Freud, agora CEO, monitora o estande de sua empresa, a Caso, em SP
Freud Godoy é um homem de múltiplas habilidades – e de inúmeras conexões dentro do PT. Ele já foi segurança particular de Lula durante campanhas eleitorais, "assessor especial" da Presidência da República e prestador de serviços da Bancoop, Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, acusada de dar um golpe de 100 milhões de reais em seus clientes. Sua carreira sofreu um abalo duro em 2006, quando ele se viu enredado no escândalo dos aloprados.
Rememorando: às vésperas da última eleição presidencial, um grupo de petistas foi flagrado com uma mala cheia de dinheiro, tentando comprar um dossiê fajuto montado para atacar políticos do PSDB. Os envolvidos, pegos com a boca na botija, disseram que estavam a serviço de um tal de "Froude" ou "Freud". Ele nunca admitiu participação na operação, mas, por via das dúvidas, pediu demissão da Presidência.
Submerso desde então, acaba de voltar à ativa, repaginado. Decidiu fazer dinheiro no mundo da espionagem. Mas – atenção – ele jura que não escarafuncha a vida de ninguém. Freud Godoy explica que agora ganha a vida protegendo seus clientes da bisbilhotice alheia. É o que se chama, no jargão do ramo, de contraespionagem.
Há duas semanas, ele tornou pública sua nova atividade. Orgulhoso, com uma gravata digna de presidente da República e se apresentando como CEO, pilotava pessoalmente o estande de sua empresa, a Caso Sistemas de Segurança, em uma feira no Expo Center Norte, tradicional local de exposições na capital paulista. Animado, explicava aos potenciais clientes os serviços que oferece. Quer saber se seu telefone foi grampeado? Está desconfiado de uma escuta clandestina no sofá, dentro de um vaso ou atrás de uma tomada? Acha que esconderam um rastreador de GPS no seu carro? Chame o Freud! A equipe dele faz uma varredura completa contra as artimanhas dos espiões por módicos 100 reais por metro quadrado inspecionado.
O ideal, segundo o aloprado, é fazer o serviço à noite ou no fim de semana, quando as empresas estão vazias. As traquitanas dos agentes da Caso – maletas antigrampo, aparelhos portáteis de raios X, detectores metálicos – são de tecnologia alemã e israelense. Segundo Freud, custaram 500 000 reais.
Na semana passada, VEJA lhe telefonou para saber sobre seus planos para 2010.
– O senhor prestará serviços à campanha de Dilma Rousseff?
– Até agora, não fui chamado. Mas, se for, penso em trabalhar com ela – respondeu Freud.
– Defenderá as propostas da campanha dela?
– Não. Eu sempre militei normalmente, mas nunca teve nada disso, de ficar defendendo proposta de governo.
Qual seria, então, a natureza de sua militância, se ele nunca defendeu nenhuma bandeira do PT? Freud não explica. Texto e foto da revista Veja que foi às bancas neste sábado
MEU COMENTÁRIO: Eu juro que já vi essa gravata que Freud está usando no pescoço de alguém...hehehe...
Um comentário:
O ex-chefe da segurança de Lula, que trabalhava no Gabinete da Presidência da República, antes do escândalo do Dossiê, recebendo salário de R$ 6,3 mil por mês, possui, pelo menos, uns quatro apartamentos espalhados por São Paulo – mas não sei se são todos da Bancoop. A única coisa que eu sei é que a Polícia Federal chegou a descobrir que um pequeno apartamento de Freud Godoy teria sido alugado para o assassinado prefeito Celso Daniel. Não sei como anda o caso.
Este é um parágrafo do artigo de Christina Fontenelle: Lula, o pobre metalúrgico rico
http://infomix-cf.blogspot.com/2007/09/lula-o-pobre-metalrgico-rico.html
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