Os bancos minimizam, mas o certo é que a inadimplência cresce. Nas revendas de Florianópolis os vendedores estão eufóricos e afirmam que as vendas estão aumentando.
Florianópolis é uma cidade entupida de veículos e caminha para o caos total no trânsito, como as demais capitais brasileiras. Financiamentos chegam a 80 meses, ao final dos quais o veículo já virou sucata.
O pátio do maior leiloeiro de São Paulo, como mostra esta foto da Folha de São Paulo desta quarta-feira, já não tem mais espaço para os veículos recuperados dos caloteiros que chegam para ser leiloados. Aí pode estar um sinal de que há uma bolha subprime botocuda prestes a estourar.
Leiam a matéria que é manchete da Folha.
Os bancos brasileiros têm em conjunto um estoque de pelo menos 100 mil carros recuperados de clientes inadimplentes, o equivalente à metade das vendas mensais de veículos novos no país, para desovar no mercado de autos usados.
Esse estoque é mais um motivo de pressão no segmento de usados, que vive queda sem precedente nos preços e cuja falta de liquidez trava as ações para retomar a venda de carros novos.
Os principais bancos que financiam veículos relatam que o volume de recuperação cresceu de 20% a 30% no início do ano em relação ao que acontecia até setembro. Já leiloeiros e empresas terceirizadas de recuperação veem alta de até 50% no número de veículos que costumava chegar aos pátios.
Segundo o Banco Central, o sistema financeiro tinha uma inadimplência média de 4,3% em dezembro, o maior nível desde 2002. Se todos esses carros voltassem ao mercado, somariam até R$ 3,506 bilhões -o valor efetivamente recuperado, no entanto, é sempre menor do que a inadimplência total porque os bancos procuram esgotar todas as possibilidades de negociação (leia abaixo).
A retomada também não costuma cobrir o valor da dívida financiada devido à depreciação e aos custos envolvidos na recuperação. Do dinheiro arrecadado em leilão, parte cobre a dívida em aberto no banco e o restante volta ao cliente para indenizar as prestações pagas, como define o Código de Defesa do Consumidor.
No Bradesco, o volume financeiro de carros recuperados triplicou no ano passado até dezembro -saltaram de R$ 76,1 milhões, no final de 2007, para encerrar o ano em R$ 207,5 milhões. Só a recuperação de carros teve um impacto de R$ 300,3 milhões na contabilidade do banco, sendo R$ 92,892 milhões em provisão para perdas.
O Banco do Brasil teve recuperação de R$ 20,7 milhões no final de dezembro, ante R$ 584 mil no final de 2007.
O Santander/Real, cuja financeira Aymoré é uma das líderes no setor, não diferencia as receitas provenientes de recuperação de veículos e imóveis (que têm a menor inadimplência do mercado), mas reporta um volume retomado de R$ 277,7 milhões em dezembro -no ano anterior estava em R$ 192,8 milhões.
Outro líder do mercado, o Banco Votorantim, não detalha em seu balanço o crescimento da recuperação, mas os executivos afirmam que se trata de uma das menores do mercado. Itaú e Unibanco ainda não divulgaram resultados.
Infraestrutura limitada
A retomada de carros pelos bancos está tão alta que esbarra inclusive na infraestrutura limitada de pátios, que se esgotaram em São Paulo e lotam áreas no interior do Estado.
Apesar da preocupação crescente com a inadimplência, o volume de carros retomados representa pouco mais de 1% dos 9 milhões de veículos alienados no país, segundo a Fenabrave (associação das concessionárias).
Na conta dos bancos, de cada 4 financiamentos inadimplentes, apenas 1 termina com a retomada. (Assinante da Folha lê MAIS)
Foto da Folha de São Paulo
2 comentários:
Em semanas o ciclo atingirá os imoveis, e ai a bolha vai estar completamente estourada.
Nossa bolha é uma bolhinha se comparada à dos EUA, mesmo assim, vai doer.
Bancos reagem com Lula de carona, como o Salvador. Crizis? que Crize, Cruz in Credo.
Itaú Unibanco fecha 2008 com lucro líquido de R$ 7,8 bi.
Grupo, que teve a fusão anunciada em 3 de novembro, é a 1ª no ranking de ativos das instituições financeiras.
O Itaú Unibanco Banco Múltiplo fechou 2008 com lucro líquido de R$ 7,8 bilhões. Este resultado é a soma do lucro da Itaú Holding nos três primeiros trimestres do ano mais o resultado da fusão entre o Itaú e o Unibanco no quarto trimestre.
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