Por Paulo Castellari Filho (*)
Em nove semanas subiu de $1,56 a $2,05. Tudo isso porque os bancos, estrangeiros e nacionais simplesmente estancaram as linhas de crédito. Não é que o crédito está escasso, mas simplesmente inexiste para transações entre nações.
Nesta situação inusitada para o mundo comercial a moeda corrente simplesmente desapareceu e assim a cotação entre as moedas sofreu um choque. Parece a todos que o dólar daqui para frente vai permanecer valorizado em relação ao real. Mas esse fato é um erro de julgamento e de visão econômica.
Vejam o que está acontecendo com a moeda que dá paridade ao comércio mundial e a todos os produtos trocados entre os países. Essa moeda é emitida pelo país que detém (ou detinha até o momento) 25% do PIB mundial.
A crise americana é de tal monta que a pessoa comum, não afeita aos meandros do mercado financeiro internacional, não consegue entender muito bem o que se passa.
Para simplificar vamos começar avisando sem tergiversar: os EUA quebraram, Isto é, foram à falência, literalmente.
A conta do buraco não está bem explicada, mas o pacote de ajuda mostra bem o tamanho do rombo. No entanto, os políticos querem fechá-lo, assim como tampar um poço de petróleo com a ponta de um dedo.
O fato é que o dólar, em futuro muito próximo, vai perder sua posição de principal moeda de troca internacional para passar a um segundo plano em pouco tempo. Em médio prazo, digamos um ano, sua posição será totalmente irrelevante como moeda de troca.
Eu não ficaria muito confortável comprando dólar agora, para especular na alta dessa moeda em médio prazo. Esse movimento de compra no mercado é apenas para cobrir posições vendidas de curto prazo e, digamos a verdade, há empresas perdendo alguns bilhões de dólares aqui no Brasil, por acreditarem na queda dessa moeda patrocinada pelo governo Lula.
Essa gente, dentre ela empresários antigos, que se dizem profissionais nos assuntos industriais, caíram na esparrela lulística. O embuste tratava de fazer os empresários acreditarem que o Brasil é uma ilha de prosperidade e que temos 200 bilhões de dólares de reservas internacionais, em moeda dólar, que ninguém no mundo vai querer em poucos meses.
Assim como o povo americano vai cair na real semana que vem, quando perceberem que suas economias estão garantidas até apenas U$ 250 mil e que suas casas e automóveis não valem nem 1/5 do que pensam valer, em breve o resto do mundo vai perceber também que a economia americana entrou mesmo pelo cano.
Não haverá corrida ao dólar, mas sim contra o dólar. Quero ver quem é que vai querer a outrora cobiçada moeda. Vai ser uma batata quente na mão das pessoas e um problema insolúvel para o Japão com US$ 1,8 trilhão de reservas, enquanto a China armazena US$ 1,7 trilhão. E o Brasil, do qual se jacta Lula, está "blindado" com uma reserva estimada em US$ 200 bilhões.
Lula acredita que com esses trocados, se comparados com os volumes das reservas japonesa e chinesa, o país poderá suportar impacto da crise.
Depois ouço opiniões de professores, economistas, políticos e profissionias do mercado. Nenhum deles tem a menor noção do que está acontecendo. Ficam tentando encontrar desculpas sobre o problema.
Argumentam que o consumo da China e do resto dos emergentes vai segurar a onda que se aproxima. Não percebem que estamos de fato à mercê um Tsunami de proporções avassaladoras.
Os bancos de investimento alavancaram 30 ou 40 vezes seu patrimônio liquido, não só nos EUA, mas no resto do mundo. Criaram dinheiro do nada, representado por um cifra assustadora. Confiram AQUI e AQUI.
Nada menos de que US$ 55 trilhões sumiram do mapa financeiro de uma hora para a outra. Este é o fato que não está se percebendo claramente.
Quais serão as conseqüências disso?
Bom, para começo de conversa é bom se prepararem para ver a maior tempestade financeira da historia da humanidade. As coisas jamais serão do jeito que eram antes da crise.
Estamos na inércia do movimento da economia real. Em breve aquela fábula de dinheiro que evaporou do mapa financeiro desaparecerá das contas bancarias dos correntistas.
Bancos americanos, japoneses, europeus e brasileiros simplesmente vão desintegrar-se. O dinheiro lá depositado desaparecerá também. Passaremos em seguida para o calote entre empresas e de lá para o atraso de salários e prestações.
Pensam que eu sou pessimista? Veremos como se comportará o mercado na semana que vem.
(*) Paulo Castellari Filho é paulista, já foi empresário e hoje atua no mercado financeiro, operando na bolsa. Possui um blog, ministra cursos e é colaborador deste blog.
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7 comentários:
Não sabia que ele era Deus!!!!
Será? O Aluizio riu da crise dizendo que ela duraria apenas 3 dias... E antes, quem falava que a crise era dramática era chamado de petralha anti-americano.
Aguardem o dia 7 de outubro.
Bom, verdade ou nao, assustou! o que quero saber eh, eu, classe media chinelao, o que faco com meus trocados em conta corrente e fundo de renda fixa????
Ao contrário do que se acredita, se a crise atingir a economia real ter dinheiro no colchão ou em banco pequeno é uma tremenda fria.
O dólar desvaloriza o real e sobe, mas, por causa da percepção de que os EUA ainda são alguma coisa que presta. Não presta mais. Em 2 tempos os países vão deixar de querer vender as coisas em dólares. Não haverá fluxo e com isso não se precificará o dólar.
Os EUA vão ter de desvalorizar sua moeda para não pagar a tremenda dívida que tem.
Resumindo, acabou a festa.
Tem de trocar dinheiro por ativo, mesmo caindo. Os preços estão na bacia das almas.
Não sendo alarmista, mas pragmático, sugiro a todos:
1) Estocar alimentos não perecíveis;
2) Idem produtos de higiene e limpeza;
3) Estoques mínimos de combustíveis diversos (GLP, álcool, querosene, carvão);
4) Ter condições energéticas mínimas. como no-breaks, pilhas, lanternas, lampiões, geradores.
5) Investir em bens duráveis - transformar capital "virtual" em bens reais! A melhor aplicação do dinheiro é na dispensa da casa!
ahahaha po, esse ai tah mais assustado que eu, parece ateh que vem um hecatombe nuclear por ai.
Eu vou eh limpar minha conta e gastar tudo na reforma da minha casa...
Tira o dindim do banco e compra euros?Lá também tá porca miséria.
Comprar jóias valiosas é uma boa.Quelquer coisa pendura o correntaço de ouro no pescoço e vai pra Aruba...Vai tirando um elozinho de vez enqdo pra pagar estada no paraíso.
Quem não tiver tanto assim,tipo 500 mil pra cima, vai tratando de comprar uma bateira, umas tarrafinhas e um rdo pra tirar berbigão pra comer com pirão d'água escaldado.Problema é tanto aterro nas baías Norte e Sul, vai ser ruim tirar berbiga dali como antes...
Quem diria que voltaríamos a enterrar arcas de tesouro,feito piratas de filmes e desenho.
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