A revista Veja que foi às bancas nesta sexta-feira traz os novos lances sobre o famigerado escândalo da Bancoop, a cooperativa comandada pelo PT. Aqui a íntegra da matéria:
Na semana passada, ao falar pela primeira vez em público sobre as suspeitas de desvios na Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não parecia aquele cidadão de pavio curto que, sem nenhum constrangimento, debita na conta de pais de família as fraudes financeiras praticadas pela entidade durante sua gestão.
Didático, negou a existência de irregularidades e se disse vítima de perseguição do promotor que investiga o caso. O depoimento, que durou quatro horas, só não foi completamente inútil porque alguém se lembrou de interpelar o tesoureiro sobre outra acusação tão escabrosa quanto a da Bancoop. Em 2004, enquanto fazia as tramoias na cooperativa, Vaccari também recolhia dinheiro para o caixa do mensalão. Em depoimento ao Ministério Público Federal e à Procuradoria-Geral da República, o corretor Lúcio Funaro contou que o tesoureiro petista cobrava propina para intermediar negócios com fundos de pensão comandados por seus colegas de partido. E poderia certificar que isso é verdade porque ele mesmo, Funaro, ouviu a proposta do próprio Vaccari em uma reunião da qual participou também o deputado Valdemar Costa Neto, o mensaleiro do PR.
Tergiversando, o tesoureiro confirmou o encontro com a tropa mensaleira, mas não esclareceu o que conversaram três figuras tão distintas na sede da cooperativa. Propina, obviamente, não era. Valdemar Costa Neto estaria interessado em um apartamento da Bancoop? Funaro é corretor, mas não de imóveis. A trinca, na verdade, teria discutido a criação de um fundo de pensão para os trabalhadores da CUT, e os porcentuais de 10%, 12% e 15% citados durante o encontro eram apenas simulações de benefícios. É improvável que um especialista como Funaro tenha entendido tudo errado, mas essa é a melhor versão que o tesoureiro Vaccari encontrou até o momento para tentar se safar.
O corretor, que fez acordo de delação premiada com a Justiça, já procurou senadores da CPI das ONGs, na qual, em breve, Vaccari voltará a depor, para oferecer ajuda. Já fez até uma lista de outros "negócios lucrativos" encabeçados pelo petista, além de revelar o número do telefone celular que o tesoureiro usava para fazer seus contatos com fundos de pensão e operadores do mensalão. Funaro também se pôs à disposição para, se preciso, participar de uma acareação. Indagado sobre a hipótese, o tesoureiro disse que precisava consultar o partido. Como se vê, João Vaccari é um companheiro leal. Não faz nada, mas nada mesmo, sem antes consultar seus superiores. Da revista Veja que foi às bancas nesta sexta-feira
Foto dad revista Veja
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