Depois de 13 anos em atividade, as escolas itinerantes que educam crianças ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em acampamentos no Rio Grande do Sul devem chegar a um ponto final.
O seu fechamento foi determinado por um acordo do Ministério Público Estadual (MP) com o Piratini, que confirmou ontem o término do convênio com a entidade que contrata e gerencia os professores.
Essa decisão é o desfecho de um confronto iniciado há dois anos, quando o Conselho Superior do MP chegou a cogitar a declaração de ilegalidade do MST.
A ideia de banir o movimento dos sem-terra, defendida por uma ala de promotores e procuradores de Justiça do Estado, se fundamentava na interpretação de que a entidade abdicou da luta pela terra para buscar a transformação da sociedade brasileira lançando mão de meios não-pacíficos.
A proposta chegou a ser registrada em ata, mas acabou descartada. Um inquérito civil sobre as práticas da organização, porém, continuou em andamento e deu origem a um novo e duro golpe contra o MST gaúcho: a interferência no processo de formação das novas gerações de militantes.
Atualmente, conforme estimativa do MP, cerca de 500 crianças e adolescentes estudam em colégios improvisados em acampamentos de lona e madeira. Em dezembro, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta com a Secretaria Estadual da Educação (SEC) em que o governo se comprometeu a garantir a transferência dos estudantes para a rede pública convencional.
Isso significa pôr fim ao convênio que repassa, em média, R$ 16 mil por mês para a ONG Instituto Preservar – a qual se incumbe de gerenciar e pagar cerca de duas dezenas de professores e merendeiras contratados sem necessidade de concurso público e em consonância com o pensamento dos acampamentos.
A assessoria de imprensa da SEC informou ontem que o fim do convênio deverá ser formalizado nos próximos dias, e que está apenas acatando a recomendação do Ministério Público. Devem ser atingidas oito escolas atualmente em funcionamento no Estado, segundo fontes ligadas ao MST.
O procurador de Justiça Gilberto Thums sustenta que o fim das escolas é uma medida em defesa das crianças acampadas.– Esses estabelecimentos não estão alcançando nenhum objetivo pedagógico a não ser servir como fonte de aliciamento. Os filhos dos sem-terra não precisam reproduzir a ideologia dos pais – argumenta.
Para o setor do Ministério Público que repudia as táticas do MST, interferir no processo de formação dos jovens sem-terra é ainda uma maneira de frear o recrutamento de novas fileiras de militantes dispostos a ações que ameaçam a ordem pública. Para líderes identificados com o movimento, como o deputado estadual Dionilso Marcon (PT), trata-se de uma nova estratégia de perseguição política.
– É uma medida de um governo ideologicamente contrário aos pobres. Isso vai prejudicar a educação desses alunos – critica o parlamentar.A orientação do MP é de que estes estudantes sejam matriculados no estabelecimento mais próximo de onde vivem e tenham garantia de transporte gratuito.
Os pais que se negarem a efetuar a matrícula dos filhos menores de 14 anos poderão responder a processo criminal por abandono intelectual.
A mudança contém um forte caráter simbólico. O modelo de educação autônoma nos acampamentos, regulamentado em 1996, nasceu no Rio Grande do Sul e foi exportado para pelo menos outros seis Estados.
É visto pelos líderes do MST como uma alternativa à educação “capitalista” e uma maneira de transmitir aos jovens os valores cultivados pelo movimento. (Do jornal Zero Hora)
N.B.: Depois comento esta auspiciosa notícia que a sempre atenta jornalista Maria Aparecida Nery, que me honra muito com a sua leitura do blog, deixou postada nos comentários. Valeu Maria Aparecida.
O blogueiro hoje teve que cumprir algumas tarefas extra-blog. Mas já estamos mandando fogo nos botocudos novamente.
UPDATE/RETIFICANDO: quem na verdade quem deixou postada a matéria do MST foi a leitora Ester, que como Maria Aparecida, é leitora e amiga do blog. Agradeço à Ester e peço perdão pela confusão.
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
RS ACABA COM LAVAGEM CEREBRAL DO MST
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Postado por
Aluizio Amorim
às
2/19/2009 01:06:00 AM
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3 comentários:
Penso que foi a notícia mais esperada por aqueles que cultivam a democracia e o Estado de Direito. Foi apenas uma cócega nesse movimento esdrúxulo, mas alguma ação se esperava por parte do judiciário para colocar ordem no galinheiro. Espera-se que se cumpra a lei, nada mais, nada menos. Chaves, por certo, receberia toda essa turma de braços abertos.
Querido, desta vez não foi a Cida, foi a Ester. Abraços.
E por falar na reforma agrária e nos ESPETACULARES resultados agrícolas produzidos nos assentamentos do MST (seria cômico se não fosse trágico...), veja Aluizio que notícia incrível:
Brasil compra 1 milhão de toneladas de trigo...da Rússia!
O link é http://www.estadao.com.br/noticias/economia,russia-deve-fornecer-ate-1-mi-de-t-de-trigo-ao-brasil,326729,0.htm
Vergonhoso, é o mínimo a se dizer, pois nosso país deveria estar vendendo EXCEDENTES de alimentos para TODO o mundo, no entanto importa desavergonhadamente arroz, feijão, trigo....
Absurdo Aluizio, simplesmente vergonhoso....
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