A situação do governdor José Roberto Arruda tornou-se completamente insustentável. Já disse aqui que num país democrático e consequente, onde as instituições funcionam e valores como a ética e a moral costumam orientar as ações das pessoas nesses casos particularmente escabrosos, ocorre a renúncia ao cargo e muitas vezes uma mea culpa público daqueles que estão envolvidos.
No Brasil sempre ocorreu o inverso. E neste caso muito particular, no qual está metido o governo do Distrito Federal, além da resistência protagonizada pelo governador José Roberto Arruda, soma-se o fato de que ele não revida aos que lhe acusam, mas ao seu próprio partido desde o momento em que a direção partidária do DEM aventou a possibilidade de sua a expulsão.
Está nos jornais de hoje que Arruda teria dito que colocará a boca no trombone para dizer o que sabe e que envolveria o próprio partido e aliados.
Li no Jornal da Tarde do Estadão que o nefando caso das propinas poderia desdobrar-se num Caixa 2 que se alastraria a outros Estados. O dinheiro amealhado no esquema de Arruda teria sido inclusive desviado para a campanha de Gilberto Kassab em São Paulo! Putz! Logo o estado de São Paulo, que gera a maior parte do PIB brasileiro. Seria mais ou menos como se políticos paulistas fossem catar caraminguás no terreiro de Arruda para poder se eleger em São Paulo.
São dados importantes a analisar e que parecem transcender às razões dessa investigação que deveria circunscrever-se estritamente ao plano policial. Mas notem que belisca na área política. Impossível não tirar essa conclusão, embora isto não seja motivo para acobertar o ato escandaloso que enoja todos os brasileiros sérios e honestos.
Acresce ao fato essa história da delação premiada que teria levado um auxiliar do próprio governador a servir de espião da Polícia Federal.
A posição de Arruda, depois de todas evidência do tráfico de dinheiro vivo que aparece em vídeos nos bolsos, nas meias e nas cuecas, soa surrealista. O governador sustenta que provará a sua inocência e mais: estará apto a postular a reeleição!, segundo li no Jornal da Tarde.
Notem que as baterias de Arruda estão dirigidas não aos que o acusam, fato que pela lógica deveria ocorrer. Arruda bate firme na direção partidária.
Como o governo de Arruda conta com um arco de apoio de partidos da oposição, como o PSDB, o PPS e até mesmo o PV que emprestaram seu apoio ao DEM em Brasília, vislumbra-se inevitável contaminação desses partidos.
Não se pode portanto excluir os claros efeitos políticos dessa operação da Polícia Federal sobre a campanha eleitoral de 2010.
Assim, resta apenas uma opção aos partidos que davam sustentação ao governo Arruda: além de suas saídas imediatas desse governo, o que já está acontecendo por parte do PSDB, as respectivas direções partidárias têm a obrigação não apenas política, mais sobretudo moral, de expulsar de suas fileiras todos aqueles que estão envolvidos nessa nefasta e vergonhosa teia de corrupção.
Outro dado: notem que Arruda procede como procederam Sarney, Calheiros e todos os mensaleiros do PT.
Coincide também com tudo isso as declarações de Lula sobre o episódio, argumentando que não compete ao presidente da República dar palpites antes da palavra final do judiciário num processo que se avizinha. Um processo, é bom que se frise, que não será e não pode ser rápído pelo próprio rito delineado na lei. Avançará para 2010 e será atravancado pelos festejos de final de ano, as férias de verão e o carnaval, período em que o Brasil costuma historicamente parar.
O DEM tem de expulsar já Arruda do Partido. Ato que deve ser seguido sem mais delongas pelos demais partidos que possuem representantes no governo do Distrito Federal.
terça-feira, dezembro 01, 2009
ARRUDA, A OPOSIÇÃO E A CAMPANHA DE 2010
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postado por
Aluizio Amorim
às
12/01/2009 07:04:00 PM
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Leiam e vejam a implantação do Pt para um poder total
http://brasilacimadetudo.lpchat.com/index.php?option=com_content&task=view&id=7965&Itemid=1
GDF e a estratégia revolucionária
01 de dezembro de 2009
Por Nivaldo Cordeiro (*)
(*) Fonte: http://www.nivaldocordeiro.net/gdfeaestrategiarevolucionaria
Perfeito, Aluízio!
Sem esse expurgo não restará oposição em 2010, e nós sabemos como se chama politicamente um regime sem oposição, certo?
Aloizio, será que o lula diria a mesma coisa nos tempos em que o PT era oposição??????
Postar um comentário