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quarta-feira, julho 16, 2008

As polícias como instituições democráticas

No Brasil é assim. É oito ou oitenta. Durante a ditadura civil-militar a Polícia Federal foi transformada em Polícia Política do regime. Agora, sob o governo do PT foi novamente aparelhada não propriamente como a polícia política que foi na ditadura, mas transformada num inaudito esquema que combina ações policiais com marketing político do interesse do lulismo.

Já tenho manifestado aqui neste blog que há necessidade de que seja restaurada a confiança da população brasileira nas polícias.


Insisto no fato de que as Forças Armadas e as polícias militar e civil são instituições democráticas em qualquer país democrático.

A função das polícias é contribuir para a manutenção da ordem, o respeito à lei e, sobretudo, ao que dispõe a Constituição do Estado além, obviamente, de suas ações preventivas e repressivas.


As polícias têm por objetivo a vigília permanente pela segurança dos cidadãos e, portanto, jamais poderiam ser estigmatizadas por eles, como são no Brasil. Trata-se de lamentável visão decorrente dos sucessivos períodos de autoritarismo no Brasil, fato do qual se aproveita o petismo em sua insaciável ânsia pela perpetuação no poder.

Tenho quase certeza que sou dos poucos jornalistas e advogados que defendem a polícia e reconhecem nela fundamental importância social.

Tenho defendido uma política de segurança pública capaz de instituir normas rigorosas na seleção dos cidadãos que desejam fazer carreira policial.

Isso significa profissionalizar ao máximo as polícias, o que inclui, por exemplo, plano de carreira, salários adequados e permamente aperfeiçoamento de seus quadros, dentre outras providências correlatas voltadas ao soerguimento da instituição e sua valorização. Ao mesmo tempo a criação de mecanismos destinados a purgá-la permamentemente da contaminação criminosa.

O que o governo do PT está fazendo com a Polícia Federal é justamente o contrário de tudo isso, com a agravante de utilizar os policiais, que são funcionários do Estado, para o exercício do marketing e agitação política, sim, porque o modo de procedimento da PF nas suas últimas operações induz à população à prática abjeta da luta de classes e do preconceito enquanto estimula o desprezo pelo Estado de direito democrático.

Essa manipulação das forças de segurança caracteriza, sem dúvida, o viés comuno-fascista do lulismo.

De um lado os comuno-fascistas do PT, toleram sem pejo a ação dos bandoleiros e traficantes, aqueles botocudos que espreitam os cidadãos nas ruas para matá-los com a finalidade de roubar, gerando a permanente sensação de insegurança, principalmente nas áreas urbanas; de outro, manipulam a Polícia Federal no sentido de que suas ações, ao invés de trazerem segurança para os cidadãos, sirvam apenas para instigá-los a desprezar o Estado de direito.

Acredito que dentro da Polícia Federal muitos de seus servidores postulam o profissionalismo. Estão lá arriscando as próprias vidas diariamente no combate ao crime e o fazem por vocação, coragem, desprendimento; agem em consonância com os seus deveres e em sintonia com a expectativa da sociedade.

Há pouco, visitando alguns sites noticiosos deparei com uma foto banqueiro Cacciola, cuja extradição é solicitada pelo Brasil. Aparece escoltado por agentes policiais preparando-se para deixar Mônaco em direção a Paris e depois ao Brasil.

Cacciola caminha tranqüilo sem algemas, sob a vigilância dos policiais que o escoltam.

Sem estardalhaço, sem pirotecnia, sem nenhum aparato de marketing. Como convém a uma polícia profissional que está cumprindo com seu dever de forma discreta e sigilosa, até porque é isto que recomenda a boa técnica policial.

Que a banda boa da valorosa Polícia Federal aproveite o embalo dos últimos acontecimentos no sentido de contribuir para que seja restaurado o profissionalismo e afastada a deletéria politização da instituição. Os policiais só terão a ganhar com isso, principalmente o apoio e o respeito dos cidadãos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Aluizio, concordo consigo em genero, número e grau.
No entanto pergunto: como podem ser atraídos, treinados e mantidos, bons profissionais com as restrições orçamentárias impostas contra essas instituições?
Veja no Rio de Janeiro a situação miserável descrita há meses pelos chamados "coronéis Barbonos" e se entenderão os tristes acontecimentos que se produziram.
Infelizmente as autoridades que ai estão vingam-se do governo militar despojando instituições que deveriam trabalhar para o bem da sociedade.
Segue em curso terrível plano para desmoralizar, enfraquecer e destruir as instituições e - o pior! - desacreditar as virtudes por elas representadas!
A situação é grave, o plano muito bem urdido, e a continuarmos nesse rumo só teremos "tempestades" pela frente.
A "parte sadia" dos chamados "operadores do Direito" (sim, porque grande parte deles está contaminada pelo marxismo-leninismo!) pode até chiar, reclamar, esbravejar, mas de prático nada farão, pois o poder real não reside nas palavras deles.
Já passamos dessa fase....
Tivéssemos Forças Armadas de verdade ai sim, poderia ser mudado o curso desastroso...
Desculpe a franqueza, mas na grave situação atual só uma nova intervenção "manu militare" pode solucionar...ou amenizar!

Aluizio Amorim disse...

Certo, Anônimo. Isto faz parte, sem dúvida, desse esquema de destruição paulatina de toda as instituições democráticas, a começar pelas Forças Armadas e as polícias. Os "Coronéis Barbonos" de fato vêm denunciando isto há muito tempo. O Rio de Janeiro é uma cidade destroçada. Mas até mesmo aqui em Florianópolis, outrora uma Ilha de paz e sossego, já vem sendo assediada pelos botocudos.