Nunca antes neste país. Vocês verão.

A população vai sentir cada vez mais os efeitos da inflação em alta e isso poderá mexer com a popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Esta é a opinião do economista e professor da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Simão Silber.

"A experiência mundial é clara. A popularidade de um governo depende da economia, do que mexe com a vida das pessoas.

E hoje temos francamente uma situação em que o poder aquisitivo do pobre e da classe média está sendo comida por uma inflação alta. É um problemão que está instalado no País", afirma. (Do site do Estadão com gráfico da popularidade atual do Apedeuta).

MEU COMENTÁRIO: por mais que deplore esse governo medíocre e rapinante estou torcendo para que a maldita inflação seja contida. Note-se que foi debelada pelo bem sucedido plano real que colocou razoável ordem aqui no lixo ocidental, embora tenha sido apedrejado à época pelo PT.

Sei que não adianta torcer, porque os ditos fundamentos sólidos da economia brasileira são tão sólidos quanto um palanque em banhado. A inflação está aí e gera toda uma expectativa pelos empresários botocudos que já se aproveitam da situação para explorar os consumidores.

A única coisa que se vê é um governo acovardado e arredio. Até os bate-paus dos tais movimentos sociais parece que sossegaram o rabo.

Nunca antes neste país se esteve à mercê de um grande problema que requer muita competência e liderança verdadeira para combater e solucionar.

Notem que agora os tais economistas que viviam puxando o saco de Lula e seus sequazes são os primeiros a traçar o cenário desastroso que se pressentia há muito tempo. Dentre os economistas sempre havia um ou outro alertando, embora a maioria cerrasse fileiras com o governo e ajudasse a alardear os sólidos fundamentos da economia brasileira.

Nessa nota que reproduzo acima, esse economista professor da USP diz que estamos vivendo uma situação em que o poder aquisitivo do pobre e da classe média está sendo comido pela inflação alta. Ah, é?

Na verdade, a classe média já vem sendo castigada há muito tempo. Cansei de alertar aqui no blog que jamais daria certo um projeto econômico que esvaziasse a classe média.

Temos agora o cenário de um Brasil com brutal concentração da riqueza nas mãos dos banqueiros e mega-empresários de um lado e os pobres, que continuam tão pobres como sempre, de outro lado.

A classe média diminuída com a transferência de seus recursos para financiar auxílio aos pobres está também praticamente liquidada e não poderá funcionar como um contrapeso no conjunto da economia num momento de crise.

Já repeti várias vezes. Os países desenvolvidos têm uma classe média que alcança cerca de 90% da população. Com a chegada de Lula e seus sequazes ao poder iniciou-se a expropriação dos já moderados ganhos de uma classe média brasileira que sempre foi incipiente e sempre pagou a conta dos sucessivos desgovernos.

Junte-se a tudo isso a expansão do crédito que já pendurou boa parte da combalida classe média e razoável parcela da classe mais pobre. Eis aí os ingredientes para se prever o pior, como nunca antes neste país.

Repito, eu torço para que esta a minha análise esteja completamente errada.