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quarta-feira, maio 06, 2009

VEM AÍ UMA REFORMA POLÍTICA BOTOCUDA

Reproduzo após este prólogo matéria que está na Folha de São Paulo desta quarta-feira a respeito de uma “reforma política” que cria, entre outras coisas, o voto em lista.

Pelo projeto, o eleitor não votaria mais no nome de determinado candidato, mas na legenda. Os eleitos sairiam proporcionalmente da lista dos respectivos partidos.

O curioso é que esse projeto tem o apoio do PT e seus satélites nanicos.

Seria conveniente que essa tal reforma fosse pensada mais seriamente. Mais uma vez, como ocorre praticamente antes de todas as eleições mudam-se, de repente, as regras.

Entretanto, não se toca no fundamental que é acabar com esse presidencialismo imperial anacrônico e, muito menos no que tange ao Poder Legislativo, que continua a ser um eterno balcão de negócios.

A meu ver, trata-se de um reforma botocuda.

Se interessa a todos os petralhas, inclusive ao Tarso Genro, então essa reforma não presta. Ou alguém já viu a bandalha do PT dar ponto sem nó?

Leiam e tirem as suas próprios conclusões. Os comentários estão abertos para o debate.

Sob o patrocínio do governo federal e com apoio de cinco partidos -além de parte expressiva do PSDB- a Câmara dos Deputados se mobiliza para aprovar, até outubro, o financiamento público de campanha e a adoção do voto em lista fechada já para 2010.


Com autoria atribuída a PT, PMDB, DEM, PPS e PC do B, o texto propõe a criação de um fundo com recursos equivalentes a R$ 7 por eleitor para cobrir as despesas do primeiro turno, o que corresponderia a R$ 913.197.656 -tomando por base o eleitorado de dezembro de 2008. Para o segundo turno seriam reservados R$ 2 por eleitor -ou R$ 260,9 milhões.

A pedido do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), o deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) condensou o texto, que prevê ainda a criação do voto em lista fechada para o Legislativo.Pela proposta, o eleitor passa a votar numa sigla. Não mais no candidato. Os congressistas assumem a vaga segundo a votação obtida e a hierarquia previamente elaborada pelo partido ou pela coligação.

Como não requer mudança constitucional -o voto continuaria proporcional-, dependerá de maioria simples para aprovação. Segundo Ibsen, a minuta, à qual a Folha teve acesso, é produto do casamento entre "relevância e viabilidade". "Sou a favor do voto distrital misto. Mas exige emenda constitucional. Esse projeto, não. Dá para votar para as próximas eleições", disse Ibsen.

Ainda segundo o deputado, o "grau de unidade [em torno do projeto] é tão avançado" que será apresentado até a semana que vem. Hoje o tema será objeto de audiência pública na Câmara. Se aprovado, tem de ser submetido ao Senado e à sanção presidencial.

Além dos tradicionais adeptos, a proposta começa a conquistar apoio no PSDB, antes contrário à proposta. Na segunda, em reunião com a bancada do PSDB no Estado, o governador de São Paulo, José Serra, incentivou o partido a apoiar mudanças nas regras. "Ele passou posição de simpatia à ideia", contou o líder do PSDB na Câmara, José Anibal.

Serra manifestou, no entanto, oposição ao financiamento público: além de impopular, não coibiria doações ilegais.De 16 deputados, só Mendes Thame opôs-se à proposta. A começar pelo líder, os tucanos começam a se render a Ibsen. Segundo repete o deputado, depois de operações que investigam as doações de empresas, como a Castelo de Areia, "nenhum contribuinte vai querer recibo nas próximas eleições".

"Concordo com lista como instrumento de valorização do partido. O que eu lamento é que não consigamos mover nem um palmo na direção do voto distrital. O financiamento, preciso analisar", disse Anibal.

"Sou a favor da proposta. Mas precisamos ouvir o partido", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), reafirmou ontem apoio à proposta. Assim como o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP): "O PT é a favor. Se der para aprovar para 2010, queremos".

Entre os avalistas da proposta também está o ministro da Justiça, o petista Tarso Genro.Pelo projeto, 14% dos recursos do fundo serão dados aos partidos com assento na Câmara, e 85%, de acordo com o desempenho dos partidos na eleição passada. "Essa proposta beneficia os grandes partidos", admite Maia. O próprio Ibsen admite que a proposta alimenta o "caciquismo". "Cada sistema tem seus inconvenientes", afirmou Ibsen, para quem "o financiamento privado esgotou".

O custo, de R$ 9 por eleitor, é bem inferior ao registrado em 2008 (R$ 17 para cada votante). (Da Folha de São Paulo)

2 comentários:

jânio disse...

"Esqueceram" do voto facultativo.

Alexandre, The Great disse...

Falou tudo, Aluízio!
Se o pt está apoiando, certamente não é coisa que presta.
A revolta é tão grande que já atingiu o limiar da irresponsabilidade. Temos que, a cada dia, nos controlarmos para não iniciar o nosso "Dia de Fúria"!