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sábado, setembro 12, 2009

URNA ELETRÔNICA BOTOCUDA É INAUDITÁVEL!

Transcrevo comentário que o leitor Clóvis Torres Fernandes, fez ao post mais abaixo relativo à segurança das urnas eletrônicas e ao fato de que o TSE fará um teste convidando hackers para tentarem invadir o sistema.

Vejam que Fernandes, que é técnico nessa área, sustenta que questão não é se um hacker pode ou não violar a urna, já que o sistema não fica disponível via web! O maior problema é que a urna eletrônica botocuda é INAUDITÁVEL! (a palavra 'inauditável' não consta do dicionário mas com ela o autor do comentário quer dizer que a urna não é passível de auditoria, de chegagem dos votos, isto é, de um meio de promover uma auditoria em caso de dúvida), Leiam:


Pessoal, fui eu quem fez o parecer das urnas eletronicas da Eleição de Alagoas em 2006, pleito de Governador. A urna apresentava muitos problemas técnicos, comprovei isso de muitas maneiras, inclusive mostrei que os votos dados para governador no log de segurança nao batiam com os votos computados pelo TSE em muitas urnas do estado.

Alem disso, o TSE nao permitiu examinar o RDV - Registro Digital do Voto, quando esses problemas seriam descobertos e comprovados. Ademais, recontagem com base no RDV implica em obter a mesma contagem que tinha sido feita anteriormente, mas saber se o voto dado por eleitor era mesmo o que constava do RDV nao é possível!


Assim, foi impossível dizer que tinha havido fraudes ou nao, pois o maior problema com a urna nao é se um hacker pode violá-la ou nao, uma vez que ela nao fica disponível a acesso via Web.

O maior problema é que ela é ser INAUDITÁVEL; ou seja, nao ha' mecanismo que permita garantir e asssegurar que um voto digital virtual dado pelo eleitor realmente foi computado do que jeito que ele votou!


Alias, em 01/junho.2009, participei de evento técnico na Assembleia Paulista para discutir a segurança da urna eletronica junto com especialistas independentes e técnicos do TSE, inclusive com a presença do Ministro Vesiani, em que mostrei que a urna é inauditável e mais: nao há tecnologia atual que permita construir urnas eletronicas virtuais para eleições nao pequenas, do porte da brasileira, com muitos candidatos de muitos partidos, que sejam auditáveis e confiáveis!

Dessa forma, a única alternativa para se poder fazer recontagem de votos de forma confiável é por meio do VOTO IMPRESSO! Mas foi isso justamente que os Senadores retiraram do projeto da Câmara que contemplava isso!

Clovis Torres Fernandes
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P.S. Prezado Aluizio Amorim, nao passo um dia sem ver seu blog! Parabéns e fogo nos Botocudos!

Um comentário:

ALFEMBERG disse...

A Corte Constitucional da Alemanha, após acurada reflexão, proibiu as urnas eletrônicas, noticiou o diário argentino “Clarín”.

Os altos magistrados ficaram convencidos de que os argumentos apresentados não afastavam operigo de fraude eleitoral por meio de softwares manipulados.

Para eles, o voto eletrônico enfraquece a essência da eleição e não há garantias de que o voto emitido seja o mesmo do registrado pelo computador.

Eles expressaram o temor de que as eleições tenham sua legitimidade sacrificada em função dos desejos apressados dos políticos.

Segundo Manfredo Koessl, politólogo da Universidade de Córdoba, Espanha, e doctorando pela Universidade de Hamburgo a sentença foi muito bem recebida pela opinião pública.

Os alemães conhecem bem o que computador pode e não pode fazer, escreveu Koessl. e alimentam sérias dúvidas sobre o uso das urnas eletrônicas em eleições.

Enquanto isso, por aqui ainda tem gente que acha que as urnas são o que há de mais moderno e avançado, mesmo que o eleitor não tenha o recibo do que votou, e o STF fica discutindo meses se um assassino deve ou não ser extraditado...