
Este é o texto integral do podcast do Diogo Mainardi, que está no site da revista Veja. Vale a pena ler? Vale. Trata de espionagem, mistério e intrigas. Ao fundo, dançam as sombras do lulismo.
Daniel Dantas espionou os italianos. Os italianos responderam espionando Daniel Dantas. Esse foi o resultado do inquérito dos procuradores milaneses contra os arapongas da Telecom Italia.
Num de seus interrogatórios, o chefe dos arapongas, Giuliano Tavaroli, definiu a estratégia da empresa: "Para tratar com um bandido, é preciso outro bandido". No caso, ele se referia a Daniel Dantas e a Naji Nahas. Assunto requentado? Sim, assunto requentado.
O advogado de Daniel Dantas declarou que o inquérito italiano pode ajudar seu cliente. Mentira. Se os italianos mandaram hackear o computador do agente da Kroll, eles só o fizeram porque o agente da Kroll os hackeou primeiro.
O episódio é conhecido. Os documentos do Ministério Público italiano apenas confirmam o que todos nós já sabíamos: um espionou o outro, um praticou crimes contra o outro. Daniel Dantas que se dane. Os italianos que se danem.
Apesar de todo o repeteco, surgiu uma grande novidade na última semana. E a novidade foi justamente aquela que a imprensa brasileira se esqueceu de noticiar.
Os procuradores milaneses concluíram uma parte do inquérito contra os arapongas da Telecom Italia, mas mantiveram aberta uma outra parte, a que mais nos interessa: as suspeitas de que a empresa corrompeu funcionários públicos e políticos no exterior, em particular no Brasil.
Quem mais tratou do assunto fui eu. Para dar uma idéia do que o Ministério Público italiano pode estar procurando, sugiro a releitura de dois dos meus artigos: "Fantasioso? Sórdido?" e "Esperei Godot. E ele apareceu".
A PF, ridiculamente, tentou me associar a Daniel Dantas. Como eu nunca falei sobre o assunto com ele ou com qualquer membro de seu bando, o delegado Protógenes Queiroz se limitou a citar meus artigos.
O motivo disso tudo é simples. Desde que o caso estourou na Itália, ignorei completamente as denúncias de arapongagem, concentrando-me no que de fato me parecia importante: os pagamentos feitos aos políticos brasileiros.
Há uma penca de depoimentos que comprovam essa prática. Entendo que os lulistas queiram abafar o caso. Entendo que eles prefiram tratá-lo como uma mera batalha comercial entre empresas e empresários afeitos à bandidagem.
Entendo que eles comprem uns blogueiros patifes empenhados em acobertá-los. Por enquanto, os lulistas podem comemorar. A magistratura brasileira, pelo que publicaram os jornais italianos, ainda nem pediu cópias dos documentos.
Mas ainda há um inquérito em andamento. E ele pode mostrar que mais bandidos precisam ir para a cadeia, além de Daniel Dantas e Naji Nahas.
Daniel Dantas espionou os italianos. Os italianos responderam espionando Daniel Dantas. Esse foi o resultado do inquérito dos procuradores milaneses contra os arapongas da Telecom Italia.
Num de seus interrogatórios, o chefe dos arapongas, Giuliano Tavaroli, definiu a estratégia da empresa: "Para tratar com um bandido, é preciso outro bandido". No caso, ele se referia a Daniel Dantas e a Naji Nahas. Assunto requentado? Sim, assunto requentado.
O advogado de Daniel Dantas declarou que o inquérito italiano pode ajudar seu cliente. Mentira. Se os italianos mandaram hackear o computador do agente da Kroll, eles só o fizeram porque o agente da Kroll os hackeou primeiro.
O episódio é conhecido. Os documentos do Ministério Público italiano apenas confirmam o que todos nós já sabíamos: um espionou o outro, um praticou crimes contra o outro. Daniel Dantas que se dane. Os italianos que se danem.
Apesar de todo o repeteco, surgiu uma grande novidade na última semana. E a novidade foi justamente aquela que a imprensa brasileira se esqueceu de noticiar.
Os procuradores milaneses concluíram uma parte do inquérito contra os arapongas da Telecom Italia, mas mantiveram aberta uma outra parte, a que mais nos interessa: as suspeitas de que a empresa corrompeu funcionários públicos e políticos no exterior, em particular no Brasil.
Quem mais tratou do assunto fui eu. Para dar uma idéia do que o Ministério Público italiano pode estar procurando, sugiro a releitura de dois dos meus artigos: "Fantasioso? Sórdido?" e "Esperei Godot. E ele apareceu".
A PF, ridiculamente, tentou me associar a Daniel Dantas. Como eu nunca falei sobre o assunto com ele ou com qualquer membro de seu bando, o delegado Protógenes Queiroz se limitou a citar meus artigos.
O motivo disso tudo é simples. Desde que o caso estourou na Itália, ignorei completamente as denúncias de arapongagem, concentrando-me no que de fato me parecia importante: os pagamentos feitos aos políticos brasileiros.
Há uma penca de depoimentos que comprovam essa prática. Entendo que os lulistas queiram abafar o caso. Entendo que eles prefiram tratá-lo como uma mera batalha comercial entre empresas e empresários afeitos à bandidagem.
Entendo que eles comprem uns blogueiros patifes empenhados em acobertá-los. Por enquanto, os lulistas podem comemorar. A magistratura brasileira, pelo que publicaram os jornais italianos, ainda nem pediu cópias dos documentos.
Mas ainda há um inquérito em andamento. E ele pode mostrar que mais bandidos precisam ir para a cadeia, além de Daniel Dantas e Naji Nahas.
3 comentários:
Aluizio, “off post”: acredito na governadora gaúcha quando afirma que o RS perdeu a Toyota para SP por interferência de Lula, agradando o governador Serra. Não tenho nada contra SP. Sou gaúcho e moro aqui há 20 anos. Mas por quê só SP recebe grandes investimentos? E o resto do país, não vale nada? Vamos separar de vez?
Vc tem razão Jajá. Mas é que essas motadors trabalham no meio daquilo que denominam "clusters". Tem de estar rodeadas de fornecedores de autopeças. Creio que a falta de infra-estrutura adequada de transporte e logística, tem como resultado a perversa concentração industrial. Veja por exemplo que não há uma malha ferroviária cobrindo o Brasil. O transporte rodoviário já começou a entrar em colapso. Este é um país botocudo em todos os níveis. Com o governo petralha essa questão se tornou muito mais aguda. É isto, não tenha dúvida.
Na verdade essas grandes empresas querem tudo de graça. Deveria ser proibido dar incentivos a esse pessoal. Se eles não querem ficar no Brasil, podem ir para onde quiserem e pronto.
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