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quinta-feira, abril 30, 2009

ARROZEIROS REAGEM EM GAMBÁ SERRA DO SOL

Produtores de arroz fizeram uma manifestação com tratores e caminhões na tarde desta quinta-feira (30), na Praça do Centro Cívico, em Boa Vista. Eles reclamam da ordem judicial de desocupação da terra indígena Gambá Serra do Sul.

O prazo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para a saída pacífica dos não-índios da reserva termina à meia-noite desta quinta-feira.

"Nosso objetivo é protestar e mostrar que não estamos mortos. Podemos estar numa situação difícil, mas não abaixamos a cabeça e nem estamos com medo. Os homens e mulheres de Roraima andam de pé e não de joelhos”, disse o produtor Paulo César Quartiero, organizador da manifestação, à reportagem da Agência Brasil (órgão oficial de informação ligado ao governo brasileiro).


'Zoológico humano'

O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, disse, nesta quinta-feira, que não vai pedir mais tempo para que a população não-indígena deixe a reserva Raposa Serra do Sol. “Não pretendo, não vou discutir. Esse assunto já foi discutido exaustivamente. Aquilo vai se transformar num verdadeiro zoológico humano. Sem a menor condição de sobrevivência, sem contato com o branco, o que vamos ver lá serão animas humanos”, disse ele.

Ainda de acordo com a Agência Brasil, não há resistência por parte das pessoas que não saíram da reserva, mas faltaria logística para isso. “São pessoas que estão lá há quatro gerações e não têm para onde ir, nem como se locomover”, afirmou o governador.

Segundo ele, cerca de um milhão de sacas de arroz vão se perder sem serem colhidas em função da retirada dos arrozeiros da área. (Leia MAIS)

2 comentários:

Atha disse...

Já que os izquerdas uzam muito a expressão "discriminação", que se refere a crimis ou crimes cometidos e por isso se dizem discriminados e, ao mesmo tempo, descriminados e permanecem impunis, o que estão fazendo se enquadra no mesmo conceito de "discriminação e descriminição de mais esse crimini.

O que difere dos criminis anteriores, é que torturaram as torturadas, torcidas e retorcidas, mas hoje, para disfarse, chamam de "as torcidas de futebol", assim como Tortura, uzado de modo genérico.

Nesse caso, quem pagará por isso são os que dependem do que produzem os chamados
"agricultores", só para satisfazer os dezejos dos izquerdas e comunimos em proteger aos não claros ou não brancosm por serem dos babu Abuzus que abuzaram das Claras que raptavam para fazer nascer os Divinos e Sagrados e por isso que os Bispos estão por trás de mais esses criminis e seus reprezentantes no poder fazem o serviço que querem.

Esperança disse...

É revoltante.
Quartiero pode ser o primeiro de uma série.

Resignado, Quartiero deixa reserva
http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=61161
Andrezza Trajano / 02.05.09



Quartiero aguardou tropas federais sentado em um banco de madeira ao lado de entulhos

Um dia após o prazo estabelecido pela Justiça para saída espontânea, o rizicultor Paulo César Quartiero deixou ontem a terra indígena Raposa Serra do Sol, ao norte de Roraima, onde por duas décadas cultivou arroz irrigado.

Polêmico como sempre, a saída dele envolveu cerca de 25 policiais – entre agentes da Polícia Federal (PF) e soldados da Força Nacional de Segurança (FNS) - e precisou ser intermediada pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador Jirair Meguerian, responsável pela medida de desocupação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Quartiero foi submetido à execução forçada da sentença, uma vez que se negou a deixar a reserva até o dia 30 de abril, como estipulou a Corte. Ele foi encontrado pelos policiais por volta das 10h30, no interior da fazenda Providência, a 150 quilômetros da Capital, que até ontem era uma de suas propriedades.

Estava sozinho, sentado em um banco debaixo de um pé de manga. Passou a madrugada junto com funcionários demolindo as estruturas físicas da fazenda. Não sobrou nada. Materiais reaproveitáveis foram levados para a usina de beneficiamento de arroz no Distrito Industrial, em Boa Vista. O gado foi levado para uma área arrendada também na Capital.

Ao ser informado pelo coordenador executivo da Operação Upatakon 3, delegado Nelson Kneip, que deveria deixar a área indígena imediatamente, ele exigiu a apresentação de uma ordem judicial. “Se houver uma determinação judicial eu saio, agora na conversa, não. Meu interlocutor não é o senhor nem a Funai, mas a Justiça. Não aceito ser colocado para correr feito cachorro”, polemizou o arrozeiro.

Depois de adverti-lo três vezes, Kneip decidiu lavrar um auto de resistência e suspendeu a diligência para comunicar o fato ao desembargador. Meguerian estava no Lago Caracaranã, em Normandia, tentando negociar a saída pacífica de dois produtores idosos. Pela decisão do STF, qualquer desocupação forçada tem que ser autorizada pela Justiça.

Depois de sete horas, Meguerian chegou à fazenda Providência a bordo de um helicóptero do Exército, acompanhado de dois juízes federais e representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Advocacia-Geral da União (AGU), além do deputado federal Márcio Junqueira (DEM).

Durante esse intervalo até a chegada das autoridades, o rizicultor fez duras críticas aos órgãos envolvidos no processo de desocupação. Proferiu ofensas e ironizou a situação que se encontrara. Nem a comitiva de autoridades escapou das palavras do produtor.

Mesmo assim, o presidente do TRF optou pelo diálogo e conseguiu selar um acordo. Diante da exigência do produtor, redigiu a mão um mandado de desocupação. No documento, ele informou a decisão do Supremo que manteve a demarcação da reserva em área contínua e que a execução da medida era imediata, independente de publicação de acórdão. Também apontou a existência de arroz plantado que, segundo Quartiero, representa 400 hectares. O arroz ficou sob a responsabilidade de órgãos da União.

Ao ser informado por Jirair Meguerian que a Justiça poderá requisitar equipamentos agrícolas dele para colher o arroz – a colheita inicia na próxima quarta-feira, 06, e encerra dentro de uma semana – Quartiero reclamou.

“Vocês estão levando tudo de mim, minha fazenda, meu arroz e agora querem minhas máquinas? Não querem também levar minha mulher e filhos?”, ironizou, ao mesmo tempo ameaçando tocar fogo nas máquinas ao invés de cedê-las à Justiça.

“Esses técnicos da Conab [Companhia Nacional de Abastecimento] não vão saber colher meu arroz que é irrigado, diferente de outro tipo. Vão quebrar meus equipamentos e sei que não serei indenizado por isso. Deixe-me ficar até a colheita”, pediu ele ao desembargador, ouvindo um “não posso” como resposta.

Depois de assinar o acordo ao final do dia, que não previu o empréstimo das máquinas, as autoridades foram embora. Quartiero saiu andando em direção ao portão principal da fazenda, ao lado do deputado Márcio Junqueira, que decidiu acompanhá-lo na desocupação.