Adeus, dinossauros!

Num post mais abaixo reportei dados de pesquisa que mostra que a internet já está abocanhando uma fatia maior em publicidade do que a TV paga. Quais as razões para esse inusitado comportamento no âmbito da economia?

O Jornal Nacional da Rede Globo, realizou uma série de matérias a respeito dos extraordinários avanços da tecnologia. Reproduzo acima um vídeo com um dos segmentos do programa que pode ser acessado em sua totalidade na página do Jornal Nacional.

Nos Estados Unidos – aonde mais poderia ser? – há cidades que oferecerão em qualquer lugar conexão de graça com a internet para toda a população. Daqui a pouco ofertarão gratuitamente esse serviço em ônibus, metrôs e vai por aí.

Já no curto prazo, o uso do computador será um ato tão prosaico como falar ao telefone, como acontece hoje com o celular. Cada membro de uma família terá o seu próprio lap-top. Isto já acontece com a classe média alta. Mas, logo, logo, qualquer pessoa, mesmo que possua renda mensal muito baixa, terá o seu computador pessoal conectado à grande rede.

A ampla escala de produção – graças ao modo de produção capitalista turbinado pelos avanços da ciência - permitirá a universalização do computador, como ocorreu com o telefonia celular. Mas é bom que se frise: depois de privatizada.

Chegará um momento em que computadores serão oferecidos gratuitamente e operáveis, sei lá, por cartões, como acontece com os atuais telefones celulares e a custo acessível inclusive às camadas da população de baixa renda.

Há quem imagine que estou exercitando futurologia barata. Aqueles que pensam assim são os dinossauros. Os dinossauros longevos estarão vagando por aí num futuro muito próximo como verdadeiros zumbis. Serão os seres humanos desconectados.

Esta migração para a sociedade informatizada ocorre em velocidade cada vez maior, embora muitos não se apercebam dessa realidade inelutável.

O vídeo acima é apenas um aperitivo do que está por vir daqui a pouco. E qualquer exercício futurológico não permite que se façam previsões que ultrapassem os cinco anos. No ano passado, vejam só, falava-se em previsões de no máximo 10 anos.

No entanto, o que já é quase realidade nos países desenvolvidos, no mundo periférico no qual se encaixa o Brasil e o resto da América Latina botocuda, tem sabor de ficção científica. Aqui se fala em preservar costumes indígenas do tempo da pedra lascada, do boi e do arado.

No âmbito da política a ciência aplicada, que é a tecnologia, sepultará todas as utopias ditas da modernidade, porquanto imporá uma mudança de paradigma no modelo organizacional da sociedade que envolve a produção, o trabalho e a vida social. Da mesma forma como ocorreu com a revolução copernicana que influenciou, inclusive, a forma de ocupação do solo e o modelo sobre o qual eram erigidas as cidades e tecidas as relações sociais.

Nenhuma mudança social decorreu de tiradas ideológicas de pretensos iluminados ou pelo viés da revelação de escrituras sagradas.

Entretanto, isto não quer dizer que a ciência e a tecnologia estão criando o paraíso. Somos humanos, demasiadamente humanos, para construir máquinas e artefatos perfeitos. Até porque a natureza também é imperfeita e tende sempre para o caos, governada que é por um eterno processo entrópico. Nunca se esqueça que a racionalidade é uma invenção humana, proveitosa, é claro, porém contrastante com a irracionalidade do universo.

O passado já foi presente e futuro. E o presente é o futuro do passado. Daqui a um segundo o presente se transforma em passado e deixa simplesmente de existir. A ciência trabalha sempre tecendo o futuro e, por isto mesmo, incomoda terrivelmente quem insiste em viver na nostalgia, a noção mais idiota concebida pelo cérebro humano.

A única coisa que é transecular é a arte, que conceituo como um coágulo de emoção materializado no artefato artístico. Todo o resto é nostalgia.

Para finalizar, uma brincadeirinha. Quando vi aqueles fantásticos computadores mostrados no vídeo acima, ou seja, os servidores que suportam todas as conecções da grande rede, exultei o fato de que dentro deles trafega pelos milhares de circuitos o brado retumbante: Fogo nos Botocudos. Fogo Neles!

Portanto, sorry periferia botocuda. Só posso dizer: adeus, dinossauros!