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quinta-feira, abril 15, 2010

POR QUE SERRA É O FAVORITO? VEJA ANÁLISE.

Na edição de seu Ex-blog, boletim diário de análise política, o ex-prefeito do Rio de Janeiro e articulista da Folha de São Paulo, Cesar Maia, analisa as pesquisas eleitorais que medem as tendências dos eleitores em relação a campanha presidencial em curso no Brasil. Comparando os dados contidos nessas enquetes pelos diferentes institutos, Cesar Maia explica as razões que fazem de José Serra o favorito independente do que possam expressar pesquisas eventuais. Leiam:

1. Uma pesquisa nacional de opinião muito longe da eleição fala mais de potencial de voto do que intenção de voto. E assim mesmo, com base em informações disponíveis naquele momento para o eleitor. Como se sabe, "o jogo da coordenação" (conversa entre eleitores sobre a eleição), só começa para valer com a campanha em andamento, ou seja, na segunda quinzena de julho e amadurece com a entrada da TV. Quando a campanha parte com uma diferença não substantiva entre dois candidatos, mais ainda. Basta ver nas pesquisas os cruzamentos entre intenção de voto e perguntas diversas e a proporção de incoerências.

2. Há anos se sabe que o fator explicativo básico do voto é o fator espacial, a proximidade, pois esta estimula o "jogo da coordenação". Mas as pesquisas nacionais, ao trazerem os dados por região e ao circularem os municípios e bairros das entrevistas, ampliam a margem de erro fora da campanha. Mas quando se analisa as séries, se consegue perceber melhor a dinâmica do eleitorado.

3. As pesquisas que vão sendo divulgadas mostram Serra sempre na frente, com vantagem elástica no Sudeste e no Sul. Essas duas regiões têm 58% dos eleitores. Mostram Dilma na frente e abrindo vantagem no Nordeste. Essa região tem 27% dos eleitores. No Norte+Centro Oeste, que os institutos agrupam, são 15% dos eleitores. Nessa região há quase sempre um empate, em particular pela força de Serra em MT, MS e GO. Talvez o ideal fosse agrupar o Norte com Nordeste e separar do Centro-Oeste.

4. Partindo da hipótese que o Centro-Oeste, incluindo Brasília, será uma região onde Serra e Dilma estarão empatados, este Ex-Blog, para fins de análise, agrupará o Norte ao Nordeste, que somam 35% dos eleitores. E assim, deixará o Centro-Oeste como região neutra para análise. 2006 indica esse procedimento.

5. Analisando as pesquisas do Vox Populi e DataFolha, a diferença pró-Serra no Sudeste+Sul é de 14 a 17 pontos. Tomemos 15%. No Nordeste, a diferença pró Dilma oscila e está na faixa dos 10 pontos. Ampliemos para 15%. Mantida essa tendência no Sudeste/Sul, para que Dilma embole com Serra, será necessário que no Norte/Nordeste a diferença seja de 25 pontos, quando cobriria os 15 ajustados de Serra no Sudeste e Sul.

6. Ou que a tendência, no Sudeste/Sul, de 15 pontos diminua para menos de 9 pontos. Ou algum ponto no meio dessas faixas.

7. As conclusões são óbvias: 1) Serra é favorito, independente do que possam dizer pesquisas eventuais. 2) Minas Gerais e Estado do Rio, que somam quase 20% dos eleitores que vão às urnas, serão Estados decisivos pelo potencial de flutuação dos eleitores neste momento. Isso ajuda a entender as razões de Dilma de ter dois palanques no Estado do Rio e de fazer gestos de cortesia política em Minas Gerais. Independente das incomodidades que provoque.

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Um comentário:

Anônimo disse...

A Dilma já tem isso de vantagem no NE? Meu Deus, essa região não tem mais jeito.