
Na época da bossa nova:Tom, Vinícius, Boscoli, Menescal e Carlos Lira
Raramente encontro textos jornalísticos bem escritos. E, quando os encontro estão no Estadão. Reproduzo (link aberto) a parte inicial de uma matéria assinada por Antônio Gonçalvez Filho, relatando debate havido na 6ª Festa Literária Internacional de Paraty, relativo aos 50 anos da bossa nova que se comemoram este ano. Gonçalvez Filho consegue sintetizar o conteúdo do debate de forma perfeita.
Para quem é bossanovista como eu, eis aí a interessante abordagem dos debatedores reportada de forma competente:
Os 50 anos da bossa nova foram lembrados na 6ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) com um debate entre um de seus pioneiros, o músico e compositor Carlos Lyra, e o crítico Lorenzo Mammì, em que o primeiro classificou-a de um "surto" cultural de músicos cariocas, insatisfeitos com as formas de interpretação musical dominantes no Brasil durante os anos 1950.
Lyra, que escreve atualmente um livro sobre a história da bossa nova para a editora Casa da Palavra, explicou porque prefere a palavra surto no lugar de movimento musical.
"Seria incorreto chamar a bossa nova de movimento, considerando que não tínhamos sequer um manifesto", disse Lyra, que, num rápido lance de análise sociológica, classificou o "surto" como resultante da frustração musical de jovens da classe média, sem modelos formais capazes de suprir sua carência estética.
O vozeirão dos cantores populares e as letras derramadas e passionais das canções da era JK encontraram sua contrapartida na batida minimalista e na suavidade da interpretação dos primeiros músicos da bossa nova, assim batizada por um garoto judeu da Sociedade Hebraica do Rio de Janeiro, do qual Lyra não lembra o nome. (Leia tudo).
Para quem é bossanovista como eu, eis aí a interessante abordagem dos debatedores reportada de forma competente:
Os 50 anos da bossa nova foram lembrados na 6ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) com um debate entre um de seus pioneiros, o músico e compositor Carlos Lyra, e o crítico Lorenzo Mammì, em que o primeiro classificou-a de um "surto" cultural de músicos cariocas, insatisfeitos com as formas de interpretação musical dominantes no Brasil durante os anos 1950.
Lyra, que escreve atualmente um livro sobre a história da bossa nova para a editora Casa da Palavra, explicou porque prefere a palavra surto no lugar de movimento musical.
"Seria incorreto chamar a bossa nova de movimento, considerando que não tínhamos sequer um manifesto", disse Lyra, que, num rápido lance de análise sociológica, classificou o "surto" como resultante da frustração musical de jovens da classe média, sem modelos formais capazes de suprir sua carência estética.
O vozeirão dos cantores populares e as letras derramadas e passionais das canções da era JK encontraram sua contrapartida na batida minimalista e na suavidade da interpretação dos primeiros músicos da bossa nova, assim batizada por um garoto judeu da Sociedade Hebraica do Rio de Janeiro, do qual Lyra não lembra o nome. (Leia tudo).
4 comentários:
Moyses Fuks era um rapaz do Grupo Universitário Hebraico do Brasil, e chamou-os para um show. O cartaz da entrada, que os nomeava Bossa Nova, ninguém sabe quem escreveu.
Bem lembrado, Letícia. Li esta informção já não sei em que texto. Pode ser no Chega de Saudade, do Ruy Castro. Pode ser.
Pode até ser, Aluizio. Acabo de fazer um livro do Zuza Homem de Melo, de 1976, com depoimentos que ele colheu desse povo todo da Bossa Nova em 1968, e que foi referência pra levantamentos posteriores.
Foi uma delícia trabalhar nele. Vai sair novamente, reformulado, em breve. Wait.
Estou aguardando. Valeu!
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