Não há uma miserável publicação da grande imprensa brasileira, com exceção é claro da revista Veja, que publique algo similar.
Os articulistas que pretendem ser polêmicos ou irônicos, como Élio Gaspari e o Arnaldo Jabor, estão a quilômetros de distância de Diogo Mainardi que, sem rodeios e de forma enxuta, vai diretamente ao ponto.
Manda a falsa isenção e pretensa imparcialidade do jornalismo dinossauro diretamente para a lata do lixo.
É isso aí, Mainardi. É fogo nos botocudos. Leiam:
Barack Obama foi eleito por jornais e TVs. Menos pelos editoriais de apoio, pela cobertura parcial, pelas fotografias enaltecedoras e pelos quadros satíricos que eles fizeram, e mais pelo que eles deixaram de fazer: reportagens, reportagens, reportagens.
A ombudsman do Washington Post analisou as matérias do próprio jornal. Em primeiro lugar, ela destacou a gritante disparidade de tratamento reservada aos candidatos - as matérias sobre Barack Obama e Joe Biden, uma moleza; as matérias sobre John McCain e Sarah Palin, uma paulada, como elas de fato devem ser numa disputa presidencial.
Em seguida, a ombudsman tocou no ponto que mais me interessa: a absoluta falta de interesse do Washington Post em investigar temas potencialmente danosos para a campanha de Barack Obama.
Em particular, ela citou dois desses temas: seu envolvimento com drogas nos tempos da faculdade e seus negócios com Anthony Rezko, o empresário corruptor que financiou a carreira política e a vida privada de Barack Obama, tendo-o ajudado a comprar sua casa.
Anthony Rezko foi condenado criminalmente durante a campanha eleitoral, mesmo assim ninguém deu bola para o caso.
A Economist também tratou desse jogo sujo da imprensa para eleger Barack Obama. Uma das principais vantagens que sua campanha teve sobre a de John McCain foi a esmagadora superioridade financeira.
Essa vantagem só foi obtida porque Barack Obama, em vez de recorrer ao financiamento público, conforme ele prometera durante as primárias, serviu-se de dinheiro privado, arrecadando 600.000.000 de dólares, boa parte dos quais pela internet, de origem desconhecida.
A Economist perguntou retoricamente: o que diria o New York Times se o contrário tivesse ocorrido? Se John McCain, depois de aplicar um golpe em Barack Obama, dispusesse de duas vezes mais dinheiro para financiar sua campanha, inclusive podendo comprar, a menos de uma semana das eleições, meia hora de publicidade na TV aberta?
Eu respondo a pergunta retórica da Economist. Cinco dias depois de Barack Obama ser eleito - cinco dias -, o New York Times publicou um editorial recomendando enfaticamente ao prefeito Michael Blooomberg que ele recorresse ao financiamento público em sua próxima campanha eleitoral.
Pelo visto, isso vale para todos os políticos, exceto um: Barack Obama.
A imprensa escrita e televisiva dos Estados Unidos continua a perder público e faturamento.
A temporada de Barack Obama na presidência tem tudo para afundá-la de vez.
A única saída para a imprensa é voltar a fazer aquilo que só ela sabe fazer: reportagens, reportagens, reportagens.
Um comentário:
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Ninguém, faz tudo certo sempre ou nada certo nunca. O diabo está nos números.
Que tal deixarmos esse "problema" para os americanos? Prioridade seria primeiro arrumarmos a própria casa.
Entre Obama, McCain and Bush eu fico com os botocudos do planeta que elegeram o primeiro.
A Fox News TV, uma das maiores dos States endorsou o McCain durante as eleições, descaradamente, em todos os programas, inclusive no Hannity , O’Leary, etc.
Mas cada um vende o peixe como quer!
A responsabilidade está nas mãos de quem compra.
Eu pago para ver o Obama no governo,...
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