A POLÍTICA COMO EXERCÍCIO DE CIVILIDADE

Os verdadeiros líderes políticos são raríssimos e têm qualidades especiais que se evidenciam na sua postura, no modo de falar e de tratar as pessoas.

Normalmente é a simplicidade, a calma e o despojamento as características dos grandes líderes políticos.

Nunca me esqueço que quando cobria há muitos anos um evento político aqui em Florianópolis, na Assembléia Legislativa, do velho MDB, entre as presenças de destacava-se Tancredo Neves. Com sua calma e diplomacia habituais, em dado momento o experiente político mineiro achou tempo para dar uma cochilada num dos sofás dispostos próximo ao plenário. Outro grande político que entrevistei foi Ulisses Guimarães, sempre de fala pausada e calma.

Esse mesmo tipo de comportamento pode ser encontrado quando se entrevista o ex-Senador Jorge Bornhausen, que jamais altera o tom de sua fala e jamais deixa de dar total atenção ao seu interlocutor, ainda que não lhe falte a energia para refutar os ataques grosseiros do petismo, como naquele episódio em que foi vítima quando estava no Senado.

Outro líder político autêntico, com o qual falei rapidamente no evento do Democratas foi o Deputado Ronaldo Caiado, que a crônica política costuma abominar e descrever como truculento, o que não corresponde de maneira nenhuma à verdade.

No vídeo acima vocês poderão ver e ouvir as palavras iniciais do prefeito Gilberto Kassab. Trata-se também de um autêntico líder político de natural simplicidade e calma e que discursa como se estivesse apenas conversando. Por isso mesmo faz jus ao seu sucesso e a grande vitória que obteve na eleição a prefeito de São Paulo.

Da mesma forma se pode traçar o mesmo perfil com relação ao Senador Raimundo Colombo que teve a maior votação numa eleição ao Senado em toda a história catarinense. Por que?

Porque Colombo, como os demais líderes políticos que citei é um sujeito calmo, atencioso e simples e que dispensa a todos um tratamento respeitoso e cordial.

Seu sucesso como político não é apenas resultado de uma montagem de marketing e por isso vai sobressair muito nos próximos meses quando assumir a liderança da oposição no Senado.

O que posso transmitir a vocês é que o evento do Democratas foi uma festa política civilizada, democrática, organizada, calma e solidária, sem arroubos triunfalistas, sem os discursos agressivos e frases de efeito belicosas e ressentidas que, infelizmente, permeiam noticiário político da imprensa brasileira nesses tempos sombrios marcados pela agressividade permanente do governo do PT.

O Democratas mostrou neste evento que é possível fazer política com sorrisos e abraços, sem ódio e sem rancor. Aliás, isso é a normalidade em qualquer país democrático.

Mas ao fazer aqui estas considerações estou reconhecendo que essa reunião política foi uma exceção. Concluo, portanto, que isto quer dizer que se verifica na sociedade brasileira uma demanda reprimida por democracia verdadeira e, sobretudo, por afeto, respeito, civilidade e ordem, de que foi exemplo a convenção do Democratas catarinense.