O que segue após este prólogo é um excerto de um bom artigo do jornalista Toni Bulhões, editor do site ABKNet (links), o pioneiro site brasileiro de notícias no exterior. Bulhões vive há muito anos na Alemanha e conhece boa parte do mundo. O título do artigo é: A crise, o Oriente e o engano próprio.
O ABKNet tornou-se um site de referência para todos os veículos de comunicação, já que Toni Bulhões tem conseguido furos importantes que já serviram de pauta para a grande imprensa internacional.
Ainda que o admire profissionalmente não concordo com alguns aspectos de seu artigo, principalmente no que respeita ao fato de que se mostra surpreso com a esquerda pós-queda do muro, enquanto eu considero que não há diferença nenhuma entre o esquerdismo de hoje e o de ontem.
Reitero que esta minha observação não tira o mérito do artigo de Bulhões, mas chamo a atenção para o fato de que o esquerdismo seja talvez o maior responsável pelo avanço do fanatismo islâmico no mundo e até mesmo pela deletéria condescendência em relação ao nazismo que se verifica na Europa.
Apesar desses reparos, o artigo de Bulhões é mil vezes melhor do que os despachos dessas grandes agências de notícias internacionais ou dos correspondentes dos jornalões brasileiros.
Explico, rapidamente, porque discordo de parte do escrito de Bulhões. Os conceitos de direita e esquerda que se encontram na filosofia política clássica acabaram erodidos por não suportarem a verificação da prova.
Costumo sempre lembrar que conceitos são construtos mentais, tipos ideais como ensinava Weber, e que servem como um facho de luz para iluminar a realidade. Na medida em que esses conceitos se descolam da realidade, perdem a sua operacionalidade.
Penso que no futuro esquerda será um conceito que designará qualquer ação política iníqua. Nesse período pós-queda do muro, com o fim da utopismo socialista, o debate no âmbito da filosofia política se parece mais como um velório onde ninguém deseja enterrar o defunto.
Não é à toa que, após a débâcle do denominado socialismo real, já foram gastos rios de tinta num esforço inútil para salvar uma ideologia política destroçada pelos fatos representados pelo amplo e irrestrito repúdio da sociedade a qualquer tipo de organização estatal que reivindique o coletivismo, justamente pela atomização do sujeito, pelo aniquilamento do indivíduo. Sem individualismo não há liberdade, a qual se coloca para o homem como um bem inegociável.
Retomo o início destas linhas para apresentar o excerto do artigo de Toni Bulhões que pode ser lido na íntegra lá no ABKNet onde vocês poderão encontrar outros artigos e reportagens interessantes.
Caracterizando a cegueira política dos tempos pós-muro, os apoios dados às organizações Hamas e Hizbollah espantam não apenas por chegarem de onde menos se esperava, como também pela contradição ideológica que desnudam.
Sequer a transmissão de notícias e imagens vindas do conflito é questionada, mesmo se sabendo das manipulações típicas e até compreensíveis destas situações, para todos os lados envolvidos.
As imagens transmitidas da faixa de Gaza são, por exemplo, sem exceção, geradas ou liberadas pela TV Al-Aksa, pertencente ao Hamas. Os repórteres e jornalistas que lá se encontram não podem fazer entrevistas sem a presença de um militante ou tradutor da organização fundamentalista, sob o perigo de suspeita de colaboracionismo, cujo preço pode ser a própria vida.
Este perigo não ocorre com os profissionais que trabalham no lado de Israel, mas eles são da mesma forma impedidos de se locomover livremente na área do conflito. Motivos suficientes para se analisar de forma crítica o noticiário.
segunda-feira, janeiro 19, 2009
UM BOM ARTIGO NO ABKNet E ALGUNS REPAROS
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Postado por
Aluizio Amorim
às
1/19/2009 03:20:00 PM
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Abraço Fraterno
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