Estou há algum tempo para postar um vídeo dos Beatles. Escolhi para dar a partida este clip que mostra algumas fotos da banda ao som de Dr. Robert, de Lennon e McCartney, uma das faixas do famoso álbum Revolver (não confundir o nome com a arma de fogo. Trata-se do verbo ‘revolve’, em inglês, que significa revolver, fazer girar).
Esta é uma das músicas dos Beatles que gostei logo à primeira vez que ouvi, embora não tenha o sucesso de outras canções da dupla Lennon/McCartney. Mas é um rock muito bom. Mas afinal o que teria inspirado a dupla para falar nesse tal de Dr. Robert. Especula-se que o misterioso Dr. Robert realmente existiu e fornecia um coquetel de vitaminas em combinação com anfetaminas para seus pacientes.
Estávamos no auge daquilo que se chamou de “psicodelismo”, um tempo de culto às drogas e isto acabou se refletindo nas músicas a partir do mundo underground que gerou o movimento “contracultural”. Na seqüência os famosos festivais de rock e o nascimento do movimento hippie. Estávamos também no auge da guerra fria e do prestígio dos movimentos esquerdizantes.
Aquele ambiente dito revolucionário dos anos 60 acabou contribuindo para depois de quase quarenta anos fazer desmoronar o muro de Berlim e com ele as ditaduras comunistas e fascistas.
Mas, se o século XX foi pródigo nas artes em geral e, sobretudo na música (o jazz e o rock, por exemplo) e, por que não, na política, o século XXI foi buscar nos anos 60 do século XX o lado mais perverso da contracultura, para edificar o politicamente correto.
A música, como manifestação cultural, está impregnada de historicidade, aprisiona um dado momento no fluir caótico da vida social.
Numa rápida pesquisa na internet encontrei um texto que dá muitas informações sobre o álbum Revolver dos Beatles, com detalhes muito interessantes no que respeita às músicas e aos processos de gravação, sobretudo no que se relaciona às inovações que a banda acabou introduzindo. Por isso mesmo, esse disco é um marco na história do rock.
Sobre Dr. Robert, diz o texto: “Mais do que qualquer outro disco, Revolver tem em sua temática referências girando em torno de entorpecentes, mormente LSD. Por exemplo, "Dr. Robert" é sobre o médico americano Dr. Robert Freymann, que tinha um consultório em Manhattan, no Upper East Side, na rua 78, praticamente ao lado da residência de Jacqueline Onassis. Ela, como muitos outros ricos, vez por outra passava lá para tomar uma injeção de vitaminas. A injeção continha B12 e anfetaminas, que não eram proibidas então. Logo, muitos da elite artística se tornariam clientes.”
Jacqueline era a viúva do presidente John Kennedy, que morreu assassinado. Posteriormente casou-se com Aristóteles Onassis, armador grego riquíssimo, um tipo atarracado que usava pesados óculos. Jacqueline era uma mulher bonita, esguia e ainda jovem e atraente quando viuvou.
Acabei escrevendo tudo isso...e poderia escrever muito mais se esta porra deste blog servisse para alguma coisa...hehehe...
A letra de Doctor Robert é simples, coloquial, mas a melodia é muito bem sacada, com o estilo e o balanço inconfundíveis que identificam de cara a mais importante e criativa banda de rock que já existiu. É insuperável. Sorry, periferia, mas todo o resto do rock é o resto. Ou seja, lixo.
A arte e a criatividade são rarefeitas, muito rarefeitas.
Querendo cantar junto com o vídeo, está aqui a letra:
Ring, my friend I said you'd call Doctor Robert
Day or night he'll be there any time at all
Doctor Robert
Doctor Robert
You're a new and better man
He help you to understand
He does everything he can Doctor Robert
If you're down he'll pick you up
Doctor Robert Take a drink from his special cup
Doctor Robert
Doctor Robert
He's a man you must believe
Helping anyone in need
No one can succeed like Doctor Robert
Well, well, well, you're feeling fine
Well, well, well, he'll make you Doctor Robert
My friend works for the National Health
Doctor Robert Don't pay money just to see yourself
Doctor Robert
Doctor Robert
You're a new and better man He help you to understand
He does everything he can Doctor Robert
Well, well, well, you're feeling fine
Well, well, well, he'll make you
Doctor Robert
Ring, my friend I said you'd call
Doctor Robert
Doctor Robert
P.S.: Coincidentemente, pois não tinha visto o Estadão antes de escrever este post, há uma entrevista com Philip Norman, a respeito da biografia que escreveu sobre Lennon - A vida, em tradução de Roberto Muggiatti, um tijolaço de 840 páginas, mas que parece ser bastante interessante. Principalmente para quem se interessa pela história dos Beatles, do rock e da música internacional. Mais uma prova evidente da importância artística e criativa não só de Lennon, mas de todo o grupo.

3 comentários:
Uai, Amorim, há problemas no link para o texto com informações sobre Revolver.
Abraço.
Anotador,
já resolvi o problema e agora o link está funcionando e o têxto em referência têm muitas informações.
Caro Aluizio, veja uma resposta ao seu comentário lá no meu bloguinho.
E não de esqueça de me mandar algumas das músicas que vc citou lá, ok?
Abração!
Postar um comentário