A revista Veja que foi às bancas neste final de semana faz um interessante inventário do arco de apoio político de Dilma Rousseff. Resta perguntar: quem tem coragem de votar em Dilma, hoje de braços dados com Sarney, Maluf e Renan Calheiros, dentre outras notórias figuras da pilantragem política brasileira?
Em parte, isto explica os altos índices em favor do governador paulista José Serra na corrida presidencial, segundo as pesquisas já divulgadas. O governador paulista não é carismático, homem de poucos sorrisos, enfim, não faz o figurino do político bom de voto. Entretanto, já se elegeu com folga para o Senado, para a prefeitura de São Paulo e hoje é o governador paulista, tendo passado pelo Ministério da Saúde.
Entretanto, José Serra é dos pouquíssimos políticos brasileiros de projeção nacional sobre o qual não pesam acusações de escândalos e trambicagens. Este é, sem dúvida, o maior trunfo de Serra e se expressa nos números das pesquisas eleitorais. Se o PSDB conseguir capitalizar esta extraordinária vantagem moral que tem em mãos, vence a eleição no primeiro turno.
Mas como dizia no começo destas linhas, a Veja mostra que Lula e o PT, os ex-paladinos da ética e da moralização da política, trilham o caminho inverso da oposição e submergem num valhacouto de trambiqueiros, valendo inclusive, como afirmou Lula, um acordo com Jucas Iscariotes. Desta feita a definição lulística está absolutamente correta.
Aqui a parte inicial da reportagem de Veja:
No evangelho político do presidente Lula, se Judas Iscariotes, o apóstolo traidor, fosse brasileiro, Jesus Cristo teria de fazer com ele uma aliança tática para governar. A analogia é estranha, mas deriva de uma receita testada nos últimos anos pelo próprio presidente. Para garantir uma maioria folgada no Congresso, Lula lançou-se nos braços dos fariseus históricos da política brasileira. Dá-lhes cargos, verbas e visibilidade.
Em troca, recebe apoio e proteção. Apesar dos escândalos que fraternidades assim estão fadadas a produzir – e já produziram aos borbotões –, os altíssimos índices de popularidade do governo sustentam a convicção oficial de que esse é o caminho certo, o modelo mais apropriado para viabilizar ambiciosos projetos de poder.
A ministra Dilma Rousseff, a candidata do governo à sucessão de Lula, já assimilou os ensinamentos do mestre. Nas últimas semanas, ela selou pactos de fidelidade com alguns partidos, entre os quais o PMDB de José Sarney, Renan Calheiros e Jader Barbalho, o PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto e do deputado Edmar Moreira, o homem do castelo, e o PP de Paulo Maluf. Assinante lê AQUI a reportagem completa
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