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sábado, novembro 08, 2008

JÁ HÁ UM SUSPEITO DE MATAR PSICÓLOGA

HOMEM TERIA ATRIBUÍDO SEPARAÇÃO A TRABALHO DE ANÁLISE

A polícia de São Paulo identificou ontem o dono da motocicleta usada no assassinato da psicóloga Renata Novaes Pinto, 44, morta com três tiros em frente a sua casa na manhã de anteontem, na Vila Madalena (zona oeste da capital paulista).

Com passagem pela polícia por roubo e homicídio, ele é suspeito de ser o "executor" do crime. Até o fechamento desta edição, estava foragido. O delegado Jorge Carlos Carrasco, titular da 3ª Delegacia Seccional Oeste, disse que, quando localizá-lo, o caso estará resolvido.

Apesar de um dos criminosos ter coberto com a mão a placa da moto, o veículo usado no crime, uma Titan Honda, foi identificado a partir de imagens feitas por câmeras de prédios da região onde morava a vítima.

De acordo com o delegado, a moto é quente, ou seja, não é roubada, o que confirma a suspeita de que o proprietário esteja envolvido no assassinato.

Antes de Renata ser morta, os suspeitos a seguiram por cerca de cinco quilômetros, no trajeto que fez da escola dos filhos até a sua casa, diz a polícia.

O delegado ouviu ontem uma testemunha considerada chave na identificação de um possível "mandante" do crime. Trata-se de uma paciente de Renata que estaria tendo problemas com o ex-marido.


O homem, segundo apuração, teria atribuído a sua separação ao trabalho de análise que a ex-mulher vinha fazendo com a psicóloga. As identidades dos suspeitos e da testemunha foram preservadas.

O pai de Renata, o advogado aposentado Geraldo Novaes Pinto, afirmou à Folha que a filha era muito ligada à ética profissional e não comentava aspectos da vida de seus pacientes. "Ela foi executada por ter mantido a força ética da profissão.

Por ter mantido sigilo de tudo que ela passou no consultório", disse. "Se tivesse levantado a questão [de alguma ameaça], teríamos tomado providências. Mas ela preferiu ficar quieta. E deu no que deu."

Enterro
O corpo de Renata foi enterrado por volta das 12h10 de ontem no cemitério do Morumbi. A psicóloga foi morta com dois tiros no peito e um na cabeça. Ao menos 400 pessoas acompanharam o enterro.

Renata fazia pesquisas acadêmicas e dava aulas de psicologia no curso de medicina e na pós-graduação da universidade. A psicóloga estudava a necessidade do diálogo entre os médicos e os pacientes que acabaram de descobrir um câncer.

Esse foi o tema de seu trabalho de mestrado e de um artigo publicado no periódico médico "The International Journal of Psychiatry in Medicine". (Da Folha de São Paulo deste sábado).

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