O cinismo é uma das armas dos comunistas. Sempre foi. Digo isso porque a Folha de S. Paulo destaca em sua edição desta quinta-feira a estréia de seus novos colunistas em sua pretensiosa seção “Poder”.
O editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, argumenta que o novo elenco "reforça o compromisso com o pluralismo e amplia o já variado quadro de colunistas do jornal". Reinaldo Azevedo passará a escrever às sextas, Demétrio Magnoli aos sábados e Ricardo Melo às segundas-feiras.
No “pluralismo”, evocado pela Folha cabe, no entanto, aqueles que defendem o Estado de Direito Democrático e os que defendem regimes comunistas, como o pretenso filósofo da USP.
Ora, se o jornalismo se nutre da liberdade de imprensa é um contrassenso um jornal dar curso àqueles que postulam regimes ditatoriais, já que a primeira medida que os ditadores tomam, uma vez empoleirados no poder, é calar a imprensa.
Ainda que os excelentes Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli sejam articulistas da Folha, o viés francamente esquerdista desse jornal permanece intacto.
Aliás, quando Reinaldo Azevedo lançou o seu último livro “O país dos petralhas II”, a Folha noticiou minimizando a iniciativa editorial, embora o livro tivesse alcançado o topo dos dez mais vendidos naquela ocasião.
Já disse aqui no blog que a opinião pública nas sociedades complexas, com milhões de habitantes, só pode ser formada através da mídia. É nesse aspecto que os jornais, o rádio e a televisão têm importância fundamental e ainda e por muito tempo suplantarão a internet. Destaque para a televisão, mídia de poder absoluto em todos os quadrantes do planeta já que pode ser consumida até mesmo pelos analfabetos. Mas a mídia impressa tradicional também possui um extraordinário poder e em muitos casos orienta a pauta dos meios eletrônicos.
Não há dúvida de que a escalada de governos ditatoriais na América Latina de viés comunista nos últimos anos se deve, principalmente, ao tratamento dispensado às informações pelos veículos de comunicação.
Centenas de vezes já afirmei aqui no blog que a maioria dos jornalistas professa a ideologia esquerdista. As exceções são mínimas. Numa redação de jornal mistura-se a militância comunista com o oportunismo dos comendores de caraminguás oficiais. Mas prevalece a ótica esquerdista.
Todavia neste século XXI verifica-se uma novidade. Com raras exceções os empresários donos de jornais e redes de rádio e televisão fazem vistas grossas a manipulação da informação. Isso sempre existiu no que concerne às preferências partidárias e interesses pessoais num tempo em que os comunistas não estavam no poder como agora.
Com a chegada do PT ao poder os jagunços ideológicos que infestam as redações assomaram ao poder editorial desses veículos com o beneplácito das empresas. Talvez os empresários viram nisso o caminho de acesso às benesses do erário, já que o estado patrimonialista que sempre tipificou a gestão pública no Brasil, nessa década de poder do PT foi turbinado.
O resultado desse espúrio conluio tem como resultado a esquerdização editorial dos veículos de mídia de forma geral. No caso brasileiro, a única exceção fica por conta da revista Veja e demais publicações da editoral Abril.
Um caso exemplar dessa abstrusa parceria dos órgãos de comunicação com o movimento comunista internacional, se viu recentemente, quando a Rede Globo fez um mea culpa por ter apoiado os governos militares, descurando o fato de que os militares tomaram o poder não pela cupidez do poder pelo poder, mas para evitar que os comunistas instalassem no Brasil uma ditadura do tipo cubano. Esta é a verdade histórica que hoje o PT e seus sequazes querem reescrever por meio de uma diuturna lavagem cerebral que tem o apoio da maioria da imprensa brasileira.
Esta é a realidade dos fatos que se expressa justamente pela pretensão falsa da Folha de S. Paulo, de promover o pluralismo jornalístico. Ainda que no seu quadro inclua jornalistas que não sejam esbirros da nova ordem petista, a Folha continuará servindo bovinamente para a difusão o ideário comunista, escamoteado na atualidade pelo pensamento politicamente correto.
Escrevo estas linhas com toda a tranquilidade, porquanto os meus colegas que trabalham na Folha de S. Paulo sabem muito bem que se esse jornal vier a ser vítima da censura terá em mim o seu primeiro defensor intransigente. O mesmo vale para a Rede Globo e todos os demais veículos de mídia.
Agora, faço questão de afirmar que não declino, sob hipótese nenhuma, da minha liberdade, sobretudo o direito de dizer a verdade em defesa do Estado de Direito Democrático, da alternância do poder e da segurança jurídica.
3 comentários:
Concordo plenamente com você, Aluízio. Li a Folha por mais de 50 anos e disse isso sempre para os colunistas, ombudsman, etc com os quais me comunicava. Mas nos últimos tempos só via a charge do Angeli. Espero que o Reinaldo não entre para o time da Mônica Bérgamo ou o Clóvis Rossi. Há muitos anos me correspondi via e-mail com a Eliane Cantanhêde e ela uma vez ligou para mim para saber informações sobre medicamentos e ind. farmacêutica. Mas caí de costas quando ela resolveu escrever um livro sobre a vida do inútil do José Alencar que nada fez durante os dois mandatos do Lulla, aliás, dois inúteis.
A suposta isenção que este pluralismo de idéias pode proporcionar ´, na verdade, o caldo de cultura da implantação do comunismo do século XXI, o qual descarta, paradoxalmente, a própria liberdade de imprensa.
A Rede Globo já sofre censura há muito tempo! Basta ver em que pé está o Jornal Nacional, a saída da Fátima Bernardes, a subida da Patrícia Poeta, o fim do Casseta e Planeta...
A Folha...? Bom, o que dizer de um jornal que tem(tinha) o Vladimir Safatle e o Jânio de Freitas como colunistas? De direita e de centro esse jornal não é!
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