Segue após este prólogo a íntegra do editorial do jornal O Estado de São Paulo desta quinta-feira intitulado "O decreto da incompetência”. Leitores até já me enviaram a dica por email, outros comentaram aqui no blog. O texto também já está postado em vários blogs.
Para quem viveu sob a censura à imprensa na época do regime militar em várias oportunidades ocorreu casos como este relativo à publicação desse editorial do Estadão. Naquela época, quando um jornal publicava um editorial mais forte censurando o autoritarismo o texto passava de mão em mão, já que não havia a internet. Era comemorado, xerocado e muitas pessoas carregavam a cópia ou o recorte do jornal.
É espantoso como se dá na atualidade a mesma coisa! Ora, isto quer dizer que se não estamos ainda numa ditadura, de fato já vivemos a censura à imprensa por outras vias que não o empastelamento de matérias pelos censores dentro dos próprios jornais.
Nos tempos do governo de Lula e seus sequazes já não há necessidade dos censores dentro das redações. Por incrível que pareça a censura é decretada pelo Poder Judiciário, como no caso do Estadão que continua sob censura parcial. Entretanto, a censura muito mais perversa é aquela realizada pela maioria do jornalismo militante do PT que escamoteia a informação e mistifica os fatos funcionando como um filtro que apenas deixa passar aquilo é do interesse do regime petista no seu afã de transformar o Brasil numa grande Cuba.
Não fosse a internet e sobretudo os blogs independentes como este que vocês estão lendo, caros e honrados leitores, talvez o bem escrito e correto editorial do Estadão não estaria estampado na edição desse que já foi considerado o maior jornal da América Latina.
Vale portanto a transcrição como segue, para provar, ao mesmo tempo, tudo aquilo que venho afirmando todos os dias aqui no blog. Quando um jornal nesses tempos soturnos de pegajoso adesismo diz a verdade é uma exceção. Não vi a capa do Estadão, mas mereceria uma chamada de primeira página. Leiam:
Acuado pela ampla reação contrária ao Programa Nacional dos Direitos Humanos — criticado até por ministros —, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu recuar para evitar custos políticos maiores, mas procurou poupar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sua candidata à Presidência da República. Ela é, no entanto, pelo menos tão responsável quanto o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, pelo embaraço causado ao presidente. De certo modo, sua responsabilidade é maior, porque cabe à Casa Civil a avaliação final de qualquer projeto encaminhado ao chefe do governo.
Segundo informação daquela Pasta, só os aspectos legais do programa foram analisados. Isso equivale à confissão de uma falha. É função do gabinete civil não só a “verificação prévia da constitucionalidade e da legalidade dos atos presidenciais”, mas também a “análise do mérito, da oportunidade e da compatibilidade das propostas, inclusive das matérias em tramitação no Congresso Nacional, com as diretrizes governamentais”. Não é preciso pesquisar a legislação para descobrir esses dados. Tudo isso está nas páginas da Casa Civil, facilmente acessíveis pelo site do Palácio do Planalto.
Não tem sentido, em termos administrativos, lançar sobre o secretário Paulo Vannuchi toda a responsabilidade pela desastrosa publicação do decreto sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos. O secretário fez um péssimo trabalho em todos os sentidos — muito ruim como projeto para o País e politicamente custoso para o governo —, mas o texto foi submetido a uma instância intermediária, antes de chegar ao chefe de governo. O presidente alegou ter assinado sem ler. Não explicou se o fez por aversão à leitura, mas, de toda forma, deve ter confiado no trabalho de seus auxiliares. Se confiou, errou.
Com esse escorregão, a ministra Dilma Rousseff demonstrou de forma irrefutável seu despreparo para mais um cargo federal. Já havia mostrado sua inépcia ao chefiar o Ministério de Minas e Energia, onde sua gestão foi abaixo de inexpressiva. Chamada para a Casa Civil, foi desde o início poupada, pelo presidente, de toda a responsabilidade pela articulação política. Foi-lhe atribuída a gerência dos investimentos federais e, em 2007, o presidente Lula entregou-lhe a coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mais que isso, ele a nomeou “mãe do PAC”.
Mais uma vez a ministra demonstrou sua inépcia gerencial, desmentindo novamente sua injustificável fama de executiva.No ano passado — o de melhor desempenho na execução das obras —, o Tesouro desembolsou apenas 65% do valor previsto no Orçamento para o programa. Além disso, pouco mais de metade do total desembolsado correspondeu a restos a pagar.
Mas o presidente Lula ainda não está saciado. Persistente, decidiu proporcionar à ministra Dilma Rousseff a oportunidade invejável de exibir sua inépcia no posto mais alto da administração nacional, a Presidência da República. Se Lula tiver sucesso, terá contribuído de forma notável para a revisão do Peter Principle, divulgado em 1969 pelo professor Lawrence Johnston Peter: “Numa hierarquia, todo funcionário tende a subir até seu nível de incompetência.” Na formulação revista, ampliada e já comprovada em parte, a ascensão pode continuar por níveis de incompetência cada vez mais altos e mais perigosos para a organização — ou, neste caso, para o País.
Não se sabe se Lula conseguirá transferir para sua candidata prestígio suficiente para permitir sua eleição. Neste momento, ele está empenhado em transferir-lhe um de seus atributos mais invejáveis, semelhante à propriedade principal das panelas teflon. Graças a essa propriedade, nenhum escândalo grudou em sua figura e nenhum erro importante maculou sua imagem, pelo menos perante uma grande parcela dos cidadãos.
Ao isentar a chefe da Casa Civil de responsabilidade pelo desastroso decreto, Lula procura transformá-la numa candidata igualmente imune a prejuízos de imagem. Na terça-feira, por exemplo, ele a conduziu ao primeiro grande evento eleitoral de 2010, em Brasília, perante uma plateia de prefeitos, governadores e parlamentares. A cerimônia teve até beija-mão, protagonizado pelo presidente do Congresso, senador José Sarney. Foram liberados na ocasião R$ 3 bilhões para prefeituras, destinados ao programa de habitação popular. Um grande investimento, sem dúvida — pelo menos na candidatura oficial.
quinta-feira, janeiro 14, 2010
COMO NA ÉPOCA DA CENSURA À IMPRENSA
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Postado por
Aluizio Amorim
às
1/14/2010 01:19:00 PM
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2 comentários:
Aluizio,
Os Jornais deveriam responder com a mesma Moeda e é dando que se recebe, demitir todo jornalista que for pró-comunismo ou pró-esquerda, mas sem dizer o que motivou oato, pois se disser, vão reclamar "Direitos Trapalhistas", já que hoje todos dizem ter o Direito e rejeitam a Direita, mas seguem dezviando o Direito para o comunismo e izquerdismo que é de arrepiá, quando consumado.
Pois e caro Aluizio, infelizmente o Estadao continua ainda naquela ingenuidade proposital ou nao de que lula e inimputavel. Nao sei como conseguem isso mesmo apos meses de censura. Tem que culpa-lo sim por todos os desmandos que estao acontecendo no governo, desde as prefeituras ate a presidencia. Ele e uma influencia ma para prefeitos que tendendo a seguir seus maus exemplos estao praticando uma pessima administracao. Digo isso pela minha cidade que e Guaruja cuja prefeita e seguidora de lula embora estivesse no PMDB para se eleger.A cidade esta ao abandono porem o empreguismo da companheirada esta a todo vapor e os desmandos com o erario estao um verdadeiro escandalo.
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