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sexta-feira, julho 11, 2014

UM TIME DE CÓCORAS E UM GOVERNO PADRÃO SCOLARI

Por Nilson Borges Filho (*)
O pior burro, é o burro com iniciativa. É um tipo irrecuperável. Alia a burrice nata com a soberba e a arrogância. Faz pose  e  atribui valores para si difíceis de serem percebidos pelo mais arguto dos observadores. Rude no falar e tosco em argumentos, apresenta-se em público com certo ar de inteligência. Justo aí – quando acredita que o estilo deixa que eu chuto possa impressionar as pessoas normais - encontra seu pior adversário: a iniciativa, já que a burrice está intrínseca. Felipão – técnico da seleção brasileira nas horas vagas -  é um exemplar emplumado dessa fauna. 
Fosse só isso, dava-se um jeito colocando ao lado alguém que limitasse suas iniciativas. Mas quem? Ora, pensou a direção da CBF, por que não o patético Parreira e o carismático e bigodudo Murtosa. Este último, é bom que se diga, não acumula, já que sua única iniciativa é distribuir os uniformes nos treinos. O elenco das iniciativas do técnico do Brasil é um espanto, veja-se: enquanto a Alemanha decidiu se concentrar no calor do litoral e do povo baianos e a Argentina no clima ameno da grande Belo Horizonte, o escrete brasileiro optou pelo frio e pela névoa de Teresópolis. 
Caso um marciano chegasse ao Brasil, seria levado a acreditar que a seleção estava se preparando para uma copa na Rússia. Dizem os entendidos – não é o meu caso – que a convocação dos jogadores para um escrete obedece dois princípios básicos: o primeiro, a qualidade do jogador; o segundo, a adaptação desse mesmo jogador ao padrão tático que será utilizado pelo treinador nos jogos. Já os reservas são escolhidos para, numa emergência, substituírem os titulares ou na eventualidade de ter que mudar o sistema tático.
Portanto, essa história de jogador convocado por ser da confiança do técnico não serve para absolutamente nada. Ou a ideia do técnico paizão seria ótimo se a lista dos convocados saísse de um abrigo de órfãos. Uma seleção conta com jogadores de diversas agremiações, sem que a maioria nunca jogou entre si. Diz a lógica que nesses casos, o treinamento é  o único caminho para dar padrão de jogo ao time.
Os treinamentos na granja Comary foram de dar inveja às peladas de casados contra solteiros. Uma seleção representa o País, carrega o símbolo nacional na camisa e muitas vezes levanta a autoestima de um povo sofrido, cuja única felicidade é de a cada quatro anos torcer pela sua seleção e vê-la sagrar-se campeã. Não seria demais, portanto, exigir dos jogadores um pouco de profissionalismo. Nos primeiros dias, a  principal reunião dos jogadores com os dirigentes é para estabelecer o bicho, a grana que cada atleta vai levar até o final da copa. Por acaso, leitores, os jogadores alemães foram vistos com bonés virados para trás? Ou um Schweisteiger ou um Hummels com um topete diferente, com doses industriais de gel para dar consistência ao penteado?  Ou algum outro jogador alemão com os cachos descoloridos? Alguma seleção ficou curtindo um jogador lesionado. A Argentina tratou o caso Di Maria de forma profissional e contida. Nada da babaquice “é tóis” nos bonés. Ridículos, para dizer o mínimo.
Até a presidente Dilma, demagogicamente e perdendo a compostura,  apareceu nas redes sociais fazendo o “T” do “é tóis” com os braços levantados. Só sorrisos, apesar de um pibinho bolivariano e uma inflação que assombra. Estivesse Dilma cuidando do País em vez de fazer graça nas redes, o Brasil estaria um pouquinho melhor. Lula, incapaz de se explicar sobre Rosemary Noronha, falou pelos cotovelos sobre os gramados dos estádios. Lula entende de grama, uma de suas especialidades além daquela água que amarga quando desce. 
Aliás, o que se viu depois dos 7 a 1 no Mineirão, após o encerramento da partida, ainda no gramado, foi o goleador Muller traçando um feijão tropeiro num simples prato de plástico. Já os jogadores do Bananão desciam para os túneis dos estádios com suas bolsas Louis Vuitton, Gucci e Prada recheadas de hidratantes e cremes (humm...!). 
Logo após o jogo cada atleta de Joaquim Lowe deixava o estádio acompanhado da esposa e filhos, pois amanhã é outro dia. E dia de praia, na aprazível Cabrália. Profissionalismo é uma coisa que pode ser levado com suavidade. Exibicionismo já é outra coisa, onde prevalecem adereços cafonas que fazem a onda de um tipinho bobo, que pensa que uma bolsa de grife vai  abrir as portas das casas da “elite branca de olhos azuis”.  
Em outubro o Brasil sediará uma outra copa, que vale quatro anos de prosperidade econômica e paz social se o eleitor souber escalar seu candidato. 
(*)  Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito e articulista colaborador deste blog.

7 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns ao Nilson Borges Filho pelo texto, aliás, como sempre.
Lucidez e franqueza só fazem mal em país que não quer enxergar seus males e vícios.
Nós, com o nosso complexo, e eles, fazer o que?, com o complexo de Pastor Alemão!
Abraço
Odilon Rocha - João Pessoa/PB

Anônimo disse...

Artigo demolidor, a CBF e o Felipão deveria lê-lo, pois é tão claro!

Anônimo disse...

Caro Aluízio
Perfeito o texto do competente Borges.
...enquanto o Muller come feijão tropeiro num prato de plástico ainda no campo, os brasileiros embarcam para o vestiário com suas bolsas de grife... "Nouveau riche" é uma tristeza mesmo, já que sem cultura e sem educação só lhes resta ostentar, pois mal sabem falar como bem demonstraram as entrevistas nos intervalos dos respectivos fracassos.
Esther

Anônimo disse...

Nilson apenas trocou o nome da praia... No mais, análise perfeita!

Jacutinga disse...

Huumm !! Para pensar e descontrair:
1- Não percam no sábado, sensacional encontro em Brasilia entre a "seleção laranja" e a "seleção bagaço" !!
2- O X9 D2 comentando a favor da "sia copa", depois de soltar dois "xuta lerda" em público e depois de um almoço em que consumiu mais "molhados" do que "secos", comprovou que definitivamente trocou os "valores éticos" pelos "volumes etílicos"
3- Explicação lógica: Enquanto os alemães vão para os estádios de metrô ou por uma moderna autobahn, os brasileiros, coitados, vão em jegues ou a pé !!
4- A equipe alemã está para Dilma assim como Jesse Owens esteve para Hitler. Ambos deram uma verdadeira lição de competência e humildade e um tapa sem luvas em uma cara sem vergonha !!
5- O "presidento" disse que fariam uma copa para argentino nenhum botar defeito ! Acertou ! Até agora eles não podem reclamar de absolutamente NADA !! Nós os brasileiros, ficaremos com a vergonha pela má atuação e com uma imensa conta a pagar...
Voeeii...

Aluizio Amorim disse...

Anônimo:
revisão já foi feita. Grato.

Anônimo disse...

Um primor o texto de Nilson Borges. Não poderia ter sido mais realista.

Enfim, Nilson acerta em cheio quando diz que o Brasil, de um certo modo, tornou-se ridículo. É tudo ridículo aqui: o governo, a política, a mídia, a cultura, os esportes, etc. É o império do ridículo.

Mas digo uma coisa a vocês: não se surpreendam! O povo brasileiro sempre foi ridículo. Aliás, vou mais além: todo o latino é ridículo. E para onde vão, levam a miséria e destruição: adoram (e exigem!) receber tudo de mão beijada e odeiam ter de fazer as coisas sozinhos. Os democratas americanos adoram os latinos! Livre inciativa e pro-atividade são mistérios a serem desvendados pelos latinos, mas isso se dará daqui a milhares de anos. A palavra 'empreendedor' é até hoje desconhecida de pelo menos 99% dos brasileiros (sério!). E, com todas essas 'qualidades', o que vocês esperam de uma nação na qual habita povo tão ridículo? Somente corrupção, banditismo, ignorância, miséria e um ego do tamanho do país.

Pergunto a vocês: qual o sonho de 95% dos jovens que saem das 'faculdades' (se é que se pode chamar aquelas pocilgas de 'faculdades')? Adivinhem: concurso público. Ou seja, tiram canudo só para se tornarem 'funcionários públicos'. Produção científica? Empreendedorismo? Cultura? Que é isso cumpanheiro???? Até a Índia e o Paquistão tem energia nuclear. E o Brasil, com aquela piada chamada 'Angra'? Deveria se chamar 'Sangra'. E aquela base de lançamentos de Alcântara, que é obrigada primeiro a lançar para a Ucrânia ou China, e de lá sim o foguete vai para o espaço? E aquela base na Antártida? Enfim, o que esse país produz além do carnaval, futebol e mulher pelada?

Vejam quantos prêmios nobéis a Alemanha já ganhou? E quantos nosso 'amado' Brasil já ganhou?
Vejam quantas tecnologias Israel e EUA já inventaram? E quantas nosso 'amado' Brasil já inventou?

É covardia comparar países latinos com EUA/Europa/Israel e outros. Por isso, e justamente por isso, você sempre ouvirá latinos relinchando e zurrando contra o "imperialismo dos EUA", contra o "judaísmo de Israel", contra as "zelites raivosas", etc. Pois para os latinos, a ignorância é uma benção. E a verdade é uma maldição. E qual a verdade? A verdade de que o latino é ridículo.

América Latina é terra fértil para espertos e maus-caráter. Diria que a América Latina ganha até de nações africanas em termos de ignorância social. E vocês esperam que dessa terra podre possa nascer bons frutos? O comunismo sempre deixou os latinos com os "zoínhos" brilhando: Imaginem! Ter tudo de mão beijada via Estadão! Não precisar trabalhar mais para os 'malvados' capitalistas! O Estado vai me sustentar!!! Não duvidem: essa é a ideia que o latino tem do comunismo. Qual é a frase mais dita por latinos? "A culpa é do fulano!!!". Assumir erros? Que é isso cumpanheiro????

O que foi exceção aqui no Brasil foram os imigrantes (alemães, italianos e japoneses) e seus descendentes. Estes sim que foram o motor desse país. Mas restam muitos poucos.

Aluízio, me desculpe o texto longo e emocional. Se não quiser publica-lo, não tem problema, entenderei.