O ex-presidente argentino Nestor Kirchner, eminência parda do governo de sua mulher Cristina, treve um entupimento da carótida e foi internado, sofrendo em seguida uma cirurgia de urgência e agora está na UTI. O correspondente do jornal O Estado de São Paulo em Buenos Aires, Ariel Palácios, conta o que aconteceu em seu blog "Los Hermanos" alojado no site do Estadão. Transcrevo o post de Ariel, cujo título é "Um governo pendente da carótida". Leiam:
Foi breve, mas impactante. Durante quase três horas a classe política argentina ficou pendente da carótida direita do “primeiro-cavalheiro”, isto é, o marido da presidente Cristina Kirchner, o ex-presidente e atual deputado Néstor Kirchner.
A carótida de Kirchner – soube-se mais tarde – estava obstruída por uma placa ulcerada.
Entre os primeiros rumores sobre sua internação e o final da operação, concluída com sucesso pelos médicos, o governo viveu horas de elevada tensão, já que Kirchner não é um primeiro-cavalheiro qualquer, pois é o homem mais poderoso do país, o verdadeiro poder no governo de sua esposa, Cristina. Para complicar, diversos rumores que circulavam no hospital indicavam que o ex-presidente havia sofrido um AVC.
Seu eventual falecimento teria evidenciado a fragilidade do governo de Cristina Kirchner, já que é o ex-presidente quem emite as ordens de comando. Kirchner reúne-se com os ministros de sua esposa (vários deles herdados de sua presidência), recebe líderes sindicais para fechar acordos, além de empresários.
Antes da operação, o primaz da Argentina, o Cardeal Jorge Bergoglio, havia enviado um sacerdote ao hospital para fornecer a Kirchner a “unção dos doentes”.
No entanto, Kirchner – que há anos mantém um tenso conflito com a cúpula da Igreja Católica - recusou-se a receber a unção.
A cirurgia – que durou pouco mais de uma hora – foi encerrada com o sucesso dos médicos. Pouco depois do final da operação, o chanceler Jorge Taiana afirmou à imprensa que a cirurgia concluiu “bem”. Kirchner ficaria em terapia intensiva 48 horas. “Poderá levar uma vida normal”, disse o médico Victor Caramutti, que operou Kirchner.
O homem mais poderoso da Argentina – e também um dos mais impopulares – havia começado a passar mal de manhã, quando sentiu as pernas adormecidas. Na sequência, sentiu adormecimento nos braços.
Kirchner foi internado no Hospital de Los Arcos, no bairro de Palermo, instituição onde já estiveram o técnico Diego Armando Maradona e a cantora Mercedes Sosa, falecida recentemente.
A operação coincide com uma época de elevada tensão para o casal Kirchner, suspeito de casos de corrupção e acusado de enriquecimento ilícito. De quebra, o casal sofreu várias derrotas políticas.
A presidente Cristina Kirchner estava no hospital no momento da operação, acompanhada por seus filhos Máximo e Florencia. Todo o gabinete de ministros de Cristina, praticamente o mesmo de seu antecessor e marido, também esteve no hospital aguardando o final da cirurgia.
Coincidentemente, a presidente Cristina havia perguntado pela saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante um encontro que teve com o chanceler Celso Amorim, na semana passada, em Buenos Aires.
Cinquenta militantes kirchneristas aglomeravam-se nas portas do hospital segurando cartazes com dizeres de estímulo ao ex-presidente e desenhos de pinguins. Leia MAIS
Um comentário:
E o sujeito tá fora de perigo. Que pena!
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