quinta-feira, dezembro 08, 2011

ARTIGO: São gravíssimas as denúncias contra Pimentel

Por Nilson Borges Filho (*)

Por mais que me esforce não consigo encontrar qualquer diferença – na forma e no conteúdo - entre o enriquecimento de Antônio Palocci e o de Fernando Pimentel. Esse negócio de empresa de consultoria é história para boi dormir.

Fosse verdade, o ministro Fernando Pimentel já teria apresentado os relatórios das suas consultorias e os beneficiários tornariam públicos os resultados alcançados. Simples assim. Pimentel fez carreira política à sombra do ex-prefeito de Belo Horizonte, Patrus Ananias, de quem foi secretário da Fazenda. 

No segundo mandato de Célio de Castro (PSB) – sucessor de Patrus -  na prefeitura da capital mineira, Pimentel foi indicado pelo PT para ocupar a vaga de candidato a vice. Castro sofre um AVC e se afasta definitivamente do poder, passando a titularidade da prefeitura para Fernando Pimentel. Os bons governos de Patrus e Célio de Castro – um médico humanista e político decente – contribuíram para a reeleição de Pimentel. Numa jogada de mestre de Aécio Neves (PSDB), então governador de Minas, e com a participação de Pimentel e seus aliados no PT, foi eleito prefeito de BH o empresário Márcio Lacerda (PSB).

Amigo e colega de cela, durante o regime militar, de Fernando Pimentel e secretário de Estado de Minas Gerais, no primeiro mandato  de Aécio, Lacerda apoiou Dilma Rousseff no campo federal e o PSDB no campo estadual. Por falta de opção, PT e PSDB manterão essa mesma aliança para a reeleição de Lacerda em 2012. Tudo como manda o figurino dos dois figurões da política mineira: em 2014 Pimentel sairia candidato ao governo de Minas e Aécio à presidência da República. Mas havia uma pedra no meio do caminho de Pimentel: o grupo petista – ligado ao vice de Lacerda, Roberto Carvalho – que não aceita a recondução de Márcio Lacerda. 

Na verdade, Lacerda, um ex-preso político que se tornou empreiteiro e enriqueceu – pasmem – prestando serviços para empresas públicas durante o regime dos generais. Curiosa essa façanha do empresário – hoje travestido de político. Sentindo-se preterido como candidato petista à vaga de Lacerda, o grupo do vice, Roberto Carvalho (PT), deu o troco no ministro, alimentando as suspeitas – já conhecidas de quem circula pela política mineira – do envolvimento de Fernando Pimentel com empresas com negócios com a prefeitura de Belo Horizonte. 

O ministro está enrolado até o pescoço e não tem como justificar as tais consultorias. O fogo amigo pegou Pimentel no contrapé e não será surpresa se as coisas piorarem para o lado do ministro. Dilma pode até manter Pimentel no ministério, mas o amigo dos anos de chumbo perderá o protagonismo dos tempos atuais. 

Nesse exato ponto, Palocci e Dirceu diferem da situação de  Pimentel: os ex-ministros da Casa Civil – seja Dirceu com Lula e Palocci com Dilma – não tinham relações de amizade  e nem eram próximos dos seus chefes. Pimentel é amigo da presidente e terá um tratamento diferenciado, desde que suas estripulias  não costeiem o alambrado do palácio do Planalto. E pelo andar da carruagem, as  denúncias não vão parar por  aí. Dilma encontra-se numa sinuca de bico.

(*) Nilson Borges Filho é doutor em direito, professor e articulista colaborador deste blog.

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4 comentários:

  1. É difícil ao cidadão comum, pelo menos alfabetizado, entender como é que uma empresa paga elevadas quantias em dinheiro para alguém dar a ela consultoria sem nada escrito, nenhum relatório, somente conversas ao pé do ouvido.
    Como já estamos em dezembro, Pimentel quer que todos nós acreditemos também em Papai Noel.
    FALA SÉRIO, PIMENTEL!!!

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  2. Boa noite. Publiquei o brilhante artigo no www.foralacerda.com. Por favor, se tiverem algum a objeção, entrem em contato. A fonte foi, obviamente, citada.

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  3. Essa súcia de valdevinos parece interminável. É muito bandido junto, caracas(ops...)!

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  4. >>

    Esse pilantra ex-terrorista é 'companheiro de armas' da ex-terrorista, por isso eu acho, aliás - eu acho não - por isso eu tenho certeza que não acontecerá nada ao Pimentel.

    Como Palloci e como Erenice, ele continuará feliz e contente rindo dos otários que pagam seus impostos de todo santo dia e usufruindo alegremente como milionário, da sua parte do butim.

    <<

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