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quinta-feira, novembro 27, 2008

Por que Luiz Henrique não embarcou numa bateira?

Luiz Henrique ao lado do petralha Geddel. Mas nunca numa bateira.
O governador Luiz Henrique da Silva, político de tradição em Santa Catarina, desde o velho MDB que iniciou a luta pela redemocratização do Brasil, tem um invejável currículo político. É um vitorioso

Sempre venceu eleições. Prefeito de Joinville, Deputado Federal, Presidente do PMDB, ministro de Estado e é, ao lado do ex-Senador e ex-Governador Jorge Bornhausen, das poucas lideranças políticas brasileiras.

Creio que na atualidade são esses os dois os únicos políticos catarinenses com trânsito nacional, com estofo político e, por isso mesmo, as palavras que proferem, bem como suas ações, têm sempre destaque e peso especial no contexto brasileiro.

Curiosamente, ambos continuam sendo impiedosamente malhados. Têm defeitos? Sim. Defeitos como qualquer ser humano os têm. Mas têm virtudes e competências que sobressaem além da média.

No episódio dessa tragédia vivida pelos catarinenses encontra-se a comprovação do que afirmo: a discreta atuação do Governador.


Jamais se viu Luiz Henrique trepado numa bateira singrando pelas águas turvas da enchente, porque esta não é uma tarefa do Governador do Estado, mas das equipes profissionais de resgate e salvamento.

Se assim agisse, Luiz Henrique estaria exercitando o execrável populismo.

Cumpre ao mandatário estadual o exercício da liderança, da autoridade e da tomada de iniciativas políticas em busca de alternativas concretas para a reconstrução do Estado. E foi isto mesmo que Luiz Henrique fez e está fazendo. Atuando de acordo com as exigências que lhe impõe o cargo de Governador de todos os catarinenses.

E se tem havido muito bem. Até porque um dirigente de qualquer das esferas da administração pública catarinense, desde prefeito a governador do Estado, precisaria ser um tremendo incompetente para não gerir como um mínimo de resultado um Estado que é dos mais equilibrados nos planos econômico e sociai do Brasil.

Registro aqui no blog esta reflexão em torno do nosso governador porque já estou cansado e nauseado de vê-lo injustamente atacado por aqueles que não se conformam com o seu sucesso como político e como homem público catarinense de reconhecimento nacional.


Repito. Luiz Henrique é um vitorioso. E posso dizer isso tranqüilamente, porque não exerço e nunca exerci cargos públicos na minha vida profissional e nem estou atrás disso. Faz muito tempo, inclusive, que não encontro o Luiz Henrique, que conheço desde os tempos do velho MDB.

A rigor, Santa Catarina tem hoje apenas dois políticos com trânsito nacional: Luiz Henrique e Jorge Bornhausen. Ambos são execrados por certo jornalismo rançoso e sórdido. Por que? Ora, porque não são populistas, não navegam de bateira nas enchentes.

Oxalá um dia a maioria do povo brasileiro largue mão de afagar falsos profetas, mentirosos e oportunistas, cujas biografias foram construídas na base de façanhas apoiadas por estratégias de marketing.

Se os cidadãos brasileiros e, sobretudo os jornalistas, conseguirem entender isso, o Brasil muda de curso. Caso contrário continuará sendo o lixo ocidental.

Não se iludam. Lula só não embarcou numa bateira em Itajaí e Blumenau e sujou seus pés na lama porque não havia clima para isso. Luiz Henrique não ofereceu palco para que Lula aproveitasse a ocasião para cometer suas contumazes catilinárias politiqueiras.


Mas estejam certos, caros leitores, que não faltou vontade a Lula de perpetrar uma façanha sob os holofotes do neo-DIP petralha, como convém a todo líder carismático, particularmente os botocudos.

O carisma, enquanto (êpa!) tipo de dominação política, exige do líder a produção de atos e fatos arrebatadores e quase sobrenaturais, senão seu poder esfarela.

A prova disso é que só depois de muito analisar, Lula se viu na inadiável obrigação de, pelo menos, flanar rapidamente sobre a desgraça da tragédia a bordo de um helicóptero para dar uma satisfação mínima ao povo catarinense.

O poder de líderes botocudos de viés carismático e características populistas é instável e inseguro. Mas dentro de pouco tempo o Brasil se livra dessa praga, quando se abrirá mais uma oportunidade para recomeçar.

N.B. Bateira: pequena embarcação de pesca fluvial, de fundo chato, propelida a vela e/ou a remo, muito utilizada pelas populações ribeirinhas de Santa Catarina.

Foto Secom/Governo do Estado de SC

7 comentários:

Anônimo disse...

Lula e Luiz Henrique são dois enganadores, que subiram na vida pisando na cabeça dos outros. Nenhuma alma se salvará!

Anônimo disse...

A cidade tenta voltar ao ritmo normal...mas volta a chover forte! Fecharam novamente a Hermann Huscher agora, nao sei se por prevencao ou pq mais coisa jah caiu.

Ouvi de um medico que participou dos trabalhos de resgate que estimam 100 a 150 mortos na regiao do morro do bau. Que nao estao divulgando esta informacao...e nao sei se eh verdade. Boatos eh o que nao falta no momento.

Digo que Blumenau estah destruida. 15% dos funcionarios do meu hospital estao desabrigados. Nao sei como a cidade ira se recuperar...

Ainda 25% sem luz e a cidade toda sem agua ha 5 dias. Qualquer epidemia agora vira caos.

Anônimo disse...

Balanço das 6h do dia 27.11.08:

População atingida: 50 mil pessoas
População desabrigada: 25 mil pessoas
Número de abrigos públicos: 63
Pessoas alojadas nos abrigos públicos: 4764
Vítimas fatais: 20
Helicópteros que estão em ação no município: 7 (4 do Exército, 1 Ibama e 2 particulares)

Anônimo disse...

Aluísio, você mesmo esreveu que Lula "não sujaria seu sapatinho", e agora diz que LHS esta certo? Preocupado apenas com o turismo, ele nem mesmo abriu mão do seu helicóptero. Enquanto na França e nos EUA, Bush e Sarkozy sujaram seus (bons) sapatos, o "rainha da sucata" estava inaugurando seu heliporto, quero dizer, aquele teatro. Seja coerente.

Anônimo disse...

E ainda perguntam pra quem um Exército com cursos, com dinheiro pra tropa, com recursos pra dar aos seus servidores uma vida decente... país nenhum está livre das tragédia provocadas pelo homem e a revolta da natureza, nessa hora o Exército é de grande valia, F.A não é só defesa de fronteiras , é defesa do povo em geral!
Muita garra aos catarinenses é o que desejo, boa sorte, vai dar tudo certo, o povo do Brasil é solidário.

Aluizio Amorim disse...

Murillo,
vc não entendeu o que eu quis dizer neste artigo. Luiz Henrique está presente desde o primeiro momento, quando decreto do Estado de emergência. Tinha até fotos do governador vestindo colete salva-vida em reunião que realizou em Blumenau. Há outra matéria aqui no blog sobre a reunião que manteve com empresários em Jaraguá do Sul.
O que eu tentei mostrar é que Luiz Henrique não está se utilizando da tragédia para fazer marketing pessoal e politiqueiro. Pelo menos nunca vi Luiz Henrique realizando ações populistas. É sobre isso qu eu tentei chamar a atenção neste artigo.
É claro que Luiz Henrique pode ter vários defeitos como todos os mortais, mas não é populista.
Grato pelo seu comentário e interesse.
Abs
Aluízio Amorim

Anônimo disse...

Sim... ele não é populista, ele é elitista e individualista. O importante é ele e os seus amigos que faturam com o turismo... o povomesmo que se lixe... se se vire sozinho.