O RETRATO DE UM BRASIL QUE APODRECEU

O Senador Jarbas Vasconcelos reafirmou as denúncias de corrupção no PMDB e de sua prática fisiológica sempre em conluio com o PT de Lula. Com a calma que lhe e peculiar, o político pernambucano, velho de guerra, expôs à Nação brasileira uma verdade incontestável: o PMDB se transformou no sustentáculo do governo petralha, desnaturou-se e passou a atuar apenas nos bastidores mais sórdidos da política brasileira.

Isto se verifica, facilmente, pela seguinte realidade: por que um partido do tamanho e da capilaridade do PMDB não tem um nome sequer para concorrer à Presidência da República? É uma pergunta que contém a própria resposta.

Por mais que a política seja sempre praticada num terreno movediço pontilhado por imoralidades e condutas antiéticas em qualquer lugar do mundo, são os resíduos de altruísmo que contam. É o altruísmo que dá consistência ao tecido social e não as iniqüidades, ainda que estas sejam a regra. No PMDB não se encontra, porém, essa moralidade rarefeita, embora fundamental.

Não há novidade no que revelou o Senador Jarbas Vasconcelos. Os cidadãos até podem fingir que não sabem, mas sabem. Sabem tudo e muito mais. Se isso fosse dito por qualquer um, vá lá. Mas o autor da denúncia é um Senador que se celebrizou como fundador do PMDB e depois se consagrou como articulador político de raro destaque na luta pela democratização do Brasil.

Contra ele, pelo que se sabe, não pesam admoestações e acusações de ser protagonista de escândalos. Tanto é que as reações às suas denúncias não passaram de jogos de palavras e retóricas vazias, como vazia foi a nota do PMDB ou ainda quando José Sarney balbuciou um frase minimalista à pergunta de um jornalista.

Da tribuna do Senado ouviu-se, como mostra este vídeo do Jornal Nacional da Rede Globo, o discurso e outro velho guerreiro peemedebista Pedro Simon. Está irreconhecível, a mostrar que a idade jamais confere sabedoria a uma pessoa. O lamentável é ver Simon servindo de estafeta dos corruptos, fechando os olhos para a evidência dos fatos, prestando-se a esse serviço baixo e rasteiro no ocaso de sua vida pública.

Tem-se, portanto, o retrato da Nação brasileira que apodreceu moralmente e que se submete ao domínio do mal. O mal como resultado da insanidade de ter colocado no poder um ex-operário ignorante e tosco, mas suficientemente experto para fazer da degenerescência ética o fio condutor da política e das ações de governo.