Embora a foto esteja perfeita, faz chamada para um despacho do enviado especial a Honduras, Fabiano Maisonnave, que dividia com Zelaya um dos cômodos da Embaixada brasileira em Tegucigalpa. Maisonnave pode ser identificado com o que se conhece na era lulística como um "jornalista imparcial" o que eu, particularmene não sou. Jamais utilizarei o instituto da imparcialidade privando-me de opinar em favor da democracia e das liberdade e denunciar tipos como Zelaya, um estafeta de Hugo Chávez que tentou pisotear a Constituição hondurenha. Maisonnave, por outro lado, continua designando o governo interino do presidente Roberto Micheletti de golpista. Se não é ele, é o editor da página.
Neste momento, Honduras está às vésperas da eleição presidencial marcada para este domingo. O enviado da Folha reporta os acontecimentos dessa pequena Nação que luta tenazmente contra a tentativa do Foro de São Paulo de implantar o socialismo bolivariano chavista no país.
Entretanto, Maisonnave jamais se refere a esse fato. Na sua matéria na Folha desta quinta-feira alude ao fato de que bombas e coquetéis molotov têm sido lançados contra prédios públicos e emissoras de televisão.
Se Maisonnave acompanha este blog, deve ter visto que a reação da bandalha comunista botocuda que atua em Honduras foi antecipada sutilmente pelo agente Top Top Garcia, o aspone de Lula para assuntos bolivarianos.
No texto, Maisonnave minimiza os efeitos da bomba lançada contra Suprema Corte:
"Em meio a chamados cruzados para apoiar e boicotar a eleição de domingo em Honduras, a Corte Suprema e um estúdio de TV foram atacados respectivamente com lança-granadas e uma bomba caseira ontem de madrugada, causando pequenos danos materiais." (grifo meu)
No parágrafo seguinte, atesta:
"O impacto do ataque ao órgão máximo do Judiciário, cuja segurança tem sido feita por soldados, abriu um buraco de cerca de um metro na parede externa e quebrou o vidro de três janelas, sem deixar feridos."
Mas a pérola vem a seguir, quando num parágrafo, digamos, um tanto contraditório descobre - bingo! - a possível intromissão da CIA! o órgão de inteligência americano:
"Segundo fontes militares, o explosivo foi lançado pelo lança-granadas antitanque russo RPG-7. O armamento, que não é usado pelas Forças Armadas, circula na América Central desde os anos 80, quando foi introduzido pelos "contras" da Nicarágua -mercenários recrutados pela CIA com a missão de derrubar os sandinistas- e pela guerrilha salvadorenha." (Assinante da Folha lê AQUI o texto completo de Maisonnave).
Dia desses a grande imprensa internacional veiculou seguidamente matérias a respeito de uma tal Carta de Hamburgo, quando jornais do mundo inteiro discutiram medidas para salvaguardar o direito dos véiculos de comunicação sobre o material jornalístico que produzem e que estaria sendo utilizado indevidamente através da internet.
Concordo que só as grandes empresas jornalísticas têm condições de produzir e apurar a notícia de forma correta e profissional e que para isso investem altos recursos em equipamento e pessoal qualificado e merecem a contrapartida econômica.
Tal iniciativa foi tomada pelos proprietários dos veículos que contabilizam prejuízos desde que começaram a oferecer esse material jornalístico em seus sites. Os jornais, alegam, perderam leitores e as vendas em banca e assinaturas caíram.
Entretanto, este é apenas um lado da história. O que se tem notado nos últimos anos é que a maioria dos jornais não inovou editorialmente e abriga em suas redações um batalhão de jornalistas que continua a cutivar valores, vamos dizer assim, vigentes durante a guerra fria agora embalados numa nova roupagem: o politicamente correto.
Dou dois exemplos: o caso de Honduras é emblemático. Não precisa ser nenhum iluminado para entender que a destituição de Zelaya não foi um golpe de estado nos moldes daqueles havidos nos anos 60. A ação das autoridades hondurenhas refletiu exatamente o que preconiza a Constituição do país. Tanto é que o governo interino assumiu e manteve o calendário eleitoral e em nenhum momento o presidente Micheletti pretendeu usurpar o poder para nele permanecer para sempre, como fazem Hugo Chávez, Correa, Evo Morales e o sandinista da Nicarágua.
Outro exemplo: o caso recente da visita ao Brasil de Ahmadinejad, o financiador do terrorismo e negador do Holocausto, não vi uma censura sequer a partir de escrito de um jornalista da grande imprensa brasileira, exceção ao Reinaldo Azevedo, de Veja. O único artigo a altura véiculado em jornal foi do governador de São Paulo, José Serra na Folha de São Paulo.
Entretanto, na edição desta quinta-feira a mesma Folha de São Paulo, pretendendo uma imparcialidade idiota, publica no mesmo espaço que cedeu a Serra, um artigo do agente bolivariano Top, Top Garcia, defendendo a miserável política externa lulística e a recepção ao antissemita terrorista do Irã.
Lêem jornais as pessoas verdadeiramente alfabetizadas e instruídas. Mas elas representam um extrato diminuto da sociedade. Na medida em que os jornais vão praticando essa política editorial camaleônica perdem esses poucos leitores.
Portanto, não é apenas por causa da internet que os jornais estão decaíndo. Toda essa crise da mídia impressa decorre de uma fatalidade que marca o século XXI: a prevalência da noção do políticamente correto, atrás da qual passaram a se abrigar as viúvas do finado comunismo. O politicamente correto constitui a maior estupidez por se constituir numa tricheira da guerra contra a evidência dos fatos.
E para finalizar: a internet é uma via de duas mãos. Blogs com o estilo editorial deste aqui, por exemplo, fazem diariamente dezenas de links para os sites dos grandes jornais! E são milhares de blogs ao redor do planeta tecendo a crítica, emitindo opinião, debatendo e discutindo o conteúdo gerados pelos jornais. Me refiro a blogs de profissionais e não de aventureiros. Aliás, esse tipo de gente sempre fez jornalismo barato na impensa tradicional e que no jargão das redações são identificados como picaretas.
Dito isto a conclusão só pode ser uma: a Carta de Hamburgo contém meia verdade. Os jornais precisam pensar neste aspecto que acabo de abordar nestas linhas a partir de um evento que ocorre num país pequeno, pobre e até mesmo desconhecido no mundo que é Honduras. Entretanto pode ser que nessa modesta Nação sul-americana esteja nascendo, finalmente, a resistência à tirania que ameça todo o continente.
Falta à imprensa tradicional dizer isto. Falta o seu firme compromisso com a democracia e o repúdio enérgico e permanente a todo e qualquer tipo de tirania.
5 comentários:
Aluizio,
Li ontem, se não me engano no Lauro Jardim, que apenas 55% dos televisores ficam ligados após as 18 horas, até a 0 hora. É um outro sinal de que o viés escolhido pela imprensa brasileira não convence e não satisfaz mais. O "nojo" pelo noticiário de uma amissora estende-se ao resto da programação, e as pessoas desistem de assistir.
O share não caiu porque está calor. Caiu porque ninguém mais aguenta a cara de apu de muitos.
Excelente Aluízio!
Concordo, Aluízio. Mas existe algo paradoxal nas suas assertivas: se a imprensa, por um lado, precisa se tornar efetivamente independente($) das tiranias, por outro, em virtude do declínio de leitores, precisam cada vez mais dos aportes oficiais. Está parecendo aquela fábula dos burros e os montes de capim opostos. Creio, contudo, que o final deverá ser em prol da democracia e do povo, haja vista que regimes tirânicos tem duração limitada, já "o povo" é eterno.
Muito bom, caro Aluízio!!!
Retuitado e postada chamada no blog Verdade Política.
Grande abraço!
Caro Alexandre
Eu sou da seguinte opinião: se um empreendimento começa a "naufragar", cabe primeiramente ao "dono" buscar os motivos e tentar reparar erros (de qualquer tipo) para que seu empreendimento não morra. Buscar (sei que não foi isto que disseste, ok?) APENAS remédio financeiro para salvar um negócio não satisfaz a nenhum empreendedor "puro sangue". Quem o faz está buscando padrinhos, como é o caso da mídia nacional.
Por outro lado, vemos a troca de fontes de informação da população. Digo, todos meus amigos virtuais buscam notícias não mais em grandes empresas de mídia. Estes leitores eram os que antes compravam jornais, por assim dizer. Os blogs estão crescendo no gosto do leitor que está ávido por ENTENDER o que está acontecendo.
Por fim, governo que subsidia empresa de mídia "contrata" empresa para sua publicidade apenas. Nada mais. Não é difícil perceber isto aqui no "brasíu".
Que a Folha, Estadão, Zero Hora ou qualquer outro venha a falir se a competência de seus gestores não puderem evitar. É a lei natural. Todas as empresas falirão um dia.
Grande abraço
Cavaleiro do Templo
www.cavaleirodotemplo.com
Postar um comentário