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domingo, maio 04, 2008

DÁ-LHE, EXÉRCITO BRASILEIRO!

3 comentários:

Anônimo disse...

Xiii, Aluizio... Isso tem uma história cheia de ambiguidades pra mim. Cresci com meu pai dizendo ue estávamos sob uma ditadura; e hoje, com 82 anos de idade, ele me diz que nunca jamais foi interpelado pela repressão, porque levava sua vida trabalhando honestamente e nunca se envolveu em movimentos para transformar isso aqui numa ditadura comunista.

Minha mãe, por sua vez, sabe todos esses hinos de cor. As Forças Armadas dela são aquelas no tempo da Guerra. Durante a ditadura de 64, ela já estava com três crianças pra cuidar e não tinha tempo pra sonhar em morar em um aparelho.

Eu não tinha ódio, mas implicância com os militares. Nem poderia ser diferente: meus tempos de começar a pensar pegaram só o final da ditadura. Aquela conjuntura não me afetou, a não ser por parte das mulheres da minha família que achavam também ter direito às patentes de seus maridos, pais, tios... em cima da gente, é claro.

Hoje, é claro, acho o fim o que fizeram com as Forças Armadas neste país. Só que as esposas com patente foram devidamente substituídas por pelegos e filhos de pelegos cheios de poderes.

O Brasil não tem vocação pra civilidade. O poder, aqui, não tem espaço pra equilíbrio de forças ou diálogo e respeito entre instituições.
E a gente adoooooora o esqueminha: gostamos de achacar quando podemos, tanto quanto temos orgasmos múltiplos em sofrer uma torturinha básica e ficar rendendo isso ad aeternum.

Aluizio Amorim disse...

Letícia: as Forças Armadas são uma instituição democrática do Estado e jamais poderiam ter sido utilizadas como foram em 64. Muitos militares foram além do que lhes cabia.
Entretanto, aquilo foi um episódio que passou e as Forças Armadas voltaram às suas atividades profissionais. É um erro terrível menosprezar as Forças Armadas. Elas são, em qualquer nação desenvolvida, como os EUA e a Inglaterra, por exemplo, altamente respeitadas e prestigiadas.
E temos que admitir que em 1964 não havia outra saída para evitar a implatação de uma ditadura comunista no Brasil. Hoje eu admito tranquilamente tudo isso, porque ficou provado que a maioria daqueles que combatiam a ditadura estavam, na verdade, postulando a implantação de outra ditadura. Estavamos em plena guerra fria.
Acho que a análise correta desse fato histórico passa por essa leitura.
Se não fossem os militares o Brasil poderia ter sido cubanizado. Quem pode garantir que não?

Anônimo disse...

Certamente seria, Aluizio. Perfeitíssima sua análise. Acho que me expressei mal no início. Quis dizer que, ao longo da vida, até chegar a essa conclusão que você tão competentemente resumiu, fiquei cambaleando entre um lado e outro da coisa, entendeu?
Só não me conformo que pouquíssimas pessoas tenham esse entendimento, e continuem a olhar os militares como há 30, 40 anos.
e o cara tem ganhado dinheiro com isso, ate entendo. Mas os inocentes do "pensamento geral"...