Morreu na noite desta sexta-feira (5) o jornalista Fausto Wolff, aos 68 anos, vítima de insuficência respiratória aguda. Ele estava internado em uma clínica particular, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Além de diretor e professor de literatura, Fausto foi um dos editores de "O Pasquim".
Segundo a família, Fausto Wolff, pseudônimo de Faustin von Wolffenbüttel, nasceu em Santo Ângelo (RS), em 1940. De família humilde, ele começou a trabalhar aos 14 anos como repórter de polícia e contínuo de um jornal de Porto Alegre. Aos 18 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Fausto Wolff era admirado pelo seu talento e famoso pelo temperamento forte. Na imprensa, ele trabalhou em jornais como "O Globo", "Jornal do Brasil" e "Tribuna da Imprensa". Atualmente, ele era colunista de um caderno de cultura. Além disso, Fausto Wolff foi autor de vários livros, entre os quais "O Acrobata Pede Desculpas e Cai", de 1966.
Ainda de acordo com a família, Fausto vinha lutando contra uma tromboembolia pulmonar há mais de dois anos. Fausto Wolff deixou a mulher e duas filhas. Até o fim da noite, a família ainda não tinha decidido onde o jornalista seria sepultado. (Do site G1).
MEU COMENTÁRIO: Fausto Wolff ganhou notoriedade na época da ditadura militar integrando a famosa "patota do Pasquim", um tablóide irreverente que marcou época e reunia gente do naipe de Millor Fernandes e o saudoso Paulo Francis.
Tive a oportunidade de conhecer o Fausto Wolff, aqui em Florianópolis, através do meu amigo escritor e jornalista Olsen Jr. Lembro que Fausto prestigiou o lançamento de um dos livros de Olsen no Shopping Beira Mar.
Naquele dia encontrei os dois no centro da cidade e Olsen me apresentou o Fausto Wolff e fomos para um bar jogar conversa fora. Disse ao Fausto que tinha um livrinho, Nazismo em Santa Catarina, e ele se mostrou muito interessado.
À noite, quando fui ao lançamento do livro do Olsen, levei um exemplar e autografei para ele. Grandalhão, truculento e despachado olhou para o livro e exclamou: "que ótima capa!. E nunca me esqueço, arrematou: "Vou ler. Se gostar te telefono para dizer que gostei. Se achar uma merda também ligarei".
Esse era o temperamento de Fausto Wolff, que a matéria do G1 qualifica de "forte". E aquela noite rolou com muito papo e muitas histórias foram contadas tendo Wolff como narrador.
Wolff pode ser considerado como um ícone de uma geração de jornalistas e escritores brasileiros que foram cevados na ditadura militar.
Esse período acabou criando um estilo a partir de O Pasquim. Depois houve a vã tentativa de reeditar o jornal, sem sucesso. Nessa empreitada Millor ficou de fora. Francis estava nos Estados Unidos.
A "patota do Pasquim" ficou apenas na memória daqueles que, como eu, viveu de perto a censura à imprensa. O irreverente jornal se transformou, através do humor, principalmente, numa forma de repudiar a ditadura.
Por isso tenho ojeriza a qualquer tentativa de tolher a liberdade de imprensa. É algo abjeto.
Nunca mais encontrei Fausto Wolff e também não acompanhei seus últimos escritos. Mas era sem dúvida um ótimo escritor, bom cronista e, sobretudo, bom papo, se o interlocutor soubesse relevar suas mordazes estocadas.
Segundo a família, Fausto Wolff, pseudônimo de Faustin von Wolffenbüttel, nasceu em Santo Ângelo (RS), em 1940. De família humilde, ele começou a trabalhar aos 14 anos como repórter de polícia e contínuo de um jornal de Porto Alegre. Aos 18 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Fausto Wolff era admirado pelo seu talento e famoso pelo temperamento forte. Na imprensa, ele trabalhou em jornais como "O Globo", "Jornal do Brasil" e "Tribuna da Imprensa". Atualmente, ele era colunista de um caderno de cultura. Além disso, Fausto Wolff foi autor de vários livros, entre os quais "O Acrobata Pede Desculpas e Cai", de 1966.
Ainda de acordo com a família, Fausto vinha lutando contra uma tromboembolia pulmonar há mais de dois anos. Fausto Wolff deixou a mulher e duas filhas. Até o fim da noite, a família ainda não tinha decidido onde o jornalista seria sepultado. (Do site G1).
MEU COMENTÁRIO: Fausto Wolff ganhou notoriedade na época da ditadura militar integrando a famosa "patota do Pasquim", um tablóide irreverente que marcou época e reunia gente do naipe de Millor Fernandes e o saudoso Paulo Francis.
Tive a oportunidade de conhecer o Fausto Wolff, aqui em Florianópolis, através do meu amigo escritor e jornalista Olsen Jr. Lembro que Fausto prestigiou o lançamento de um dos livros de Olsen no Shopping Beira Mar.
Naquele dia encontrei os dois no centro da cidade e Olsen me apresentou o Fausto Wolff e fomos para um bar jogar conversa fora. Disse ao Fausto que tinha um livrinho, Nazismo em Santa Catarina, e ele se mostrou muito interessado.
À noite, quando fui ao lançamento do livro do Olsen, levei um exemplar e autografei para ele. Grandalhão, truculento e despachado olhou para o livro e exclamou: "que ótima capa!. E nunca me esqueço, arrematou: "Vou ler. Se gostar te telefono para dizer que gostei. Se achar uma merda também ligarei".
Esse era o temperamento de Fausto Wolff, que a matéria do G1 qualifica de "forte". E aquela noite rolou com muito papo e muitas histórias foram contadas tendo Wolff como narrador.
Wolff pode ser considerado como um ícone de uma geração de jornalistas e escritores brasileiros que foram cevados na ditadura militar.
Esse período acabou criando um estilo a partir de O Pasquim. Depois houve a vã tentativa de reeditar o jornal, sem sucesso. Nessa empreitada Millor ficou de fora. Francis estava nos Estados Unidos.
A "patota do Pasquim" ficou apenas na memória daqueles que, como eu, viveu de perto a censura à imprensa. O irreverente jornal se transformou, através do humor, principalmente, numa forma de repudiar a ditadura.
Por isso tenho ojeriza a qualquer tentativa de tolher a liberdade de imprensa. É algo abjeto.
Nunca mais encontrei Fausto Wolff e também não acompanhei seus últimos escritos. Mas era sem dúvida um ótimo escritor, bom cronista e, sobretudo, bom papo, se o interlocutor soubesse relevar suas mordazes estocadas.
3 comentários:
os chefões da segunda fase do Pasquim, Jaguar e Ziraldo, viraram milionários do bolsa-ditadura.
Fausto viveu e bebeu o quanto pode. RIP.
à mão esquerda é O livro
GAITEIRO VELHO
Nós convidamos o gaiteiro velho para uma festa antes do caixão. Quem ia morrer violentada era a nossa Maria Joana, onze anos, quase morta, envergonhada. Invocamos Deus, o Diabo, a Virgem Maria, os Apóstolos, os Santos. Foram pedidos tantos, tantas rezas, tantos machucares, pedras pontiagudas, raivas mudas, tantos silenciares que já não tínhamos mais humana ou divina opção. Nos reunimos, mais de cinqüenta familiares, e decidimos que nunca mais nestes pomares alguém a vida mataria. Juntamos todo nosso dinheiro, jogamos num baú no potreiro. Largamos os cavalos na noite mais negra que a desconhecida escuridão. Gravemente, de pé, miramos as estrelas, todos juntos, eu, Maria, João, seu filho Pedro e meu neto Cornélio. De longe, no alto da colina, com terror e alegria, vimos a sombra do Gaiteiro Velho, pai da lambança e dono da vingança. O galpão já estava limpo, o churrasco no fogo e os doces sobre o caixão. Bem no sul do vosso norte nos preparamos para o fandango de matar morte. Diz a lenda.
F.W.
Postar um comentário