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terça-feira, agosto 05, 2008

As favelas e uma idéia

Nesta foto um pedacinho da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, que editei a partir do Google Earth.

Peguei apenas a parte debaixo do morro e a boca dos túneis da rodovia que vai da zona Sul à Barra da Tijuca. Se algum carioca estiver lendo o blog, por favor, me corrija se estiver fazendo uma leitura geograficamente errada.

Há muito tempo estive na Barra da Tijuca à noite. Não sei se terei coragem hoje em dia de fazer o mesmo percurso à luz do dia, já que se passa praticamente dentro da favela que se espraia sobre o asfaslto.

Mas por que estou postando esta foto. É que dentro da daquela matéria das Mega Metrópoles do Estadão, motivo de post mais abaixo, há um box com o link para o Google Erth ao lado de reportagem enfocando Rio. Cliquei no mapa do Rio de Janeiro e "sobrevoei" essa cidade tão bonita.

Do alto do satélite se constata que nada mais pode ser feito para salvar o Rio de Janeiro, que já foi tomado literalmente pelas favelas. A Rocinha, por exemplo, deve ter uma população maior que a de Florianópolis, a capital de Santa Catarina, aqui onde vivo.

O município de Florianópolis tem mais ou menos uns 500 mil habitantes. Os cinco municípios que compõem a área metropolitana denominada Grande Florianópolis somam algo perto de 1 milhão de habitantes

Só vejo uma solução para acabar com as favelas cariocas. Imagino que isso poderia ser feito atraves da desconcentração industrial deslocando grandes complexos industriais para as áreas despovoadas, abrindo-se frentes de trabalho em grande escala.

A arregimentação de mão-de-obra resgataria, através de meticulosa seleção, os habitantes exclusivamente das favelas das grandes cidades oferecendo-lhes a oportunidade de trabalho, habitação, saúde, educação e segurança.

Ao redor dos novos complexos industriais seriam edificadas habitações que receberiam a mão-de-obra que atuaria nesse centros industriais, fundando-se, evidentemente, novas cidades com novas regras municipais que envolverim segurança pública absoluta com tolerância zero e escolas com centros de treinamento de mão-de-obra.

Estou delirando? Pode ser. Mas estou pensando de forma racional, ou não?

Por que não se tentar uma experiência piloto? Convoque-se os grandes empresários nacionais, estrangeiros e mega investidores propondo-lhes um projeto piloto.

O que não pode acontecer é o que está na prática acontecendo: a glamourização das favelas e a sua defesa, como estampa uma longa matéria do Estadão que cito como exemplo.

Matérias deste tipo são publicadas diariamente, graças à sensibilidade botocuda dos jornalistas pautados pela idiotia do pensamento politicamente correto em conexão como essa miríade de ONGs, que enchem os bolsos dos espertalhões com o dinheiro público.

Resta saber se a população dessas favelas, cuja maioria se afirma ser integrada por pessoas decentes, trabalhadoras e honestas estaria disposta a abandoná-las.

7 comentários:

Paulo Fernando FL disse...

Você acertou sim, ali é parte da estrada lagoa-barra, entrando no túnel dois irmãos - que liga são conrado a gávea. Aquela rua grande da favela ("comunidade" para o povo politicamente correto) é a rua 2, hoje, lugar de trafico fast-food, lá atrás tem a estrada da gávea, que, antes do túnel, ligava São Conrado a zona sul. Mas abaixo, tem o supermercado Sendas, é lá perto que a PM fica parando os viciados que compram drogas no morro... E perto da li tem o shopping Fashion Mall, um dos mais chics do RJ... Vai entender?
Mas o problema das grandes cidades é a densidade demográfica, cidades com mais de 1 milhão de habitantes viram um caos.

Anônimo disse...

Não acho que estejas delirando. Mas o teu projeto tem um defeito de origem: "o povo das comunidades estão" em busca de quem lhe ofereça habitação, saúde, educação e segurança. Mas não tem muita simpatia por quem inclui oportunidades de trabalho no pacote...

Anônimo disse...

Não se preocupe Aluzio. Li no G1 que a "Classe média passa e ser maioria no Brasil". Logo, tudo estará resolvido, segundo os petralhas. Aliás, classe média no Brasil, no atual governo, é quem ganha até R$ 500. Tô certo?

Anônimo disse...

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Uma experiência surreal ouvir esse seu canal de músicas e ao mesmo tempo contemplar a fotografia da Rocinha.
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Anônimo disse...

Felizmente, nos últimos anos, tem ocorrido um processo de desconcentração industrial em São Paulo. Muitas empresas estão tranferindo suas instalações da capital para cidades do interior, atraindo paulistanos que desejam viver com mais qualidade de vida.

Anônimo disse...

Seu último parágrafo é a chave da questão, Aluízio. Primeiramente, como diz a Maria Aparecida, resta saber se eles querem trabalho, desses de bater ponto todo dia.
Segundo, mesmo que queiram, é preciso qualificação, coisa que muitas vezes nem o cara do asfalto tem.
A Rocinha, bem como outras favelas da Zona Sul principalmente, estão acostumadíssimas com os serviços delivery que prestam pro pessoal lá de baixo. E tem transporte, certa estrutura pra eletricidade, TV a cabo e outras cositas más.
Há algumas décadas, a Sandra Cavalcanti (não lembro em que tipo de cargo no governo) transferiu um pessoal inteiro da Favela do Esqueleto (onde hoje está a UERJ) para os cafundós do judas, lá em Jacarepaguá, na Cidade de Deus (que - reclamou-se na época, não tinha nada em volta, mas com força e determinação aquilo virou outro favelão). Pergunta se não querem jogar pedra nela até hoje por causa disso?
Não tem político nem ninguém pra peitar algo assim.

Anônimo disse...

Caros, leiam o excelente (apesar de volumoso) livro "Lanterna na Pôpa" do grande Roberto Campos.
Lá ele conta que logo que empossado no cargo de ministro de estado, procurou Castelo Branco e insistiu veementemente sobre a necessidade do controle da natalidade. Não conseguiu, sob a desculpa do "apoio da Igreja Católica ao governo militar".
(Lamentável ver agora - em perspectiva -que os militares foram usados pelo governo mundial para preparar o terreno para os dias de hoje - já em 67 enfiaram na Consituição esse absurdo de "função social da propriedade". Desarmaram os ruralistas que se preparavam para eliminar o "MST infantil" da época. Depois, em 74, Golbery criou Lula, Geisel normalizaou relações com a comunalha internacional, defenestrou o general Sylvio Frota leia-se o livro "Ideiais Traídos" e deixou a esquerda escrever a história, dominar a mídia e as escolas. Normalmente, quem ganha as guerras escreve a história, no nosso caso quem ganhou foram a esquerda e o governo mundial! E as Forças Armadas foram usadas no processo! Pobre Brasil!)