Na revista Veja há uma excelente crítica de Isabela Boscov a respeito de mais um desses filmes nacionais que transformam bandidos botocudos em heróis.
Desta feita, os celerados do PCC são os heróis. Os vilões são os cidadãos brasileros de bem açoitados por esses semoventes beneficiados por uma legislação frouxa, como são frouxos os brasileiros que não vão para as ruas e para cima do Congresso exigir a pena de morte para esses vagabundos.
Em vez disso disso, a sociedade brasileira acaba financiando com dinheiro público o cinema nacional que é uma porcaria e que ainda por cima defende os bandidos, transformando-os em vítimas. Insisto: o Brasil é o lixo ocidental! O título do artigo é Doideira geral.
Não deixem de ler:
Andréa Beltrão é uma atriz criteriosa, mas nem ela pode salvar certas cenas. Como aquela em que diz para seu amor bandido: "Eu queria ficar aqui com você para sempre". A cena se passa em uma cela de um presídio; que Lucia, a personagem de Andréa, queira amor sem fim é aceitável – mas que, ao dizê-lo, acabe manifestando o desejo de uma estada prolongada na prisão só pode ser resultado de má escrita.
Esse problema não acomete apenas os diálogos de Salve Geral (Brasil, 2009), que estreia na próxima sexta-feira no país: é um fato constitutivo do filme do diretor Sergio Rezende. Em teoria, Salve Geral trata dos ataques que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital, ou PCC, promoveu em São Paulo, em 2006, quando milhares de presos ganharam indulto para o Dia das Mães e ficaram, assim, disponíveis para matar policiais, incendiar ônibus e espalhar o caos.
O filme, porém, é quase tão indiferente ao pânico que os paulistanos viveram quanto os próprios bandidos. Esses, sim, são o foco do enredo. Mas não como agentes de uma ação extorsiva, e sim como um grupo desfavorecido e destratado, que se organiza para lutar pela paz, justiça e liberdade. E os ataques do Dia das Mães seriam um erro estratégico, por indispor a população contra o PCC, mas não de princípio.
Empurrar essas teses adiante requer uma nova série de atentados, desta vez à lógica e ao bom senso. O primeiro está já na trama: o filho de Lucia é preso porque matou com um tiro uma menina, numa briga que se seguiu a um "racha".
Mas o filme depende de a mãe lutar por ele com unhas e dentes; ele é, então, no fundo, um bom menino, e o crime não faz o criminoso. Para atenuar a pena do filho, Lucia se envolve com Ruiva (Denise Weinberg, outra boa atriz), advogada do PCC, que usa a nova amiga para despachos sórdidos. Uma hora Lucia sabe o que está fazendo, outra hora, não; fatos são apresentados, e suas implicações são descartadas.
As caricaturas de bandidos sagazes e autoridades boçais já eram esperadas, o que não as torna menos irritantes, nem menos ofensiva a adoção do jargão eufemístico dos bandidos – ataques são "festas" e o PCC é "o Partido".
Não causa surpresa que, com todas essas qualidades, Salve Geral tenha sido o escolhido para disputar pelo Brasil uma indicação ao Oscar de produção estrangeira. O que significa que a conta só vai aumentar: a população pagou o pato em 2006, pagou boa parte dos 9 milhões de reais do orçamento do filme por meio das leis de incentivo e, agora, não é impossível que tenha de entrar também na vaquinha para o lobby em Hollywood. Haja prejuízo.
domingo, setembro 27, 2009
BANDIDOS SÃO HERÓIS DE FILME VAGABUNDO
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Postado por
Aluizio Amorim
às
9/27/2009 05:16:00 PM
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8 comentários:
Aloísio, corrige lá:
vilãos = vilões
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do Zé
Valeu, Zé do Gás. Grato. Já está feita a correção. Putz! sempre escapa algo.
Desculpe-me Aluízio, mas vou ter de fazer outra correçãozinha:
A frase não seria:
"como são frouxOs os brasileiros que não vão para as ruas e para cima do Congresso"
Ao invés de "...frouxAs os brasileiros..."?
;)
No mais, concordo com seu texto. Só uma ressalva: Ao invés de pena de morte, sugiro prisão perpétua com trabalhos forçados e q, se rebelados, os presos tenham q suportar o ônus de sua própria rebeldia - por ex, se queimam colchões, q fiquem com os colchões queimados, ou ainda, se quiserem colchões novos, q TRABALHEM DURO p/ conseguí-los, ao invés do governo tirar mais essa dos nossos bolsos.
;)
"O filme, porém, é quase tão indiferente ao pânico que os paulistanos viveram quanto os próprios bandidos".
Pois... Isso é o q mais me enoja. Até parece q os autores dessa patacoada de filme estão imunes de serem as próximas vítimas dos "bandidos-coitadinhos" retratados em seus filmecos(se jpa foram vítimas da violência, haja síndrome de Estocolmo p/ tanto "alisamento de cabeça" em bandido, viu... Haja saco!).
Relaxa, amigo Aloízio, he he, no 1.o comentário tb. escrevi seu nome errado...
Parabéns pelo blog, sempre estou por aqui me informando sobre a canalha dos malditos petralhas.
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Bom domingo
Filme sobre bandido tá cheio. Agora tem tanta historia bonita sobre a FEB na Itália mas ninguem ta nem aí.. Lamentável..
Morena Flor,correção feita. Obrigado.
Aluizio : Este PCC leva as coisas a sério ,tanto que já posui um projeto de alcançar o poder político ,preparando candidatos nas favelas ,financiando cursos de direito para favelados ,que após a conclusão trabalharão para êles .E pasme ,já escreveram uma constituição para ser aplicada quando tomarem o poder .
Também financiam cursos de informáticas para que jovens possam trabalhar no s crimes de internet,
Êles são muito mais bem organizados que a sociedade brasileira .
Se você não acredita pesquise e verá .
Abraços
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