TRANSLATE/TRADUTOR

terça-feira, abril 20, 2010

JORNALISTA TEM DE SER MULTIMÍDIA. SEM CONHECER TECNOLOGIA, SERÁ UM DINOSSAURO

Renato Siqueira (foto) é o editor de uma revista especializada em games, a Nitendo World e possui o blog Penpas. Não é formado em jornalismo, mas em Letras pela USP ((literatura e cultura brasileira e japonesa) além de alguns cursos na ECA-USP. Por concordar completamente sobre o que afirma Renato Siqueira a respeito do jornalismo, decidi transcrever após este prólogo um excerto do post que escreveu fazendo na verdade uma reflexão sobre os rumos que o jornalismo já tomou por conta do avanço tecnológico.

Não sei o que está rolando nos cursos de jornalismo. Mas se a parte prática desses cursos não se ater ao impacto da tecnologia sobre a profissão do jornalismo, estará formando dinossauros. Isto sem falar na comumente idiotia que grassa nos cursos de jornalismo sob a batuta de doutores em marxismo que não fazem a mínima idéia do que seja um código HTML, mas se dedicam à criminosa lavagem cerebral dos alunos. Pelo que se vê nos jornais e em seus sites parece que os marxistas do jornalismo continuam a molestar de forma desabusada os jovens que pretendem abraçar a profissão transformando-os em idiotas.

Siqueira não se refere a este aspecto no seu post. Sua crítica ao jornalismo, na verdade uma advertência, concentra-se na questão tecnológica e comportamental. Avisa que lá se foi o tempo do jornalista entrincheirado numa inexpugnável redação. Hoje - tem razão Siqueira - o leitor pode interferir a todo o tempo, seja em redes sociais como Twitter, Facebook, Orku, Flickr ou até mesmo possuir seu próprio blog editando textos e fotografias de sua lavra. Note-se que hoje, grande parte dos furos jornalísticos são efetuados por fotógrafos e cinegrafistas amadores. Saber manejar telefones celulares, iPhone e câmeras digitais permite a qualquer pessoa flagrar eventos e transmití-los instantaneamente para todo o planeta.

Isto não quer dizer que leitores poderão concorrer com as estruturas das grandes empresas jornalísticas no que respeita à complexidade da apuração da informação. Entretanto, os jornalistas que não têm conhecimento das novas tecnologias daqui a pouco nem terão mais mercado de trabalho.

Acrescento ainda um fato que os jornalistas que não estão francamente na web não perceberam: a internet é uma outra mídia e isto implica uma outra linguagem. É por isso que todos blogs alojados nos portais da grande imprensa são apenas o transplante puro e simples de colunas de jornais impressos.


Vejam então que diz Renato Siqueira nesse excerto de seu post que destaco como segue com link para leitura integral:


(...) Enfim, eu queria mesmo era falar do jornalista de hoje. Para quem trabalha na área os tempos mudaram… Hoje você não precisa apenas saber fazer uma boa pauta, um bom texto e escolher imagens. Hoje você precisa saber mexer com absolutamente tudo o que a tecnologia andou criando no decorrer dos anos. Hoje você tem que saber tirar fotos, usar uma câmera de vídeo, fazer músicas, ter noções de design, saber HTML, saber usar o tal do Photoshop, saber falar bem em público, encodar um vídeo no Youtube, Twittar como se não houvesse amanhã, falar outros idiomas e manjar muito de internet e de redes sociais.

Você não aprendeu isso na faculdade? Então você está pego meu rapaz (ou moça). Trate agora de correr atrás disso ou acostume-se a ficar para trás. O jornalismo da era digital é completamente diferente daquele que você aprende ou aprendeu nas faculdades.

Antigamente, o jornalista só escrevia para ele mesmo ou para meia dúzia de pessoas em volta.
Se o jornalista fazia polêmica e recebia uma carta de um leitor e não concordava era só ignorar e pronto. Hoje tudo o que você faz ou escreve é visto e comentado pelos leitores, não que isso não fosse feito antes, a diferença é que hoje eles estão muito mais próximos. Eles são da sua comunidade, eles twitam o tempo inteiro, eles podem te adorar ou podem te odiar com uma facilidade muito maior do que aquela de anos atrás.

Antigamente, líamos Diogo Mainardi e achávamos o máximo. Hoje descobrimos centenas de
“Diogos Mainardis” pela internet afora. Eles podem até não estar nas maiores e melhores revistas, jornais e websites, mas alguns deles têm a mesma qualidade e talvez sejam até melhores.

Para se fazer uma revista é preciso de dinheiro, de trabalho e de paciência. Para fazer um blog na internet leva apenas alguns cliques. Vai dar trabalho logicamente, mas não vai lhe custar um tostão.


Hoje quem compra revista ou acessa sites na internet quer ver coisas diferentes, quer ser atraído, quer referência. Sim, como antigamente, mas certamente de uma maneira bem diferente. Ideias brotam a todo instante, o cérebro digital não pára de funcionar e o leitor faz parte de tudo isso.


No passado diziam que o repórter precisava estar em um patamar acima do leitor, hoje se você tem essa postura acaba sozinho. É o leitor que faz o jornalista ser o que é. É o leitor que acompanha todos os passos que damos e que nos puxa a orelha nos momentos em que estamos exagerando. (...)
Leia aqui o texto completo do post

CLIQUE E SIGA ---> BLOG DO ALUÍZIO AMORIM NO TWITTER

Um comentário:

LuizF disse...

Aluizio,

precisamente por isso que o dinossauro mais vistoso na imprensa botocuda hoje chama-se Gaspari, a antítese perfeita do que Siqueira expõe. Ele ainda "acontece" no jornalismo por pura inércia.
Faz tempo que ele saiu do "andar de cima" do jornalismo.

LuizF