Depois de dar uma olhada nos jornalões e nos blogs neles alojados, nos colunistas de política e nas próprias matérias das redações cheguei a uma conclusão: A candidatura de José Serra é forte e as pesquisas que lhe dão em torno de 40% das preferências do eleitorado brasileiro não constituem uma nuvem passageira.
Tal constatação decorre justamente porque em todas as matérias do colunismo político não há uma miserável nota que reconheça o potencial eleitoral do governador paulista. Eis aí a prova inconteste do poder de fogo da candidatura de Serra. Em contrapartida, em todos os escritos a respeito da desistência de Aécio, os comentários são completamente a favor do governador mineiro, entremeados de palpites dos petistas que estariam muito contentes com a saída de Aécio do páreo. Não acredito.
Há inclusive entrevista de Aécio que, nas entrelinhas, contradiz o que afirmou em sua alocução. É algo que esconde outra decisão de Aécio e que deve estar no âmbito daquilo que tem reclamado: um arco de alianças políticas além daquele que já está costurado entre o PSDB, o DEM e o PPS.
Quem sobra para fazer essa aliança projetada por Aécio? Eis aí uma boa pergunta, já que em São Paulo o PMDB de Quércia apóia Serra e de lá partem ramificações do PMDB quercista para outros Estados. Seria então a banda podre peemedebista? Pelo que está posto esta tem suas unhas fincadas firmentente no governo e de lá não sairá.
A lógica indica o seguinte: Serra é disparado o candidato mais conhecido no Brasil e pilota o Estado mais importante que é São Paulo. Seria redundante afirmar que é um dos político mais bem preprados para a Presidência da República neste momento, ainda que se tenha reparos a fazer sobre ele. Até agora é o campeão das pesquisas eleitorais e não lhe pesa sobre as costas acusações que esmagam a maioria dos políticos.
De outro lado, Aécio Neves, bem mais jovem do que Serra, tem, além de suas qualidades pessoais o tempo a seu favor. O natural seria que Aécio topasse a empreitada de vice de Serra, habilitando-se automaticamente a ser o futuro presidente do Brasil.
Entretanto, não é isto que está acontecendo. A rigor, Aécio não desistiu de nada. Jogou o jogo que lhe sobrava jogar. Não em favor do seu partido e muito menos de José Serra. As palavras do mineiro começam a esfarelar-se porque não revelam honestidade de propósitos.
Tanto é que o governador José Serra estava adoiado no Twitter nesta madrugada, como se nada tivesse acontecido. Mantém a sua estratégia e parece conduzí-la com pulsos de aço, de modo frio e calculista. Por enquanto, Serra está certo e isso se reflete no fato de que continua líder absoluto em todas as pesquisas.
Tudo indica que o quadro sucessório se manterá em banho-maria. Mais alguns dias chegam as festas de final de ano, as férias e depois o carnaval. O Brasil pára para recomeçar de verdade em março.
A suposta desistência de Aécio somente terá sobrevida pelo trabalho servil do jornalismo de aluguel que defende desabusadamente um governo pífio cuja competência circunscreve-se ao marketing politiqueiro. E isto já se pode conferir nos jornais de hoje.
Completando: Se eu fosse o Sérgio Guerra, não teria ido a Minas Gerais.
No final das contas, Aécio não decidiu nada. Como bom tucano, empoleirou-se no muro. O mestre Sponholz já pode ir produzindo a charge.
sexta-feira, dezembro 18, 2009
COMO BOM TUCANO, AÉCIO FOI PARA O MURO.
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Postado por
Aluizio Amorim
às
12/18/2009 04:07:00 AM
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3 comentários:
Soa-me familiar: "ou o Brasil acaba com o PMDB ou o PMDB acaba com o Brasil"!
O PMDB é a maior bisc... do Planalto. O primeiro que bota a mão leva...
Os petralhas de Minas estão em festa dá quase para se ouvir a arruaça; há pouco tempo atrás o coordenador da campanha da Dilma respondeu ao Aécio, quando este brincou com ele perguntando se poderia ajudar em algo, que o melhor que Aécio poderia fazer seria desistir de sua candidatura. Está feito o sonho petralha. Tomara que Serra vá fundo e com coragem, agora que está sem telhado para segurar a barra pesada que será essa campanha.
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