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segunda-feira, dezembro 08, 2008

NEM A CRISE DERRUBA ARROCHO MONETÁRIO

O Copon reúne-se na próxima quarta-feira para decidir sobre a taxa de juros. Os prognósticos são de que os juros permanecerão intocáveis.

Algum economista aí para explicar por que o BC rema contra a maré, já que a maioria dos países está tentando driblar a crise e esquentar a economia reduzindo as taxas de juros?

Outra indagação: o barril de petróleo que chegou a US$ 150 despencou para cerca de US$ 50. No passado, quando o preço do barril aumentava a Petrobras imediatamente repassava aos consumidores, alegando que tinha de fazer um alinhamento com os preços internacionais. Lembram?

E agora não há necessidade de fazer tal alinhamento? Expliquem aí sindicaleiros que dominam a Petrossauro.

E nem precisa ser expert em economia para entender que uma pequena queda nos preços dos combustíveis seria o suficiente para dar uma aquecida no movimento econômico.

Os sites noticiosos estão informando que houve queda na inflação no último mês, mas que ainda estaria além da meta.

Uma diminuição da taxa de juros e no preço dos combustíveis, além de ter um efeito psicológico positivo sobre os agentes econômicos, turbinaria sem dúvida o consumo e ativaria a produção. Há gordura suficiente para ser gasta e que pode ser cortada, se for necessário no curto prazo.

Mas como não sou expert em economia, indago mais uma vez: algum economista aí para explicar melhor e incrível arrocho monetário e salarial que vigora no Brasil, e por que o preços dos combustíveis estão entre os mais altos praticados no mundo?


O Brasil continua sendo o único país do mundo em que o elementar mecanismo de mercado da oferta e da procura nunca funciona.

5 comentários:

Anônimo disse...

Caro Aluizio,
A resposta e simples e obvia mas, o obvio na maioria das vezes e imperceptivel.
A maquina do governo e pesada e cara. A transferencia de riqueza do setor privado para o setor publico improdutivo e ineficiente atraves de taxas e impostos e uma das maiores do mundo.

Aluizio Amorim disse...

Sim, meu caro anônonimo. Dentre as causas, a principal é esta que você aponta. O setor público obeso e gastador é a nossa desgraça.

Anônimo disse...

Preço alto para custear a gastança do governo e os salários astronômicos dos funcionários da estatal.Aqui em Guarapari quando se vê um carrão pode saber que é funcionário da Petrobrás!!!!
Detalhe: aqui, a gasolina está a 2,75 o litro!

Anônimo disse...

Sem ousar explicar, vejamos uma coisinha. Pois o problema é que o dinheiro, a idéia do dinheiro, dificulta o entendimento da economia. Se raciocinassem com produtos de valor tangível - em trocas entre produtos através do dinheiro como mera garantia de fornecimento - a economia ficaria mais afável.

João é dono de uma loja locada para uma sorveteria.
Não há contrato. João cobra o que quer de aluguel.
João gasta demais e esfola a sorveteria.
Assim a sorveteria para trabalhar/produzir e atender a clientela tem que pagar um montante absurdo do seu faturamento (do que TROCA com os consumidores) para João.

O que a sorveteria fatura em dinheiro é como se vales contra o trabalho dos consumidores que o trocaram pelo "vale" ou dinheiro (o dinheiro obtido em troca de trabalho produtivo garante o lastro, bens e serviços disponíveis).

Ou seja, o que a sorveteria obtém dos clientes menos o aluguel que o João cobra não dá lucro para investimentos e até chega ao prejuízo (lembra dos recordes de arrecadção? *** a fantasia financeira gerava impostos).

A sorveteria tem que aumentar o preço do sorvete. Mas com isso os clientes diminuirão, pois nem todos continuarão avaliando - subjetivamente - que o sorvete vale tal parcela de seu trabalho trocado (parcela do dinheiro do cliente). Ou seja, o valor do sorvete sobe em relação ao valor do trabalho dos clientes. Nem todos, subjetivamente, concordam com o aumento do valor relativo do sorvete. Então compram menos ou param de comprar sorvete (trocar o seu trabalho pelo trabalho na sorveteria* através do dinheiro).

Como a sorveteria vaio fechar, oão não receberá aluguel. Então João quer que os clientes comprem. Então imbecilmente João resolve que vai pedir dinheiro emprestado para os clientes e depois dar dinheiro para eles irem comprar sorvetes para ele aumentar o alugel da sorveteria e continuar gastando.

A coisa é com essa "lógica".
João não tem dinheiro porque gasta tudo que cobra da sorveteria que já não consegue funcionar com lucro porque seus preços relativos (dos sorvetes) estão altos para poder pagar aluguel alto a João gastador.

João então, sem dinheiro com lastro, quer distribuir dinheiro para os clientes comprarem na sorveteria e ele aumentar mais o aluguel para conseguir dinheiro para gastar. Então João emite dinheiro falso para gastar e pensa em recolhe-lo pedindo-o emprestado logo em seguida.

João só cobra aluguel alto se a sorveteria se mantiver. Para se manter os clientes têm que comprar.
João quer que os clientes comprem para ele cobrar aluguel alto, mas os clientes não querem comprar sovete caro e a sorveteria vai fechar.
João dá dinheiro falso para uns e o recolhe logo em seguida depois deles o gastarem. Trata-se de enganar a todos, mas a conta não vai fechar e descambar para crise.

Se João der o dinheiro dele, o verdadeiro, não vai poder gastar se não fizer dinheiro falso que terá de recolher. Vai dar merda! João tem que gastar menos e baixar o aluguel ou ...recessão e depressão.

Xiii... não consegui é complicado tentar entender tanta lambança que estão fazendo.

Aluizio Amorim disse...

Salve, C. Mouro!
É por aí. No entanto, a complexidade vai aumentando na mesma medida em que avançamos na tentativa de reconstruir o processo econômico.
Valeu!