e Walter Moreira Salles e outras personalidades do mundo político e intelectual brasileiro. Nesse livro Martorano revelará também aspectos pouco conhecidos da personalidade de Assis Chateaubriand, principalmente seu caráter humanístico, despreendido e de lealdade incomparável.


Testemunhou de perto os grandes lances da política brasileira nas agitadas décadas dos anos 50 e 60 do século passado no Rio de Janeiro. Trabalhou com Juscelino Kubitschek no Comitê Central de sua campanha em que pleiteava a volta à Presidência na eleição de 1965, que acabou abortada pela vitoriosa Revolução de 1964. O coordenador da campanha de JK era Francisco Negrão de Lima, que foi governador do Rio de Janeiro.


Rogério só retornou para Santa Catarina em 1977, quando foi dirigir a assessoria de imprensa da Prefeitura de Joinville, durante o primeiro mandato de Luiz Henrique da Silveira. Posteriormente, no governo de Jorge Bornhausen, foi diretor da Imprensa Oficial do Estado e, mais tarde, trabalhou na antiga Telesc, onde se aposentou permanecendo até hoje em Florianópolis. É também o idealizador do "Projeto Caminhos da Neve", ligando dois polos internacionais do turismo - Florianópolis e Gramado - através das Serras catarinense e gaúcha.


Dono de extraordinária saúde, boa memória e protagonista de histórias incríveis, Rogério Martorano é sempre um bom papo, além de ser um expert na execução de um legítimo "frescal" de São Joaquim, prato típico da região serrana de Santa Catarina.


Só a modéstia de Rogério Martorano, detentor do título de Cidadão Carioca, outorgado pela Assembléia Legislativa 1974, esconde o fato de que foi ele o homem que colocou Santa Catarina no mapa do Brasil. É que nos anos 50 nenhum catarinense seria capaz de intuir que o Estado de Santa Catarina, então um hiato entre o Rio de Grande do Sul e Paraná se tornasse, como de fato de se tornou a partir da década de 1970, num dos Estados brasileiros mais industrializados, socialmente equilibrado e produtivos do Brasil. Como jornalista em O Cruzeiro, e antevendo as potencialidades de Santa Catarina, Rogério acabou contribuindo de forma generosa e inequívoca para destacar o Estado catarinense em nível nacional, dando-lhe visibilidade e importância política.

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19 comentários:

Hermitão do Deserto disse...

Os Diários Associados (Rede Tupy de TV) são o exemplo clássico de má administração!!! Tinham tudo, eram líderes, se envolveram em política, gastaram a toa e faliram.
A política também é assim: quando se gasta mais do que se arrecada o destino é a quebra, vide: Grécia, Itália, Irlanda, Portugal, etc. Depois ficam botando a culpa no regime capitalista, como se alguém pudesse gastar com o dinheiro dos outros!!!

Anônimo disse...

Pois é mano véio, hoje em dia, temos o Pedro Miau,reporter, poeta, roqueiro e entre tantos talentos, voyeur grisalho de profissão.
Em uma de minhas mudanças(móveis, cochorro, periquito), foi perdida uma caixa que tinha a última(acho eu) da Realidade na qual o Zé Hamilton conta a perda da própria perna sob uma mina no Vietnã.
Até hoje, um puta reporter "latu senso" no Globo Rural.
Who let the dogs out???
Boas lembranças honram os bons.
abs
Elvio

Anônimo disse...

Muito interessante conhecer esta história.
Deus coloca detalhes nas vidas das pessoas que lhe mudam toda a história.

Parabéns Aloísio, muito bom saber deste pedacinho da nossa história.

Abraços

Jayson Rosa - youtube.com/CasandoOverbo

Anônimo disse...

E por falar em vitoriosa Revolução de 1964, é sempre bom lembrar "do quê" a Revolução nos livrou à época - e que foi o comunismo, que por sua vez me faz lembrar de seu irmão, o socialismo, muito em "voga" por aqui ultimamente.

França tem nota rebaixada por agência de risco, confirma ministro. (de AAA para AA+)

http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/01/ministro-frances-confirma-rebaixamento-da-nota-do-pais.html

*Mas que agência petulante... rebaixando a nota de um país socialista? o sistema perfeito... (segundo o pessoal de Brasília, claro) Onde já se viu um negócio desses? Essa agência deve estar a serviço do imperialismo americano e precisa ser extirpada!!! hehe...

Anônimo disse...

É importante valorizarmos esses catarinenses que fizeram história no cenário nacional, principalmente em uma época em que Santa Catarina era praticamente ignorada no mapa do Brasil.
A Serra Catarinense tem vários personagens interessantes. Muito destes fatos já se perderam ao longo do tempo pelo simples fato de não serem registradas.
Parabéns pela matéria e ao Rogério!

Rodrigo Martins - Blumenau

Anônimo disse...

Já comi o carreteiro de frescal do Sr. Martorano, realmente o "Melhor do Mundo".
Parabéns Aloísio!
Fabiana S. Bett
Balneário Camboriú

Anônimo disse...

É isso aí, pegou a melhor época do Rio de Janeiro.
Hoje ainda é linda mas cara e suja.
Florianópolis está indo para o mesmo caminho, precisamos urgente de um plano para atenuar este crescimento sem sustentabilidade.
História muito boa.
César

Néia disse...

O jornalista Aluizio Amorim retrata nesse artigo a caminhada de um honrado joaquinense, na busca de seu ideal. Trata-se de um exemplo para a juventude de hoje, a qual só quer receber as coisas de "mão beijada".
Prá frente Rogério,
Néia

Hugo disse...

Esse é o velho tio Ruja. O caro é bom na escrita e bom gourmet.

Anônimo disse...

Parabéns Aloísio pela matéria espetacular!
E o meu muito obrigada ao Rogerio Martorano, concerteza sem você "publicar" Florianópolis ao mundo, eu jamais conheceria este lugar maravilhoso!

Grande abraço, Liddy Reolon

Anônimo disse...

Parabéns Aloísio pela matéria espetacular!
E o meu muito obrigada ao Rogerio Martorano, concerteza sem você "publicar" Florianópolis ao mundo, eu jamais conheceria este lugar maravilhoso!

Grande abraço, Liddy Reolon

RODRIGO NUNES PACHECO disse...

Parabens pela materia, um grande joaquinense. Pena que muitos adultos e jovens não o conheça o Tio RUJA. Conhecedor da historia joaquinense gosta muito de conversar com velhos amigos Tio Valentin Fermino Nunes, Garibalde Palma e entre outros.
Muita Felicidades
Rodrigo Nunes Pacheco

Danilo Ricciuti disse...

Aluízio, parabéns pela grande matéria!

Rogério Martorano merece destaque no cenário nacional, um grande jornalista com uma carreira maravilhosa!

Mais que um GRANDE AMIGO, um IRMÃO!

Tive o prazer de degustar alguns pratos maravilhosos do Chef Rogério Martorano, o famoso Entrevero (O melhor do mundo) e sua Paella (A melhor do mundo).

Estou ansioso pelo lançamento do livro “Enquanto não esqueço”.

Um grande abraço,
Danilo Ricciuti

Georgino Melo e Silva disse...

Meu Caro Amigo Maurício, li, com alegria e entusiasmo, a sua brilhante manifestação envolvendo a figura admirável de Rogério Martorano. "Tio Ruja", como carinhosamente o denominamos, é um ser humano do mais elevado nível moral, ético, político e cultural. A sua trajetória de jornalista e homem público, infelizmente pouco divulgada, precisa chegar ao conhecimento da s novas gerações, pois Rogério Martorano é verdadeiro exemplo a seguido. Um forte abraço. VIva Rogério Martorano! Viva São Joaquim. Um grande e fraternal abraço. Georgino Melo e Silva.

Patonauta disse...

Sou um privilegiado amigo do Rogério Martorano. Além de histórico, político nos difíceis e e memoráveis tempos do MDB, é uma das pessoas mais bem relacionadas em Santa Catarina.

Rudi Bodanese, fotógrafo

armando ricciuti disse...

Caro Aluízio, parabéns pela espetacular matéria, recheada de dados históricos e com a linha do tempo muito bem definida. Você é um repórter nato, com faro aguçado, dotado de grande inteligência e coragem!
A grande figura de Rogério Martorano, jornalísta ilustre, investigativo, extremamente simpático e altamente inteligente, merece toda a nossa atenção. Graças à esta matéria nosso povo poderá aprender um pouco mais da História do Brasil e com certeza se apaixonar por esta figura maravilhosa do Rogério.
Tive a honra de conhecer o Rogério e sou seu grande admirador e fã. Homem de ilibada reputação e excelente contador de Histórias! É, no mínimo, o melhor Chef, Gourmet e Sommelier que já conheci!
O 'RUJA' e sua excelentíssima e simpática esposa Vera me presentearam com alguns almoços e jantares inesquecíveis. Paella marinera, arroz carreteiro e pasta à carbonara e ao ragú. Sem dúvida os melhores pratos que já comi em toda a minha vida!
Mais numa vez, Parabéns pela excelente matéria.
Forte abraço,
Armando Ricciuti

Rogério Antônio da Luz Bertoncini disse...

Caríssimo Jornalista Aluízio Amorim,
Pelo caminhar deste mundo a história não ensina ninguém! Mas a matéria sobre o Jornalista Rogério Martorano, nosso ilustre joaquinense (sem esquecer seus parentes não menos famosos Martinho e Rodrigo de Haro, este nascido em Paris), no é um brinde histórico. ROGÉRIO foi discípulo do grande Assis Chateaubriand, o conhecido CHATÔ. O homem criador da mais moderna imprensa brasileira, proprietário do conglomerado que formou os Diários Associados e da Revista O CRUZEIRO, um dos maiores sucessos editoriais do país. Trouxe para as nossas atrasadas terras, em difíceis tempos, entre outras tecnologias – a televisão! Tornou-se o grande mecenas do que de melhor nos pertence no MASP em arte (Pietro Maria Bardi seu grande parceiro na empreitada artística por uma Europa devastada pós-guerra, foi seu fiel escudeiro, para um Brasil mais culto). O roteiro de vida de Rogério, é um exemplo parta futuras gerações. De forma alguma, sem ser anacrônico, é um homem de outros tempos. Extremamente atualizado e bem informado. Repleto de cultura e humanidade! Viveu um mundo, onde o escracho poderia ser elegante e a elegância escrachada – sem a vulgaridade dos nossos tempos! Não existia a neurose do politicamente incorreto! Trabalhou e conheceu os grandes homens de imprensa que fizeram a história do Brasil (Samuel Wainer, Carlos Lacerda, Roberto Marinho, Davided Nasser, o próprio Chatô e vários outros que comporiam a academia brasileira de letras, Austragésilo de Athaide, Raquel de Queiroz, José Cândido de Carvalho, Lêdo Ivo, Herberto Sales).
Conhecia a atmosfera agitada e entusiasmada de uma verdadeira redação de jornal. Bem relacionado, em um Rio de Janeiro ainda sob glamour, se encontrava frequentemente com contistas memoráveis (Fernando Sabino e Stanislaw Ponte Preta), brilhantes jornalistas, e, com prazer, filósofos das esquinas e botecos que formaram o famoso Pasquim (Millôr Fernandes, Ziraldo e Jaguar). A matéria mostra um grande catarinense que teve o privilégio de conhecer um mundo mais redondo e menos chato! Parabéns.

KLEBER Torres Ferrer disse...

Aluizio, parabéns pela matéria sobre o brilhante Martorano, que somente há poucos meses tive o prazer de conhecer pessoalmente, cujo primeiro contato/no ShoppingBMar, já me fez seu admirador...e ainda tive o prazer de sabê-lo amigo de dois primos meus queridos, os irmãos Luciano e Glauco Carneiro, amigos comuns na saudosa revista O Cruzeiro, q.tb marcou minha infância/adolescência no Rio. A partir de 1960, fui morador de Copacabana, onde me criei, e tb tive oportunidade de conviver/participar/testemunhar vários fatos e ocorrências que tornaram-se históricos, com o passar dos tempos. E até tb por isso, e mais ainda depois de ler sua excelente matéria, aguardo, agora, ansioso o livro do nosso mestre. PARABÉNS, um abraço...Kleber Torres Ferrer

Aluizio Amorim disse...

Valeu, Kleber!
Forte abraço .