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segunda-feira, setembro 29, 2008

Escritor da Folha insinua que Palin é "castradora"

Selecionei dois trechos de um artigo de Slavoj Zizek, articulista do caderno Mais! da Folha de São Paulo. Segundo o jornal esse cidadão é um filósofo.

A Folha nem precisava ir tão longe buscar o Slavoj. Poderia ter encomendado algo semelhante à Marilena Chauí ou ao Pedro Stédile para compor o que pretende ser uma reflexão a respeito da crise americana.

Caramba! Não dá para acreditar, mas essa turma do Mais! da Folha não tem senso do ridículo. Esse “filósofo” chega a insinuar que a candidata republicana à vice, Sarah Palin, é uma “mulher castradora"! Caracas! Esse esloveno endoidou.

No segundo trecho que selecionei (o final do artigo), o danado não deixa por menos quando alerta que “devemos começar as nos preocupar: não apenas com as conseqüências econômicas da crise, mas com tentação evidente de injetar ânimo novo na ‘guerra do terror’.

Trata-se sem dúvida de um maluco, e não um filósofo. Se é contra a guerra ao terrorismo, logo só pode ser condescendente com o terror assassino.

É aquilo que eu sempre digo. Os jornalistas brasileiros, especialmente os editores do caderno Mais! da Folha, sofreram um apetralhamento completo. E tome teoria conspiratória no lugar da informação.

Por enquanto eu torço para que hoje de manhã o presidente George W. Bush avise que o acordo do pacotão foi alcançado e as coisas comecem
a voltar rapidamente ao normal.

Confiram o besteirol proferido pelo filósofo esloveno:

A estratégia republicana explora com maestria as falhas da política liberal-democrata: sua preocupação paternalista com os pobres, associada a uma indiferença mal disfarçada pelos trabalhadores de colarinho azul; seu feminismo politicamente correto, que anda de mãos dadas com uma mal disfarçada desconfiança das mulheres no poder.


Sarah Palin [candidata à Vice-Presidência na chapa republicana de John McCain] foi um sucesso nesses dois quesitos, desfilando sua feminilidade com seu marido de classe trabalhadora.

As gerações anteriores de políticas (Golda Meir, Indira Gandhi, Margaret Thatcher -mesmo Hillary Clinton, até certo ponto) eram mulheres do tipo mais comumente descrito como "fálicas": elas agiam como "damas de ferro" que imitavam a autoridade masculina ou a exageravam, procurando ser "mais homens que os homens".

Ao contrário, exibe sua condição feminina e materna com orgulho. Exerce um efeito "castrador" sobre seus adversários homens, não por ser mais viril que eles, mas por empregar a arma feminina máxima, ironizando sarcasticamente a autoridade masculina empolada.

Ela sabe que a autoridade masculina "fálica" é uma pose, uma ilusão a ser explorada e ironizada.

Vale recordar como ela zombou de Obama como "organizador comunitário", explorando o fato de que existe algo de estéril em sua aparência física, com sua pele negra diluída, seus traços magros e orelhas grandes...

(...)

Logo, a crise atual é o preço que está sendo pago pelo fato de os EUA terem evitado uma recessão cinco anos atrás.

Assim, o perigo é que a narrativa predominante da atual crise seja aquela que, em lugar de nos fazer despertar de um sonho, nos possibilitará continuar a sonhar.

É nesse ponto que devemos começar a nos preocupar: não apenas com as conseqüências econômicas da crise, mas com a tentação evidente de injetar ânimo novo na "guerra ao terror" e no intervencionismo dos EUA, para manter a economia funcionando a contento. (Assinante lê mais AQUI, mas é aconselhável ingerir antes um antiemético).

Um comentário:

Stefano di Pastena disse...

Deveriam contratar o Agamenon, d'O Globo: muito mais divertido e verossímil...