O jornalista Augusto Nunes, um dos grande expoentes do jornalismo brasileiro, iniciou nesta sexta-feira no site da revista Veja, onde edita sua excelente coluna interativa, a publicação de depoimento do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. O vídeo que está aí acima é primeiro de uma série que pode ser vista AQUI. Trata-se de material jornalístico de primeira grandeza.
Transcrevo o texto de apresentação dessa magnífica série de vídeos que trazem revelações surpreendentes sobre os bastidores da politica brasileira, principalmente após o período de redemocratização, se é que a essas alturas podemos designar assim o período da história do Brasil que flui depois que os militares retornaram aos quartéis. Repito que é material jornalístico de primeira grandeza e que merece ser visto e ouvido por todos. Eis a introdução do próprio Augusto Nunes:
Na primeira viagem ao exterior como ex-presidente, Fernando Henrique embarcou para Paris e se hospedou, com Ruth, na casa de um amigo. Ali, foi surpreendido por um telefonema de Lula, que estava a caminho de Davos, na Suiça. Depois da introdução amistosa, o novo presidente informou ao antecessor que Antonio Palocci, ministro da Fazenda, gostaria de dizer-lhe algo. “Só queria agradecer pelo bom trabalho”, ouviu Fernando Henrique.
A frase se referia ao comportamento de FHC no período que separou o triunfo eleitoral e a posse de Lula. O governo não só abriu as portas a todas as informações disponíveis como condicionou à aprovação do sucessor a tomada de decisões que produzissem efeitos a longo prazo. Mas, como a política econômica não sofreu mudanças relevantes, é possível que Palocci estivesse pensando num universo mais abrangente ao dizer a frase revelada só agora, quase sete anos depois.
Esta e outras revelações temperam o longo e denso depoimento a VEJA.com que começa a ser divulgado hoje. Nestas cinco partes, que compõem o primeiro dos três blocos da entrevista, Fernando Henrique reconstitui pedagogicamente fatos históricos deformados pela má memória, pela má vontade ou pela má fé.
A inflação, por exemplo, não foi derrotada por Lula em 2003, mas por FHC em 1994, quando o então ministro da Fazenda de Itamar Franco comandou a implantação do Plano Real, que o PT primeiro rechaçou e, depois, prometeu revogar.
O ex-presidente conta que, ao longo de oito anos, todos os projetos enviados ao Congresso pelo governo foram rejeitados pelo PT. Comenta o processo de privatização, analisa o papel das agências reguladoras, pulveriza acusações e invencionices, fala com franqueza dos erros que cometeu, diz o que pensa sobre a Petrobras ou a Vale ─ trata com desembaraço e serenidade, enfim, de qualquer tema relevante.
Tudo somado, o primeiro bloco do depoimento informa que o Brasil de 2009 não existiria se não tivesse existido um governo que modernizou extraordinariamente o país ─ apesar da resistência feroz do PT.
Um comentário:
O PT nunca teve projeto de nada. O projeto do PT e so projeto de poder.
PT sempre foi e sera atraso.
Postar um comentário