O Ministério Público de São Paulo requereu à Justiça a quebra do sigilo bancário e fiscal do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). Segundo o promotor José Carlos Blat, que investiga suposto desvio de recursos da Bancoop, Vaccari é responsável por "gestão fraudulenta" da entidade e teria integrado suposta quadrilha para enriquecimento ilícito e prática de apropriação indébita de valores de cooperados, estelionato, lavagem de dinheiro e financiamento clandestino de campanhas eleitorais do PT.
Por meio de seu advogado, Pedro Dallari, a Bancoop negou irregularidades. Dallari disse ver "interesse eleitoral" na divulgação do caso às vésperas de possível instalação de uma CPI da Bancoop, requerida pelo PSDB na Assembleia paulista. O comando do PT suspeita que está diante de uma tentativa de atingir a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do partido à sucessão do presidente Lula.
"Os dirigentes da Bancoop sangraram os cofres da cooperativa em benefício próprio e também para fomentar campanhas políticas do PT", afirma o promotor. Ele apurou que, entre 2005 e 2006, a Bancoop repassou 11 cheques no valor global de R$ 1,5 milhão para a Caso, empresa de segurança de Freud Godoy, protagonista da venda de um dossiê com informações falsas contra tucanos. "Uma cooperativa quase à bancarrota, que não consegue cumprir seus compromissos financeiros e pede dinheiro emprestado até para fundos, mas em contrapartida paga fortuna à uma firma de segurança reforça as evidências de fraude."
Blat entregou à Procuradoria Regional Eleitoral cópias de extratos bancários relativos à devassa financeira na cooperativa. O promotor diz que a Bancoop é "organização criminosa". Ele pediu o bloqueio de contas da Bancoop e acesso também aos dados de Ana Maria Érnica e Tomás Edson Botelho Fraga, ex-diretores da cooperativa. Quer, ainda, que a Polícia tome depoimento de Vaccari para, depois, oferecer denúncia criminal contra o grupo. "Foram milhares de movimentações financeiras fraudulentas."
O rastreamento das contas de Vaccari é relativo ao período em que ele exerceu as funções de diretor administrativo financeiro da Bancoop, entre 2003 e 2004, e se estende ao tempo em que presidiu a cooperativa, de novembro de 2004 até fevereiro de 2010.
O inquérito policial tem 26 volumes e 59 anexos. A Bancoop foi constituída em 1996 por um núcleo da cúpula do PT. "Os membros que figuraram e figuram na direção, contrariando os interesses dos cooperados e da própria cooperativa, figuram como sócios cotistas de empresas que prestam serviços como empreiteiras e fornecem matéria prima para empreendimentos imobiliários, com proveito econômico próprio, com efetiva finalidade lucrativa", informa o promotor.
Blat anota que "a triangulação fraudulenta entre a Bancoop e as empresas que pertenciam a dirigentes da cooperativa pode ser detectada na doação de campanha para o Comitê Financeiro do Partido dos Trabalhadores efetuada pela Germany Construtora e Incorporadora no valor de R$ 60 mil, conforme se depreende do exame dos apensos e das informações do Tribunal Superior Eleitoral através do cheque número 000076 de 18 de agosto de 2004 de titularidade da referida empresa".
Segundo o promotor, a doação da Germany para o PT "tem apenas aparência lícita, pois, na verdade foi uma forma fraudulenta de burlar a legislação eleitoral que os dirigentes da Bancoop, que pertencem a referido partido político, encontraram para beneficiar candidatos".
Blat sustenta que a Bancoop, a partir de 2001 até 2008, recebeu recursos dos cooperados, fundos de pensão e empréstimos captados do Sindicato dos Bancários. "Muitos cooperados sequer tiveram suas unidades entregues pelo evidente desvio de recursos para abastecer caixa dois de dirigentes da Bancoop e para fomentar campanhas eleitorais do PT."
"Vislumbra-se que a cooperativa emitia cheques valendo-se do expediente de saques na boca do caixa sem indicar o destinatário e tampouco constando a identificação dos portadores dos aludidos cheques em valores que superam a cifra de R$ 18 milhões", conclui o promotor. Do jornal O Estado de São Paulo deste domingo
domingo, março 07, 2010
ESCÂNDALO BANCOOP: PEDIDA QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO DE VACCARI, TESOUREIRO DO PT
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4 comentários:
È verdade que Vaccari era, ou é, suplente do Mercadante?
É importantíssimo que tal pergunta seja respondida. A reportagem da Veja, entre outras coisas, atribui a origem do dinheiro dos "aloprados" ao Bancoop.
Isso tornaria Vaccari ainda mais supeito no episódio da compra do dossiê contra tucanos, pois o sucesso da operação beneficiaria a campanha de Mercadante.
A hipótese acima é tão obvia que pode ser feita por
qualquer um. Não pode ser considerada de má-fe nem tão pouco uma questão de perspicácia ou inteligência. Concorda?
Forum do pessoal que foi lesado pelo Bancoop. Tem de tudo: vídeos, denúncias, processos, etc, etc.
http://bancoop.forumotion.com/forum.htm
"Hélio Malheiro depôs terça-feira. Disse que considera 'estranhas as circunstâncias' do desastre que vitimou seu irmão e outros dois dirigentes da Bancoop.
Foi o seu segundo relato à promotoria, em menos de uma semana. No primeiro, dia 29 de maio, ele afirmou ter ouvido do irmão que 'tinha de ceder às pressões políticas e, muitas vezes, se via obrigado a entregar valores de grande monta para as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, desviando os recursos que eram destinados à construção das unidades habitacionais'.
Hélio denunciou que recursos que teriam sido desviados da Bancoop abasteceram a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002 e do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP)."
Do blog do Reinaldo Azevedo.
Isso tudo é, a meu ver, de uma espantosa gravidade!
Os defensores dos barbudos já se apressam em afirmar que se trata de campanha contra a stella e seu patrocinador.
Como já foi dito:"a melhor defesa é o ataque", se algum botocudo tomar conhecimento de mais um escandalo, já estará prevenido.
FOGO NELLES!!!
Eduardo.50
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