O Senado foi dominado por uma máquina que trabalha continuamente para burlar as leis em benefício próprio.O resultado é uma estrutura perdulária e improdutiva. Aqui a parte inicial da reportagem de Veja que foi às bancas neste sábado. É de arrepiar. O título do post é o mesmo da reportagem da revista.
Otávio Cabral e Alexandre Oltramari
Montagem sobre fotos de Paulo Fridman/Corbis/Latinstock e Ana Araújo |
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Salário médio de 18 000 reais; horário de trabalho flexível, que permite dar expediente em casa ou em qualquer outro lugar do país; plano de saúde com reembolso integral de despesas; pagamento de horas extras nas férias; gratificações por tempo de serviço; gratificações por funções exercidas; gratificações por funções não exercidas; possibilidade de ascensão na carreira por mérito; possibilidade de ascensão na carreira por demérito; aposentadoria integral; pensão familiar vitalícia em caso de morte; estabilidade no emprego.
É imenso o rol de possibilidades de 7 000 servidores do Senado Federal, em Brasília.
Nos últimos meses, revelou-se que a parte mais nobre do Parlamento funciona nos moldes de um sultanato, em que tudo pode – inclusive infringir leis, desde que em benefício dos senadores e dos próprios funcionários. Nepotismo é proibido.
No Senado, há parentes de servidores espalhados em várias repartições. O maior salário da República, 24 500 reais, deve ser obrigatoriamente o de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
Há pelo menos 700 pessoas no Senado, segundo levantamentos oficiais, recebendo acima desse limite. Sem fiscalização e funcionando de maneira autônoma, o Senado é administrado como se fosse uma confraria – uma confraria com o meu, o seu, o nosso dinheiro.
Dida Sampaio/AE |
FANTASMA O senador Mão Santa tem um diretor do Senado lotado em seu gabinete, mas ele mora no Piauí e recebe sem trabalhar |
Em uma década, o orçamento do Senado saltou de 882 milhões de reais para 2,7 bilhões neste ano. É, disparado, a casa parlamentar mais cara para os brasileiros.
Cada um dos 81 senadores consome 33,8 milhões de reais por ano. É cinco vezes o custo de um deputado federal em Brasília. Nada menos que 2,2 bilhões de reais, ou 80% de seu orçamento anual, são gastos com pagamento de salários.
No total, o Senado tem 9 677 servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas. Há ainda os servidores terceirizados, cujo número exato o próprio Senado até hoje alega desconhecer, mas que pode passar de 2 000. Muito dinheiro, pouca luz e uma boa dose de desapego moral criam o substrato perfeito para todo tipo de malandragem. E ela tem eclodido como praga.
Há casos de senador usando funcionários e a estrutura da Casa para fins pessoais e de funcionário usando apartamento de senador para abrigar parente. Casos de nepotismo, irregularidade em contratos, existência de servidores fantasmas. Histórias que deixam evidente a simbiose entre parlamentares e o corpo administrativo do Senado para o simples bem-estar de ambos. E não há santos.
O senador Mão Santa, do PMDB do Piauí, tem um servidor lotado em seu gabinete, Aricelso Lopes, que exerce função de "coordenador de atividade policial" do Senado. Com direito a broche azul de "autoridade", uma relíquia que dá acesso a várias benesses, o diretor deveria cuidar da segurança dos parlamentares, entre outras coisas.
Mas ele nunca foi visto nem no gabinete de Mão Santa, onde é lotado, nem na Polícia Legislativa, em que ocupa a prestigiosa função de diretor. Na semana passada, VEJA visitou a sala dos seguranças e perguntou pelo tal chefe. "Ari o quê?", indagou o primeiro funcionário. "Acho que ele está no Piauí", disse um segundo.
O terceiro reconheceu: "Faz no mínimo dois anos que ele não aparece aqui", informou Rauf de Andrade, chefe de gabinete da polícia do Senado. Aricelso, ao que tudo indica, é um fantasma. O gabinete de Mão Santa disse que ele foi contratado para capturar um pistoleiro que ameaçava o senador.
Folha Imagem |
MUITO FEIO O senador Wellington Salgado emprega um dirigente da CBF no Senado. O "assessor" só trabalha de vez em quando. O senador nem se importa: "Ele é muito feio" |
Em 1995, havia no Senado sete secretarias e trinta subsecretarias, órgãos cujos titulares têm status de diretor, acumulando aos salários gratificações que variam de 3 200 a 4 800 reais.
Em catorze anos, o número cresceu para 181. Para atender aos reclames financeiros dos servidores, os parlamentares autorizaram uma série de nomeações esdrúxulas, como diretores de check-in, de garagem e de clipping. A moda pegou e diretorias passaram a ser criadas para toda sorte de necessidades e interesses.
Em 2001, um senador foi flagrado pela esposa em seu gabinete com uma funcionária do Senado, casada com outro servidor da Casa. Confusão pesada. Para evitar um escândalo, a mulher foi afastada do Senado. Para o marido traído foi então criada uma diretoria. (Assinante lê MAIS)
8 comentários:
Estou aguardando o lançamento do livro " Como enterrar a democracia representativa em dez lições " de produção coletiva e sem nenhum sacrifício por parte de seus autores.
Entre omissos, cínicos e perdulários (com o dinheiro alheio, diga-se), todos os autores escrevem sua participação nesse verdadeiro manual da prosperidade pessoal. Quando todos os brasileiros começarem a repudiar esses inventivos parasitas, talvez, talvez, seja possível restaurar, num patamar mínimo, o que se espera de um senad.
Esse escândalo no Senado apenas mostra aquilo que muita gente já sabia. O Senado é uma grande fonte de desperdício de dinheiro público. Um lugar onde grandes volumes de dinheiro oriundos de impostos são gasto sem dignidade ou honra.
E não se iludam aqueles que acreditam que essa situação irá mudar. Pois a chance disso acontecer é zero.
mão santa, zésarney, w salgado e outros raros espécimes da fauna botocuda mas muito esperta. Vamos acabar com esse antro, mandar todo mundo embora sem qualquer indenização ou pelo contrário exigir devolução do que nos foi roubado.
CANALHAS!!!
FOGO, MUITO FOGO NESSES VAGABUNDOS!
Eduardo.50
Esse que disse isso, é do PEZO chamado PSOL? O Salvado e Salgado disse: "Alguma legislação, alguma situação que possa proteger a nossa Honra, porque da maneira que as coizas estão caminhando, não dá para sustentar", referindo-se à bagunça que o Senado está, com políticos recebendo propinas. Sarney responde: "eu não tenho essa função de gestor da Caza".
O que estão fazendo cim nosso dinheiro é uma vergonha é uma pena que o povo brasileiro não cai na realidade que esse dinheiro está saindo do nosso bolso. Teria que eliminar todos esses ladrões do senado
esse roubo que estão fazendo no governo é uma vergonha, é uma pena que o povo não cai na realidade que esse dinheiro está saindo do nosso bolso. O único jeito de acabar com eesa roubalheira seria eliminar com todos esse ladrões do governo.
o tio do senado como que vocês estão ganhando mais do que nois poxa não tem vaga ai no senado para nos .....
se tiver me ligue que estou a disposissão de vocês para roubar dos pobres kkkkk identifico
como eu ....................
Zé Sarney e W Salgado vamos parar de fazer robalheira com o dinheiro público e ver no realmente deve ser gasto esse dineiro vamos valorizar mais as profissões e as pessoas é muito fácil entrar no senado contratar quem quer trabalhar quando decidir e ganhar viajando de férias ...
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