De berimbau, neurônios e pesquisas.

Aos sábados costumo pinçar da revista Veja algumas abordagens que considero interessantes, sobretudo para se entender melhor o que está realmente acontecendo no que tange a essa funesta etapa da vida política brasileira.

E insisto que o jornalismo brasileiro, com o advento do lulismo, passou a ser semanal, porque a revista Veja é publicada a cada final de semana e a gente tem de esperar por ela para ler o que deveria ser escrito pelos grandes jornais diários.

Por que isto acontece? Porque a grande mídia, com raríssimas e honrosas exceções, está dominada por jornalistas amestrados por oportunismo, alguns catadores de caraminguás estatais, outros geneticamente idiotas.

Tem razão o professor Natalino Dantas, o baiano que sacudiu o coreto quando afirmou que quem gosta do berimbau tem poucos neurônios.

E não é só baiano que gosta de berimbau. Seguramente 99% da população brasileira adoram berimbau.

A minha assertiva encontra comprovação com base em pesquisa recente que conferiu à Lula quase 70% de aprovação.

Veja abre a matéria sobre essa inaudita bênção popular a Lula fazendo as seguinte anotações que transcrevo como segue. (Assinantes lêem tudo clicando AQUI). Eis a abertura da matéria:

Feliz o país que tem um governante amado pelo seu povo. Essa máxima, tida como verdade absoluta nos tempos em que se acreditava no poder divino dos reis, tem sido muito lembrada no Brasil de Lula, presidente com quase 70% de aprovação nas pesquisas. Ela é uma meia verdade.

Governantes impopulares muitas vezes estão heroicamente sacrificando sua imagem em benefício de um objetivo maior para o país, cuja consecução exige remédios amargos.

Da mesma forma, a história registra a ocorrência de inúmeros líderes carismáticos que usaram seu magnetismo com as massas para arrastá-las rumo a aventuras ruinosas.

Ser objeto de adoração popular é sempre bom para o governante, mas nem sempre o é para o povo. Sempre bom para o povo é ter um governante com visão clara de futuro, sólida formação moral, vontade e possibilidade de fazer o que tem de ser feito para promover o bem comum.

Para alguns aliados de Lula, ele deveria usar sua popularidade para esticar seu mandato ou, talvez, ficar no poder vitaliciamente. Lula poderia, também, usar sua popularidade para fazer as reformas do estado que precisam ser feitas e que não aumentariam, de imediato, sua popularidade. A saber, a reforma tributária e a trabalhista.

Mas para isso é necessário pensar na próxima geração, e não na próxima eleição.