TRANSLATE/TRADUTOR

quinta-feira, julho 17, 2008

Senado derruba projeto populista do casal Kirchner

Ruralistas comemoram a vitória contra o aumento de impostos
A presidente da Argentina,Cristina Kirchner, e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, sofreram na madrugada desta quinta-feira, 17, uma derrota sem precedentes ao perder a votação no Senado do projeto de lei do governo que determinava o aumento dos impostos sobre as exportações agrícolas argentinas.

Após 16 horas de debates, a votação do projeto do governo acabou em empate. O voto de Minerva coube ao vice-presidente Julio Cobos, que também é presidente do Senado. Contrário ao projeto, Cobos chegou a cogitar votar com o governo para evitar o agravamento da tensão política. Mas acabou votando contra.
(Leia mais).

MEU COMENTÁRIO:
ao contrário dos brasileiros, os argentinos não dão moleza, vão para as ruas e peitam as maquinações populistas do casal Kirchner.

E os empresário de lá também não ficam em cima do muro como os daqui, lambendo o saco dos governantes. Têm opinião própria e enfrentam o governo, como estão fazendo os empresários rurais.

Tanto é que conseguiram derrubar o projeto do governo que aumentava os impostos sobre as exportações agrícolas.
(Foto do site do Estadão)

6 comentários:

Anônimo disse...

Aluizio, para entender um pouco dessa letargia tupiniquim, tomo a liberdade de postar aqui este artigo de Maria Lucia Barbosa , o qual tive a oportunidade de postar em meu blog em 28.3.2008:-ELES TÊM POVO, E NÓS?

MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA

28/03/2008



Em 1881, na sua obra L’esclavage ao Brésil, o francês Louis Couty escreveu: “O Brasil não tem povo”. “Em nenhuma parte se encontrarão estas massas fortemente organizadas de produtores livres e agrícolas ou industriais, que, em nossos povos civilizados são a base de toda riqueza, bem como não se acharão massas de eleitores sabendo pensar e votar e capazes de impor ao governo uma direção definida”.

Este perfil da sociedade brasileira, descrito por Couty, nos remete a outras recordações. Sem nenhuma conotação terceiro-mundista de complexo de inferioridade, vem à lembrança que, enquanto a Revolução Industrial, iniciada em fins do século XVIII na Inglaterra, dali se espalhava para o continente europeu e alguns lugares do mundo, no Brasil não se podia sequer falar em evolução agrária um século depois. Assim, enquanto a partir do Império Britânico se desenvolveram a técnica, a ampliação de mercados, o capitalismo industrial, na ex-colônia portuguesa utilizava-se até fins do século XIX o escravo no lugar da máquina, a força bruta em vez da tecnologia. E sob a mentalidade da Contra-Reforma, anticapitalista e antiprodutiva, o legado lusitano de lucro fácil e aversão ao trabalho metódico e produtivo, imprimia no tecido social os comportamentos que fazem de nós em grande parte o que somo agora.

Lembremos também que nosso Executivo já nasceu forte, assim permanecendo até hoje. E mesmo quando esse Poder, ao longo da história, deixou a desejar, tal fato não estimulou em nosso povo atitudes revolucionárias ou mesmo reações de protesto que, se aconteceram partiram de alguns grupos e não da sociedade como um todo.

A explicação de nossa proverbial passividade deve ser buscada em nossas raízes e como tão bem enfatizou Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil:

“Entre nós, o domínio europeu foi, em geral, brando e mole, menos obediente a regras e dispositivos do que a lei da natureza. A vida aqui parece ter sido incomparavelmente mais suave, mais acolhedora das dissonâncias sociais, raciais e morais. Nossos colonizadores eram, antes de tudo, homens que sabiam repetir o que estava feito o que lhes ensinara a rotina”.

A Espanha, que na bela imagem de Fernando Diaz Plaja “é como um licor forte que pode ser apreciado ou detestado, mas nunca bebido com a indiferença com que se toma um copo d’água”, legará também ás suas colônias seus valores, seu radicalismo. O espanhol foi deixando seu rastro, engendrando com as índias uma raça mestiçada, os crioulos, que herdaram os valores de Castela: orgulho, honra, coragem, fidalguia, aversão ao trabalho manual, individualismo.

A partir de 1810, inicia-se o processo de independência das colônias hispânicas com a participação de seus povos, algo que não ocorreu no Brasil. Entretanto, as revoluções das oligarquias nativas continham muito mais o elemento da tradição do que o da mudança. O que se desejava alterar era a composição do poder e não sua essência. Desse modo, surgirá na América de origem espanhola o desequilíbrio estrutural cujas manifestações mais graves e até hoje sentidas são a instabilidade política, o atraso econômico e, no plano cultural a desconfiança generalizada e o individualismo.

Mesmo assim, vemos hoje com relação a comportamentos cívicos, a diferença entre nós e os demais países latino-americanos. Estas sociedades são capazes de reação diante de governos considerados inaceitáveis ou pouco convincentes.

Vimos isso há pouco tempo na Venezuela, no movimento organizado por estudantes que disseram “no” ás pretensões de Hugo Chávez de se consolidar como ditador. Observamos o apoio do povo colombiano ao seu presidente Uribe, nas manifestações contra as sanguinárias Farc. Não têm faltado insurgências de bolivianos contra Evo Morales. E agora a classe média argentina está arregimentada e indo às ruas fazer “panelaços” contra a elevação de impostos das exportações de grãos.

No Brasil, o MST recrudesceu em violência, destruição, desrespeito á propriedade e ninguém tomou conhecimento. Uma epidemia de dengue, antes negada pelo ministro da Saúde, avança no Rio de Janeiro ceifando vidas, principalmente de crianças, e com possibilidade de se alastrar para outros Estados. Mas o presidente disse que nossa Saúde está perto da perfeição e todos acreditam. A violência urbana mata como se estivéssemos em guerra e as pessoas se deixam matar como moscas sem reclamação. A corrupção governamental é tanta que se banalizou e é tida como natural. E quando o presidente Luiz Inácio, tendo um ataque agudo de chavite diante do ditador de fato da Venezuela, bravateia em Recife como um Odorico Paraguaçu, que ligou para o presidente Bush e disse: “Ô Bush, o problema é o seguinte, meu filho: nós ficamos 26 anos sem crescer. Agora que a gente está crescendo, vocês vem nos atrapalhar, pô? Resolve! Todo mundo embevecido aplaude e a aprovação do grande líder sobe.

Será que passado tanto tempo depois da visita de Couty, ainda não temos povo?

Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

mlucia@sercomtel.com.br
Este artigo é e sempre será atual.Um grande abraço do Airton e grato pela sua consideração.

Aluizio Amorim disse...

Valeu, Airton. A Maria Lúcia é das poucas sociólogas "deste país" que não escreve bobagens. Vai sempre ao ponto.

Anônimo disse...

A França não gosta do Brasil porque foram expulsos por meia dúzia de índios com flexas.Até hoje não perdoam.

Stefano di Pastena disse...

O que mais me humilha é que não precisamos de exemplos de cidadania nos EUA ou na Europa: do nosso lado, os bravos argentinos não dão moleza para seu governo...Lulla e sua gangue já teriam rodado há muito, por lá.

Aluizio Amorim disse...

Sem dúvida Stefano. Podem falar o que quiserem dos argentinos, mas eles pelo menos tem fibra e vão todos para as ruas, inclusive a classe média, com seus famosos panelaços.

Anônimo disse...

Lá não reclamam que estão atrapalhando o trânsito,Amorim,dos 'incomodados' dentros dos carros, reclamando que tem carro demais nas ruas,fica uma hora no engarrafamento...
Aqui quem vai pra rua protestar só é chamado de canalhas, vagabundos,o que vale dizer, petralhas.

Assim não dá, assim não é possível...

Quinta-feira havia um pequeno grupo em frente do TICEN.Tímidos, via-se que sem traquejo pra manifestações.Segurando uma faixa, distribuíam panfletos xerocados pedindo apoio para uma lei[Lei Muwaji] que quer impedir os índios de matarem seus bebês.Sobretudo queriam apoio para evitar a censura de um filme mostrando a vida do pequeno Hakani.
A Funai quer de toda maneira processar e censurar o criador do documentário.No site que está indicado há as declarações raivosas do Presidente da Funai.

¬¬
Lia