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sábado, outubro 03, 2009

EMPRESARIO NAS MÃOS DAS FARC. LULA IGNORA

Senhora, nós somos das Farc e estamos com seu marido", anunciou tranquilamente a voz masculina do outro lado da linha, num espanhol de sotaque colombiano. "Ele será executado se a senhora não seguir nossas instruções." Marinêz da Silva Pinho ouviu as ordens em silêncio – e desmaiou. Aquela voz colombiana confirmara seus mais terríveis medos: seu marido, o empresário brasileiro Vicente Aguiar Vieira (foto), não havia se perdido no distrito de Ciudad Bolívar, na Venezuela, onde estava quando deu notícias pela última vez, dois dias antes dessa ligação. Era um sequestro.

Naquele mesmo dia, Marinêz recebeu uma carta manuscrita e assinada pelo marido, na qual ele confirmava estar em poder das Farc e dizia se encontrar em "montanhas da Colômbia". Em três páginas, possivelmente ditadas pelos sequestradores, Vicente orientava a esposa a vender os bens da família para pagar o resgate, estipulado em 2,5 milhões de bolívares, a moeda venezuelana (equivalentes a cerca de 800 000 reais).

Marinêz só conhecia as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia pelo noticiário televisivo, mas fez o que lhe pediram. Não alertou as autoridades, levantou parte do dinheiro, deu prosseguimento às negociações e mobilizou parentes para fazer a troca nas selvas colombianas. Até o momento, os esforços foram em vão. Seu marido está há dois meses em cativeiro – e pode, a depender do avanço das investigações policiais, tornar-se o primeiro brasileiro oficialmente vítima das Farc fora da Colômbia.

Os terroristas que atuam nas selvas da Colômbia já sequestraram brasileiros antes. Em 1996, dois engenheiros da empreiteira Andrade Gutierrez ficaram sete meses presos, até que o resgate fosse pago. Escaparam com vida. A situação do empresário é bem mais grave. Ele não tem nenhuma salvaguarda política ou econômica, como tiveram os dois engenheiros. Está, a bem da verdade, abandonado na selva à própria sorte. Não se sabe nem se ele está vivo ou morto. Sabe-se apenas que a situação do brasileiro se deteriorou drasticamente há três semanas, quando os sequestradores resolveram cortar as comunicações com a família do comerciante.
Os criminosos irritaram-se durante a negociação para a entrega do resgate. Eles queriam que a mulher de Vicente, que mora em Boa Vista, em Roraima, viajasse até a fronteira da Venezuela com a Colômbia, onde receberia instruções para prosseguir numa caminhada de seis horas, até o ponto no qual deveria deixar o dinheiro com um dos sequestradores. Uma vez que as notas fossem contadas, os criminosos libertariam Vicente.
A esposa do empresário aceitou os termos dos sequestradores, mas ponderou não ter preparo físico para suportar os rigores dessa caminhada, sugerindo um familiar como portador do resgate. Os bandidos estrilaram. O interlocutor dos sequestradores, identificado como "subcomandante Cristian", disse: "Nós estabelecemos as regras. Não temos problema em ficar um, dois ou três anos com seu marido". E desligou. Nunca mais retornou.

O desespero com o sumiço dos sequestradores levou Marinêz a procurar as autoridades brasileiras. Nas últimas semanas, ela iniciou uma odisseia pela burocracia de Brasília. Marinêz bateu à porta da Polícia Federal, da Interpol, do Itamaraty, dos congressistas de Roraima... Persistente, ela conseguiu falar até com o presidente Lula, numa cerimônia política em Boa Vista, no mês passado. "Vou me empenhar para resolver isso. Se for preciso, conversarei com o Hugo Chávez", prometeu o presidente, repassando o caso para o ministro da Justiça, Tarso Genro, que também estava no evento.
Não se sabe se Lula pressionou seu colega venezuelano, sempre tão afável com os terroristas das Farc. Os diplomatas do Itamaraty, no entanto, a quem cabe acompanhar os desdobramentos das investigações na Venezuela, estão apreensivos com o caso. O cônsul do Brasil em Ciudad Guayana, que tem jurisdição sobre a área onde aconteceu o crime, encontrou-se com o chefe da brigada antissequestro da polícia venezuelana, que comanda as buscas pelo brasileiro. Saiu de lá sem respostas.
A esposa do empresário não se conforma com a atuação do governo brasileiro: "Todos dizem que vão ligar, fazer e acontecer, mas essas ligações nunca chegam. Ninguém parece se importar. Só porque moramos no fim do mundo somos menos brasileiros? Eu preciso de ajuda, mas ninguém parece disposto a ajudar". Assinante de Veja lêem AQUI a reportagem na íntegra

3 comentários:

Anônimo disse...

Recado para o Sr.Vicente Limongi Netto
Sr.Vicente Limongi Netto, eu sou um dos derrotistas e/ou hipócritas mencionados pelo senhor. Quando vejo na minha vizinhança inúmeras familias que perderam tudo em novembro de 2008 - eu repito - em novembro de 2008 - sim - e ainda moram de favor em albergues públicos, longe do conforto de um verdadeiro lar, e o sr. deve ser um daqueles milhares que festaram na praia de Copacabana e/ou alhures, a escolha do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016. Há uma semana a região foi vitima de uma nova tempestade e mais um monte de familias foi fazer companhia às anteriores mencionadas. Enquanto isto, aquele presidente que chorou (mas não chora pelos albergados daqui) vai ajudar os povos de outras nações. Sabe porquê? Porque dá votos para o Conselho de Segurança da 0NU. Aquele presidente chorão, que tudo faz para se (e a petezada) perpetuar no poder, certamente já sonha em sua volta em 2014 para inaugurar os Jogos Olímpicos. Esta é uma forma de cag. verde e amarelo. Para terminar: aquele dinheirama gasto com a comitiva que foi a Copenhagen já seria suficiente para ao menos amenizar as agruras pelos quais os povos daqui do Sul estão passando. Curt Heise 047 3037 2909 - SC

Anônimo disse...

Alô aluizio
Guerra contra o "povo"Palestino que nunca existiu.
As guerras sempre FORAM e SERÃO CONTRA ÁRABES.

aqui:
http://www.israelnationalnews.com/Blogs/Blog.aspx/9

abraços
karlos

Esperança disse...

Honduras é o ponto obrigatório de parada dos aviões venezuelanos de narcotráfico para reabastecer antes de seguir para os USA e México. O partido de Zelaya está ligado ao narcotráfico. Tudo descoberto a partir do conteúdo do computador do Reyes, morto pela Colombia

É por isso que diminuiu muito o número de avióes que pousavam lá depois que Zelaya caiu do poder.
http://www.elheraldo.hn/layout/set/print/content/view/print/260960