É COBRA COMENDO COBRA. CARGOS, PODER E MUITO DINHEIRO.
Os trabalhadores e pensionistas das estatais Furnas e Eletronuclear venceram mais uma queda-de-braço contra a tentativa de ingerência do PMDB na Fundação Real Grandeza, fundo de pensão que administra R$ 6,3 bilhões em recursos previdenciários das duas empresas.
A proposta de substituição do comando da entidade por um indicado do partido, que seria votada ontem no Rio em reunião extraordinária do conselho deliberativo, foi retirada da pauta na última hora, após manifestações de protesto e paralisações na empresa.A retirada frustrou uma articulação comandada pelo ministro de Minas e Energia, o peemedebista Edison Lobão.
Na semana passada, o presidente de Furnas, Carlos Nadalutti, comunicou em carta aos funcionários da empresa que a exoneração do presidente da fundação, Sérgio Wilson Fontes, bem como de seu diretor financeiro, Ricardo Gurgel, seguia uma "orientação" de Lobão.
No Rio, o conselho deliberativo do fundo de pensão derrubou a tentativa de troca no comando da instituição com base em uma questão técnica. Mas as pretensões de Lobão e do PMDB também receberam um veto político, em Brasília.
Uma cláusula no regimento interno da Fundação Real Grandeza previa que, ao ser rejeitada, qualquer proposta só poderia voltar a ser apresentada por quatro dos seis membros do conselho.
A proposta da substituição já havia sido negada em 2007 - e ontem só um dos conselheiros apoiou sua reapresentação.
Mas o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, entrou em campo para evitar que o PMDB se apoderasse do fundo de pensão.
Depois de consultar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e sindicalistas do setor elétrico ligados ao PT, Lula decidiu impor uma derrota a Lobão e aos peemedebistas e não aceitar a troca de comando na direção do Real Grandeza. Dilma manifestou-se contra a articulação de Lobão.
No Planalto, a troca do comando do fundo de pensão foi vista como um movimento só para ganhar cargos e passar a mandar no patrimônio do fundo. (Leia MAIS)
"PT SEMPRE CONTROLOU OS FUNDOS DAS ESTATAIS"
Responsável por denunciar o esquema do mensalão, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse ontem que foi uma indicação para a diretoria de Furnas que deflagrou sua briga com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, em 2005, e culminou com a denúncia do esquema.
Segundo ele, o PT "sempre" controlou os fundos de pensão das estatais, incluindo o Real Grandeza, e o partido não irá permitir dividir esses espaços com o PMDB.
"Na época da CPI [dos Correios], quem mandava no fundo era o Jorge Bittar [deputado pelo PT do Rio]. Ele veio para cima de mim, e eu chamei ele para briga.
Ele mandava e manda até hoje."Bittar disse que "não tem nada a ver com Furnas" e atribuiu as acusações de Jefferson a "uma vontade de aparecer". Em nota, a direção de Furnas negou ingerência política no fundo.
A CPI dos Correios, que em 2005 apurou o mensalão, investigou o Real Grandeza e apontou PT, PC do B e PTB como responsáveis por indicações políticas no fundo.Para Jefferson, a disputa no comando do fundo pode deflagrar uma nova briga na base.
Em 2005, Jefferson disse que o PTB iria indicar Francisco Pirandel para uma diretoria de Furnas, mas a indicação foi barrada dias antes, depois de a revista "Veja" publicar denúncia de corrupção nos Correios envolvendo seu partido. (Da Folha de São Paulo desta sexta-feira)
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
FURNAS: LULA TORCE O RABO DO LOBÃO
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Postado por
Aluizio Amorim
às
2/27/2009 03:33:00 AM
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