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sábado, dezembro 19, 2009

ESTRATÉGIA TOTALITÁRIA: CRIAR UM INIMIGO

Trago para vocês um texto sobre análise formulada pelo historiador búlgaro auto-exilado na França, Tzvetan Todorov (foto), a respeito de uma característica dos regimes totalitários, que é criar inimigos e manter um permanente estado de guerra. Os totalitários sempre apontam nos seus discursos supostos inimigos que prejudicam os planos salvacionistas. Tanto é que recentemente Lula esbravejou que desejava “tirar o povo da merda”, insinuando que alguém tentava impedi-lo de realizar tal objetivo. Lula deixa subentendido que são os ricos os principais inimigos do povo, como fez o regime soviético. Deu no que deu.

Reparem: desde que assumiu o poder, Lula e o PT vem construindo inimigos internos, que qualificam de elite que explora os pobres, ou ainda elite branca que estaria segregando os negros e índios. No campo, o braço armado do PT, que é o MST, cria situações de agitação para acusar os ricos e o agro-negócio de inimigos dos pequenos agricultores e dos sem terra. No plano externo sugerem que os países desenvolvidos são responsáveis pelas desgraças dos povos botocudos. Já no âmbito interno estimulam o revanchismo contra a ditadura, embora o Brasil tenha sido redemocratizado e os militares estão desempenhando a sua missão profissional nos quartéis. Também elegem como inimigos do povo o que chamam de “mídia” e a culpam pelos problemas, a ponto de criarem projetos para “regular” ou liquidar com a liberdade de imprensa e por aí vai.


Leiam o que diz o historiador Tzvetan Todorov:

Tzvetan Todorov, historiador búlgaro auto-exilado na Fança, disse recentemente que os sistemas totalitário de governo podem dominar seus povos por dois meios: podem ser “particulrmente virulentos” e “manter-se em estado de guerra quase permanente”, como fez o nazismo na Alemanha, ou de um modo infinitamente mais eficaz, criar uma série de proteções do indivíduo que, em teoria, deveria permitir que vivesse sem sobressaltos, como fez o marxismo-leninismo na ex-União Soviética, mas que com o tempo tais supostos bens foram se transformando “numa espécie de sistema de segurança, que faz pensar nas prisões”.

O denominador comum em ambos os totalitarismos é sempre ter um inimigo a fim de manter e justificar seu poder limitador das liberdades individuais. A noção de ter um inimigo contra o qual há que lutar é indispensável aos totalitários, porque necessitam alguém a quem, entre outras coisas, possam colocar a culpa de seus fracassos e, além disso, justificar a supressão das liberdades individuais.
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