Gilmar Mendes: única autoridade respeitável do País

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse hoje que as operações realizadas pela Polícia Federal (PF) são utilizadas como propaganda política, mas têm poucos resultados práticos em termos de combate à impunidade no País. Segundo ele, a lógica das operações inclui "espetacularização, vazamento de informações e prisões em massa".

Antes de participar da sessão final do Simpósio Internacional de Direito Tributário, promovido pelo Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), na capital paulista, o ministro desafiou os jornalistas presentes ao evento a fazerem um balanço sobre os resultados das operações da PF.

"Os senhores têm um balanço, por exemplo, do resultado dessas operações? É um bom trabalho jornalístico. Foram feitas tantas operações, objeto até de propaganda política. ''No governo tal se realizaram tantas operações''. O que resultou disso? Quantos foram condenados? Quantos bens foram apreendidos e recolhidos aos cofres públicos?

Depois de seis, sete anos de tantas operações era uma pergunta para se fazer. No fundo, acaba ficando, na verdade, a propaganda pela propaganda", afirmou.

O ministro disse que a premissa dessas operações era a exposição na mídia das pessoas que eram presas.

"Depois se verificava, na prática, que se fazia denúncia contra alguns envolvidos, mas, em muitos casos, não se fez denúncia contra ninguém. Portanto, o devido processo legal sequer foi instaurado, mas essas pessoas já estavam, de qualquer forma, carimbadas, para todo o sempre, como envolvidas na dada operação. E isso era o processo. O inquérito ficava nisso para aqueles que eventualmente não fossem denunciados. Muitos eram absolvidos, mas isso não dá nem nota no jornal." (Leia MAIS).

MEU COMENTÁRIO: O Presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, revela-se na atualidade brasileira a única autoridade respeitável e que não se curva ante a deletéria ação petralha que deseja a implantação de um Estado policial.

No seu afã de aparelhar todas as instâncias estatais, o governo do PT descobriu uma fórmula sui generis de fazer marketing político com espetaculosas “operações” da PF, porquanto pode, com isso, jogar para a arquibancada e açular a luta de classes, tipificando todos aqueles que são ricos como uma classe inimiga da sociedade brasileira. É óbvio que entre os ricos há os ladrões e esses precisam ser punidos na forma da lei.

Ora, isto contribui para desvirtuar a Polícia Federal e, por extensão enfraquecer e desestimular a valorização tão necessária de todas as polícias. Sim, porque quem acompanha este blog sabe perfeitamente que eu defendo as polícias.

Já disse inúmeras vezes neste blog que as polícias são instituições democráticas do Estado de direito, desde que não sejam politizadas e obedeçam à rigorosa hierarquia e, sobretudo, ajam com discrição, aliás uma regra de ouro que garante o sucesso das investigações.