A VERSÃO DA REPORTAGEM DE VEJA E A MINHA ANÁLISE
Avaliada pelos últimos indicadores de desempenho econômico e em vista de seu brilhante passado recente, a economia brasileira inspira preocupação.
Milhares de profissionais valiosos perderam seu emprego nas indústrias mais dependentes do ambiente externo, como a Embraer, em que 4 200 demissões foram anunciadas – 20% de toda a força de trabalho da empresa.
A inadimplência das famílias atingiu em janeiro o maior nível desde maio de 2002. A desaceleração do PIB é severa. Parece, portanto, não haver espaço para otimismo.
Mas, como o otimismo tem de ser encontrado justamente nesses momentos mais duros, VEJA foi buscar razões que, realisticamente, nos permitissem afirmar que o Brasil vai escapar – mesmo que com escoriações – da surra que a economia mundial está levando nos cinco continentes. Logo no começo da encrenca, VEJA afirmou em uma Carta ao Leitor que o Brasil tinha chance de ser um dos últimos países a entrar na crise e poderia estar entre os primeiros a sair dela. É o que esta reportagem reafirma.
Seis meses depois da eclosão do turbilhão econômico que varreu Wall Street, com reflexos no mundo todo, a fase mais aguda da crise pode estar chegando ao "fim do começo" sem que os prognósticos mais funestos tenham se abatido sobre o Brasil.
A economia brasileira já sofre, e sobre isso não há dúvida. Mas é consenso que o Brasil será um dos países menos afetados. Concordam com esse diagnóstico organizações como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a OCDE, a organização econômica dos países ricos.
Com a ajuda de alguns dos melhores economistas do país, VEJA escolheu as dez principais razões de otimismo, resumidas e classificadas por sua solidez.
A reportagem avança com um alerta sobre o calcanhar-de-aquiles da economia brasileira, o descontrole do gasto público de péssima qualidade, e se completa com uma coluna também otimista do economista Maílson da Nóbrega, com o sugestivo título "Por que o Brasil não quebra". (Assinante lê MAIS AQUI)
MEU COMENTÁRIO: a reportagem da revista Veja tem razão em parte. Entretanto, considero que o impacto da crise financeira mundial é menor no Brasil não pelas virtudes do País, e muito menos pelas do governo Lula, mas porque é um país fracote.
A classe média, que Veja aponta na classe C, enquanto na minha avaliação deveria estar na classe B, que é rarefeita no Brasil, nos países desenvolvidos deve rondar a cifra dos 90%.
A maioria das famílias brasileiras é de baixa renda, o grau de informalidade é altíssimo (portanto fora das estatísticas oficiais) e o nível dos empréstimos pessoais que cresceu de forma astronômica, individualmente é de volume baixo. Além disso há um colchão que tapa o buraco da inadimplência - por enquanto - pelas altas taxas de juros cobradas de uma pequena parcela da classe média e média alta que arrisca vôos mais altos no consumo. Isto sem falar na política tributária estúpida que grava os salários da classe média com a brutal alíquota do Imposto de Renda para financiar a bolsa-esmola com vistas a esquentar as estatísticas do governo.
O crescimento da classe C - que no meu entender não representa classe média coisíssima nenhuma - se deve à transferência de recursos da classe B, aquele pequeno extrato da sociedade brasileira ao qual me refiro e que se pode qualificar como classe média e que hoje sequer tem quem o represente institucionalmente.
Se a maioria da população possui pouco ou quase nada, é óbvio que terá muito pouco a perder com uma crise financeira. O impacto dessa crise - por enquanto - tende a ser menor no Brasil e demais países periféricos, enquanto terá efeito maior em economias desenvolvidas, onde o grosso da população se situa na classe média e, portanto, tem muito do quê ser privada.
O Brasil poderá ficar mais imune à crise justamente porque se situa praticamente fora do grande sistema capitalista internacional. Continua sendo um país periférico, exportador de commodities, com índices de qualidade de vida inferiores, com uma indústria incipiente e que nem mesmo durante quase uma década de bonança na economia soube ousar na modernização, no avanço científico e tecnológico e na inovação que, a rigor, é zero no Brasil.
Pelo contrário. As favelas crescem sem parar, o Estado incha, o clientelismo político foi institucionalizado pelo governo Lula e a violência avança sobre todo território nacional, enquanto se verifica uma aparavorante paralisação nos investimentos. Nenhuma obra de infra-estrutura de vulto foi construída depois do ciclo dos governos militares.
A importância do Brasil no contexto do sistema econômico internacional é praticamente nula. Continua sendo visto como é na realidade: um país tropical exótico.
Estas características econômicas, políticas e culturais podem nos blindar contra a crise por um lado e, por outro, asseguram que isto aqui continuará na condição de lixo ocidental.
Isto não quer dizer que seja melhor o pessimismo. Se o otimismo ou mesmo o ufanismo não possam resolver os nossos problemas, o pessimismo sempre será pior. Por este viés, a reportagem de Veja tem o seu lado positivo. Além disso é decente e não resvala para o puxa-saquismo. Não credita ao governo do PT (nunca antes neste país) como indutor do bom desempenho econômico da Nação.
Ao contrário. Logo de partida adverte sobre uma questão crucial: o gasto público elevado e mal direcionado. Ao que eu acrescento: e tenderá a crescer nesse período que antece a campanha da sucessão presidencial.
Aliás, Lula andou nesta sexta-feira aqui em Florianópolis com a Botoxuda a tira-colo, anunciando uma obra do PAC - Proletários Armados pelo Comunismo.
sábado, fevereiro 28, 2009
DUAS VISÕES SOBRE O BRASIL E A CRISE
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Postado por
Aluizio Amorim
às
2/28/2009 12:58:00 AM
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3 comentários:
Aluízio.
Não há otimismo ou pessimismo, há apenas a realidade econômica. É perceptível que o Brasil anda atrás dos acontecimentos globais. Na minha juventude esse gap era de três anos ou mais, hoje a coisa gira em torno de 8 a 15 meses. É fácil constatar pelo passado recente de nossa economia. Enquanto o mundo iniciava seu padecimento em setembro de 2007 nos aqui só começamos a sentir a marolinha em maio de 2008, que foi quando as bolsas começaram a cair.
Opinião por opinião, destes 10 economistas ai, nenhum tem razão. Podem enumerar o que bem entenderem, tudo não passará de um chute. É impossível de se prever o futuro, e não há remédio para a crise, apenas a crise pode se curar, e isso acontecerá quando ela simplesmente se acabar.
Estamos vivendo um ciclo econômico, faz parte da vida do ser humano, é assim que acontece na historia da humanidade. Não há remédio bom, só a causas agravantes.
Eu dizia, em meu blog, em setembro de 2007, que o Citibank iria quebrar que a GM iria quebrar, e que outras grandes empresas iriam quebrar. Estão tentando ajudá-las enfiando bilhões de dólares e não conseguem. Já se perguntou por quê? Se o problema é dinheiro, e se coloca dinheiro, e mesmo assim não se resolve o problema é porque o problema não é dinheiro. O problema são as pessoas.
Sim, o gatilho que mudou a percepção das pessoas, depois de serem marteladas anos a fio com a propaganda verde, foi o preço da gasolina, quando o petróleo atingiu U$ 148,00 o barril. Esse fato fez com que o americano tomasse consciência de que estava desperdiçando energia e dinheiro, um dinheiro que não existia, pois não era dinheiro, era dívida, crédito que uma vez deixado de ser pago virou pó. Os bancos americanos estão com os ativos (e ativo de banco é papagaio de cliente) valendo zero, já que ninguém paga ninguém.
Não há mais crédito e mesmo se houver o americano não vai pegar. Ninguém compra nada e para que o povo volte a consumir será preciso tempo. O que resta agora são as dívidas não pagas das pessoas, e a dívida que o governo tem e que precisa ser aumentada para que a economia não pare. Isso lá nos EUA.
Aqui no Brasil as pessoas não tomaram consciência da crise, nem mesmo esses economistas da revista. As pessoas acham que vão poder voltar a consumir, a gastar e a fazer dívidas. Desde o mais ignorante consumidor, até o presimente, estão todos enganados redondamente.
Este ciclo econômico de queda, posto nas devidas proporções da realidade vista nos EUA, Europa, e Japão está atingindo agora os bancos do leste europeu. Nem passou perto da Ásia (a não ser pelo Japão e a China, da qual não se tem notícias devido à natureza de seu sistema político) e do Brasil.
Não preciso fazer previsões, basta apenas imaginar o que será das empresas tipo a Embraer, para exemplificar com a bola da vez, se elas deixarem de receber novas encomendas quando as que têm em estoque acabarem. Não vai sobrar pedra sobre pedra.
Imagine você qual é o efeito no consumo de utilitários ( SUV) nos EUA , com o terror global imposto pela propaganda verde. A coisa despencou de maneira grotesca, são milhões de automóveis que no momento estão virando casas, já que o americano de classe media e baixa perdeu sua morada. Ninguém mai compra nenhum, e a GM não tem outro carro para oferecer. Esse é a razão da GM estar quebrada.
Quanto tempo você acha que irá demorar em acontecer o mesmo no Brasil? Pelo nível de informação do povo, Lulla conta com que nunca aconteça.
Meu caro amigo, não há escapatória dessa nova moda. Apenas que no Brasil as coisas ainda não foram compreendidas. Quando a moda chegar aqui o Brasil já era.
Claro que vamos começar pelas empresas exportadoras. A Embraer em menos de um ano estará aos cacos. A não ser empresas que fabricam e exportam comida, e mesmo assim orgânica (tem de estar na nova moda) ninguém aqui que exporta vai vender nada de nada em 2009 e inicio de 2010. Até lá, ou o governo compra avião, carro, maquinas, insumos industriais e todo o resto, ou a indústria nacional exportadora já era. Como o governo vai se tocar que não há dinheiro para todos, a prioridade continuará sendo o bolso do político.
O discurso do Lulla marolinha sobre o protecionismo (ele não sabe o que é, tenho absoluta certeza) já demonstra que há gente no governo com medo de que este fato de fato aconteça. (A primeira coisa que acontece que mostra o protecionismo funcionando é o desinvestimento de empresas estrangeiras).
Nosso sofrimento econômico será em tempo mais lento e também prolongado. Depois que a crise terminar nos EUA, nós aqui ainda sofreremos os seus efeitos por mais alguns meses ou ano.
O que é que essa gente brasileira espera que vá acontecer? Que o mundo volte a comprar no mesmo nível que comprava em 2008? Isso não ira acontecer jamais. Temos de entender que não há energia no mundo para se manter o consumo no nível em que estava. O mundo está sofrendo de “percepção de um futuro apagão global” essa é a causa da crise.
No Brasil, no entanto as coisas são planejadas para não se ter nenhum planejamento. É governança na base da inteligência emocional. Nenhum preparo para o futuro se algo der errado, nenhum plano B, nenhuma contingência pensada e posta em pratica. Quem faz isso são os bancos, provisionam Bilhões para os devedores duvidosos, e o governo ainda reclama e critica a atitude de quem é previdente e realista.
Folgo em dizer que o Brasil vai passar pela crise de uma maneira tão ruim como qualquer outro país ou nação. Não somos o paraíso na face da terra, muito pelo contrário.Alegro-me em dizer que no final até o Lulla marolinha vai “SIFU”
Alô Aluizio.
CORRETO.
Só gostaria de acrescentar aos seus comentários:
POBRE NÃO PERDE NADA EM CATÁSTROFES,pois nada possuindo NADA PERDE.
Quem está na merda,ou mergulhado na mesma,só coisa boa pode acontecer pela frente.Até a falta da dita cuja ajudaria.
abraços
karlos
Touché, M.Aluiziô.
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