Parlamentares citados na Lista de Furnas – documento forjado para atingir a oposição e abafar investigações sobre o escândalo do Mensalão – mostraram-se indignados diante da revelação de que dois deputados petistas estavam por trás do esquema que pretendia minar a CPI dos Correios, em 2006. As informações, obtidas por escutas da Polícia Federal, foram reveladas por reportagem da edição de VEJA desta semana. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma das vítimas da farsa, vai pedir à Polícia Federal informações sobre o resultado das investigações. E cobrar um aprofundamento dos trabalhos sobre um ponto específico da fraude: a coleta de sua assinatura, que se deu dentro da Câmara Federal em circunstâncias ainda não explicadas.
Maia sabe que sua assinatura foi obtida na Câmara porque a rubrica que consta do material fraudulento é a que ele usava para subscrever requerimentos na Casa. Em documentos que não tinham relação com a atividade parlamentar, ele usava outra assinatura. "A ocultação passou por dentro da Câmara dos Deputados. Temos que pedir que se avance nessa questão."
Outra vítima da montagem, o ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE) condenou a armação por trás da Lista de Furnas: "Ao PT, faltam limites éticos e morais, porque eles nunca aderiram à institucionalidade da democracia totalmente. O PT desenvolveu uma moral própria, que é aquela que lhe convém", disse.
José Carlos Aleluia (DEM-BA), ex-deputado também citado na lista falsa, foi à Justiça contra Nilton Monteiro, o criminoso que montou o documento sob encomenda dos petistas. Ele afirmou que a relação entre Monteiro e o PT era conhecida: "Na primeira audiência, ele foi representado por um advogado do PT. Depois, o PT começou a pagar outros advogados para ele." Aleluia também se mostrou indignado com a fraude: "É difícil fazer política quando você sabe que tem uma quadrilha, cujos nomes dos chefes são conhecidos, agindo nas barbas da polícia e da Justiça."
Osmar Serraglio (PMDB-PR), que era o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, lembra-se de ter encontrado o envelope com a Lista de Furnas em sua mesa. "Não tinha identificação, não tinha origem. Eu fiquei em dificuldade. O que eu iria fazer com aquilo? Dali a pouco, iriam dizer que o relator inventou a lista", diz o parlamentar.
Ironicamente, muitos daqueles que eram alvo do PT há seis anos agora são aliados do governo federal. A lista inclui, por exemplo, o govenador Sérgio Cabral (PMDB), os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Zezé Perrela (PDT-MG). O último, aliás, acredita que o episódio foi provocado por "uns malucos". "Eu não acredito que isso tenha sido uma coisa orgânica, centralizada. São uns malucos, uns outros aloprados", avalia o peemedebista. Leia MAISCLIQUE E SIGA ---> BLOG DO ALUIZIO AMORIM NO TWITTER
3 comentários:
ALOPRADOS COISA NENHUMA
Isso não é coisa de aloprados, não. Isso é coisa de bandidos e de caso pensado, e bem pensado.
E é coisa orgânica, sim, pois é um método que se repete, tem que ser centralizado. Nada disso é gratuito.
Tudo deve chegar naquela figura de fala rouca.
Gutenberg
Isso é ação de quadrilheiros. E quadrilha tem um CHEFE. Adivinhem que é "O CHEFE"?
Se desta vez os dirigentes do PSDB não saírem na imprensa nem para dizer um "A" sobre o assunto, é porque estão mortos, ou porque são como mulher de malandro mesmo...
Postar um comentário