A partir das ponderações do Ministro, passo agora à minha análise dos fatos:
O que ocorre no Brasil sob a égide petralha não tem paralelo na história da República. Lembrem-se, por exemplo, do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Por mais reparos que possamos colocar a ele, o certo é que enquanto Fernando Henrique presidiu o Brasil não houve nenhum atentando ao Estado de direito democrático e tampouco abuso de poder por parte de autoridades como se está vendo agora no governo de Lula e seus sequazes.
De outra parte, causa espécie que magistrados e procuradores estejam fazendo passeatas de protesto contra o Presidente do Supremo por sua decisão concedendo do habeas corpus ao banqueiro Daniel Dantas.
Trata-se de uma ação afrontosa, antidemocrática e que quer, por que quer, a todo custo, impor a vigência de um Estado policial. É, na verdade, a negação do direito; é pisotear a Constituição Federal.
Advirto, com conhecimento de causa, que as faculdades de Direito no Brasil estão cheias de professores idiotas que professam o credo marxista embora, na sua maioria, não saibam sequer redigir uma petição. São os conhecidos adeptos do “direito alternativo” ou “direito achado na rua”, uma ideologia cretina que supõe ser possível resolver problemas sociais através de decisões judiciais.
Não há dúvida de que essa corrente marginal do direito tem influído nos últimos anos sobre o alunado das faculdades. Despreza a dogmática jurídica e crê ser ela uma “malandragem do direito burguês” e outras bobagens do gênero.
Mas em que pese o besteirol do qual se reveste tal movimento, o certo é que acabou criando uma geração de bacharéis equivocados e que podem se tornar mais tarde massa de manobra de governos populistas de viés esquerdizante, como ocorre no Brasil e na maioria dos países latino-americanos.
Isto ficou evidenciado na ampla reportagem que a revista Veja apresentou em sua edição desta semana, pinçando do inquérito relativo ao affaire Daniel Dantas, aquilo que identificou como “convulsões ideológicas”. O jornalista que redigiu a matéria conseguiu traduzir de forma exata, numa linguagem não técnica, o ponto crucial do direito moderno, isto é racional, que opera só e apenas no nível fático.
Portanto, agora são juízes e procuradores que entram em “convulsão ideológica” quando tentam quebrar a hierarquia do Poder Judiciário, aventando a hipótese insana de postular o impeachment do próprio presidente da Suprema Corte, justamente a guardiã da Constituição.
Em boa hora o ministro Gilmar Mendes abre o debate sobre a necessidade de uma legislação que coíba com rigor os abusos de autoridade, ao mesmo tempo em que garanta a fiel observação à norma constitucional e, por conseqüência, mantenha intocáveis as liberdades democráticas.
O resto é conversa fiada, mas perigosa. Trata-se de um espasmo comuno-fascita.
3 comentários:
Aluízio:
Até onde se sabe, o governo FHC não se notabilizou pelo abuso do poder. Na minha opinião, houve o contrário: pusilanimidade com os reiterados atentados ao estado democrático e de direito perpetrados pelo MST e outros asseclas do PT (sindicalistas, representantes dos "movimentos sociais",etc). Queriam implantar no Brasil o stalinismo da "vontade do povo" via democracia direta, consumando a destruição da propriedade privada e das liberdades individuais, sob o olhar complacente e esquerdista do "socialista" de plantão, o então presidente da república FHC.
Uma crise de autoridade presidencial, enfim, magnificamente exemplificada pelas constantes humilhações impostas ao governo pelo ACM e pela covardia do presidente diante da invasão à sua propriedade em Buritis. O ovo da serpente estava sendo gestado lá, no governo FHC, sob a justificativa da governabilidade. Agora temos isso no Brasil: o totalitarismo sendo implantado desavergonhadamente e à vista de todos nós, impunemente.
Abraço,
Quanto ao fato de ter sido um governo pusilanime, não há nenhuma dúvida.Houve muita transigência para a consumação do segundo mandato. Isto representou um dano terrível e agora estamos pagando a conta. Refiro-me, no artigo, ao fato concreto de que não houve esses abusos que consagram o botocudismo como forma de governar.
JK, por exemplo, anistiou os golpistas que tentaram derrubá-lo e não se via as cenas estúpidas e de truculência desnecessária.
Agora vocês mudaram de lado e defende "dereitos humanos" pra criminosos...
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